Se existe uma coisa que não sou é injusto. Normalmente eu vivo criticando a Portuguesa, por razões que não preciso repetir. Mas hoje, contra o América mineiro, ela foi valente. Não é sempre que vemos uma vitória assim, com brio, com colhões, com tesão por ela.
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Vadão mexeu no time. Barrou Acleisson (que está de saída, graças a Nossa Senhora de Fátima), Zé Carlos e Athirson, adiantou Marco Antonio, começou com o Rai e escalou o ataque com Malaquias e Fabinho. Não concordo com todas as mudanças, mas o fato é que era preciso mudar.
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No primeiro tempo teve volume de jogo, raça e um golaço de falta do Marco Antonio, na forquilha, coisa linda! Depois do golo foi um caminhão até a tampa de golos perdidos, de todos os tamanhos e modelos: de longe, de perto, na cara do goleiro.
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Aí veio o segundo tempo. Precisando do golo o Coelho foi pra cima, sufocando logo de cara, como era de se esperar. Aí...bom, aí a Lusa voltou a ser Lusa: expulsão grosseira do Gláuber, golo de empate e virada mineira num pênalti bem discutível, tudo assim, de arrasto.
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Em situações assim a vaca rubroverde costuma deitar. Até porque o Vadão não costuma ser lá muito feliz quando mexe no time. Mas hoje não. A Lusa empatou também de pênalti, mais mandraque ainda que o marcado para o América, e virou com um golo do Athirson, que saiu do banco para definir a vitória lusa. Depois da virada começou o show do Wéverton. Goleiraço como há muito não se via no Canindé.
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É claro que a Portuguesa tem problemas. É óbvio que uma vitória ajuda a mascará-los. Mas também é evidente que uma vitória assim recoloca a equipe no caminho da briga pelo acesso. Derrotas e vitórias fazem parte do esporte. A questão é como se chega a uma delas e, neste aspecto, hoje a Lusa foi grande demais. Grande como é sua tradição, sua história. Grande como deve ser o tesão pela vitória.