segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Roda de samba e paradinhas

Saindo de casa ontem a caminho de um aniversário, fui pensando: hoje o Corinthians pode ser campeão do BR-11 caso o Vasco não ganhe o jogo lá no Rio de Janeiro. Será que no churrasco as pessoas assistirão ao jogo?

Bem, cheguei à casa da aniversariante, cumprimentei quem estava presente e já fui encher a barriga. As horas foram passando e o pensamento, após ter ficado vago por algumas horas, voltou: já vai começar o jogo e ninguém falando nada de assistir. De repente, outros convidados começaram a chegar juntamente com seus trajes em preto e branco e instrumentos. Rapidamente a movimentação começou a se tornar intensa e a televisão foi colocada no quintal. O samba começou juntamente com o jogo, tudo muito bom.

Com o passar dos minutos comecei a perceber que a atenção de todos inclusive as dos sambistas não estava totalmente voltada para o samba, mas sim para o jogo. A cada passe errado, a cada lance de gol, os presentes no quintal reagiam cada um do seu jeito: respirando fundo, criticando e até olhando para o céu e conversando com Deus.

É claro que não só corintianos ali habitavam, eu como um bom palmeirense estava lá para secar, quietinho, junto com outros palmeirenses e são paulinos. Com o gol do Liédson, o samba parou na hora para a comemoração. Porém, como a secagem para cima do Corinthians estava grande, o Vasco fez 1 a 0 no Tricolor carioca, foram as risadas maléficas dos palmeirenses e sãopaulinos.

A festa e o samba não podiam parar, por isso o jogo começou a ter trilhas sonoras. Entretanto, o samba parou com o gol de empate do time das Laranjeiras e o coro não estava mais nas letras musicais, mas sim no grito de “É CAMPEÃO”.

Os minutos foram passando e a trupe corintiana foi ficando angustiada para o jogo acabar e poder comemorar o pentacampeonato. Bom, o jogo acabou e o Corinthians venceu o Figueirense fora de casa, por 1 a 0. O que os mesmos não esperavam fora o gol do Vasco da Gama nos minutos finais da partida no Engenhão.

Vasco 2 a 1, foi a tristeza e o silêncio dos corintianos por ainda não comemorarem o título e a alegria dos alviverdes e tricolores presentes no aniversário, tudo na maior descontração.

sábado, 26 de novembro de 2011

Passa a régua aí, campeão!

Quando o árbitro jogo Icasa x Portuguesa trilar pela última vez o apito, chegará ao fim a temporada de 2011 para a gente do Canindé. Temporada, esta, que marcou a ressurreição, a volta da Lusa não apenas à Primeira Divisão, mas principalmente ao grupo dos grandes times do país.

Foi um ano especial: nos classificamos após quase 13 anos à segunda fase do Paulistão, vencemos a Série B do Campeonato Brasileiro com folga, com brilho, com raça, jogando muita bola e com a torcida fazendo do Canindé o estádio mais lindo do mundo.

Sim, existem estádios mais modernos, mas em nenhum o leitor encontrará uma torcida tão apaixonada, tão passional. Ninguém tem o brilho nos olhos que pode ser visto no Canindé. A mesma vibração não pode ser vista em outro lugar.

É fácil torcer para quem está sempre na elite, sempre sob os holofotes, sempre sob a proteção das arbitragens, tribunais e confederações, ou até de governos populistas que se valem da paixão do torcedor, trocando apoio por títulos pré e pós fabricados ou por estádios.

A Portuguesa vive por si, pela e da sua gente. Nunca se vendeu, sequer foi ajudada por esquemas que acertassem, antes dos 90 minutos, o vencedor. Ou melhor, o resultado, pois em condições assim não existem vencedores.

O que se viu este ano mostra a grandeza da Portuguesa. Em números, são 31 rodadas em primeiro lugar (das quais as 29 últimas), o que daria 148 dias com a camiseta amarela, fosse o Tour de France de ciclismo. O acesso veio com seis rodadas de antecedência; o título, com três. É o ataque mais arrasador da história da Segunda Divisão nacional, com 80 tentos marcados até a última jornada. Isso sem contar os 20 jogos de invencibilidade, o que dá mais que um turno inteirinho.

Se a frieza dos números impede uma análise mais apropriada, temos a festa que foi o Canindé nos últimos jogos, a tocata de folclore com suas concertinas, a emocionante execução do Hino Nacional por parte do maestro João Carlos Martins e, sobretudo, a alegria em forma de sorrisos, lágrimas e abraços.

E neste ano inesquecível, no qual na padaria portuguesa o pão caiu com a manteiga pra cima, podemos tomar mais uma para comemorar e, de uma vez por todas, para a Segunda Divisão, passar a régua.

domingo, 20 de novembro de 2011

As lágrimas do meu pai

Meu pai nunca foi do tipo que gosta de futebol. Foi poucas vezes ao estádio e, quando o fez, nunca prestou atenção ao jogo. Torce para o Benfica mais por causa do encarnado da camisola que por influência da equipa que encantou o mundo nos anos 1960.
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A incumbência de levar-me ao Canindé, tarefa considerada sagrada por este humilde escriba, coube ao meu tio Albano, não ao meu pai. Talvez quisesse me poupar de tantas desventuras, de tantos dias de expectativas frustadas e despaupérios proferidos em momentos de raiva. E olhem que foram muitos (os despaupérios e os momentos de raiva). O velho Constantino é do tipo que fica sabendo do jogo depois e só pergunta pelo resultado. Se a Lusa ganhou, "tá bom". Se perdeu, "raios que partam o time!" ou "que não tivessem ido ao jogo, pá!". E assim foi desde que me conheço por gente.
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Mas este ano algo estava diferente. De repente meu pai começou a perguntar se o jogo da Lusa era hoje, como estava o Benfica e se Portugal tinha se classificado para a Copa. Era comum, inclusive, vê-lo pelos passeios com a camisola rubro-verde. Até fez planos para irmos juntos à casa lusa para o jogo das faixas, contra o Duque de Caxias.
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Mas aí a CBF antecipou a partida, atendendo uma solicitação da dona do futebol brasileiro, a Globo, dando uma bica no Estatuto do Torcedor, e meu pai ficou sem ver a festa. Na verdade, ele soube do resultado, por mim, já no dia seguinte, e não escondeu a insatisfação, traduzida por um palavrão de origem portuguesa, é claro. Não direi o tal substantivo cabeludo, mas saibam os senhores que se trata do lugar mais alto do navio, para o qual eram mandados os marujos indisciplinados.
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Quando, no começo da tarde, passou na TV a reportagem do jogo, fui ao quarto dele e mudei a TV de canal, que estava no Chaves, para que ele visse o Hino Nacional executado pelo maestro João Carlos Martins, os quatro golos da Portuguesa, os gritos de "É Campeão!" e a taça, a primeira nacional, erguida pelo outro maestro da noite, o capitão Marco Antonio.
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No fim da reportagem, a surpresa: meu pai chorava, copiosamente, e cantava o hino da Portuguesa, mesmo sabendo apenas a melodia. Nesse momento, tudo valeu a pena: os momentos de raiva, os palavrões e, sobretudo, as lágrimas do meu pai.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

É hoje!

Vasco e Corinthians entram em campo hoje à noite pela 35º rodada do BR-11. Ambos buscam disparar na liderança, já que possuem 61 pontos. Porém, o time paulista está em primeiro lugar da tabela pela vantagem de ter uma vitória a mais que o time vascaíno (18 para o Corinthians contra 17 do Vasco).

Tentando manter-se na liderança, a equipe paulista enfrenta o Ceará fora de casa, no estádio Presidente Vargas, às 21h30. Como Paulinho tomou o terceiro cartão amarelo no jogo contra o Atlético-PR no último domingo e não viajou junto com a comissão técnica para o confronto diante do Ceará, a novidade no meio-campo é o volante Edenilson. Alex, Jorge Henrique e Chicão seguem fora devido às contusões musculares.

O time da Colina, segundo colocado e torcendo por um tropeço do Timão, também joga fora de casa. Os comandados de Cristovão Borges jogam contra o Palmeiras, no estádio do Pacaembu, às 21h50. O destaque do time vascaíno fica por conta do zagueiro Dedé, responsável pelas vitorias do Vasco nos últimos jogos. A baixa é Juninho Pernambucano, que fora poupado para esta partida.

Leandro Pedro Vuaden (Fifa/RS) apita a partida aqui na capital, auxiliado por Carlos Berkenbrock (Fifa/SC) e Kleber Lucio Gil (SC). O árbitro Elmo Alves Resende Cunha (GO) viaja até o Ceará, auxiliado por Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Marrubson Melo Freitas (DF).

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Às armas, pois, Portugal!

Às armas, Portugal! Portugal está apurado à fase final da Eurocopa. A decisão foi nesta terça, 15, no estádio da Luz, diante de 60 mil patrícios. E com uma atuação para espantar qualquer dúvida quanto ao poderio da Selecção das Quinas: um inapelável 6 a 2 contra a perigosa seleção da Bósnia, com Cristiano Ronaldo e Helder Postiga a bisar e Nani e Miguel Veloso completando o escore.

Como era de se esperar, o jogo não foi dos mais tranquilos. Só ficou ao gosto português quando a Bósnia ficou reduzida a 10 homens, instantes após Ronaldo apontar, em grande estilo, o terceiro golo português. Ainda assim, a Bósnia voltou a discutir o apuramento quando diminuiu para 3 a 2. A partir daí a então perdulária equipa de Paulo Bento cilindrou o adversário, com três golos.

Agora que o purgatório da repescagem está superado, cabem algumas considerações: Portugal precisa de um guardarredes mais confiável que Rui Patrício, Ricardo Carvalho tem que voltar o quanto antes e Cristiano Ronaldo tem, sim, condições de ser o ponto de desequilíbrio da equipa, que marca presença pela sétima vez consecutiva na fase final dos grandes torneios que disputa: Copa do Mundo e Eurocopa.

A baliza lusa passa por uma situação curiosa. Eduardo, que deveria ser o dono da posição, é apenas suplente do brasileiro Artur no Benfica. Assim está em desvantagem na disputa com o leonino Rui Patrício. Acontece que o guardarredes do Sporting não tem tido atuações seguras, o que pode por a termo as chances lusitanas. Uma solução passaria pela volta do bracarense Quim à equipa, mas este não goza da confiança  dos portugueses.

Outro ponto fraco de Portugal é a defesa,  fragilizada após o afastamento do titular indiscutível Ricardo Carvalho, que foi suspenso por um ano pela Federação Portuguesa de Futebol. Cabe aí uma reaproximação, promovida pelo capitão Cristiano Ronaldo, colega de Carvalho no Real Madrid, ou mesmo por José Morinho, que tem prestígio junto à FPF.

No mais, Paulo Bento parece não ter problemas. Tem dois laterais de qualidade para a direita (Silvio ou João Pereira), quem têm a oferecer mais que os antigos internacionais Paulo Ferreira e Bosingwa; o melhor defesa-esquerdo do mundo, Fábio Coentrão, três trincos de muita qualidade, que são Miguel Veloso, Raul Meireles e Thiago, além de João Moutinho, Nani, Carlos Martins e Danny, que são excelentes ganchos a serviço da Equipa Nacional. Hélder Postiga mostrou-se decisivo, mais que Hugo Almeida, e até Nuno Gomes ainda pode sê-lo.

Sobre Cristiano Ronaldo, este está jogando como nunca, seja com a camisola merengue ou com a encarnada. Faz golos de todos os tipos, serve os companheiros e criou, graças a seus últimos treinadores, um senso de grupo que não tinha. Finalmente está pronto para ser o condutor, no relvado, da nau lusitana.

Às armas e às glórias, Portugal.

Tudo pra dar Europa em 2014

Nunca gostei desse negócio de "se tal coisa acontecesse hoje, como seria?", mas algo que tem acontecido e que está saltando aos olhos é a superioridade das seleções europeias ante as sul-americanas.


As melhores seleções do futebol mundial, hoje, estão do lado de lá do Atlântico. É só ver e comparar a renovação que acontece no Velho Mundo e a entressafra geral do futebol dos países da Conmebol.


A Alemanha, que sempre teve a tática como primazia, apresenta uma seleção leve e habilidosa, a despeito da sua tradição de panzers e meias-motorzinhos carregadores de bola, além de trincos cães-de-guarda. À frente da linha de defensores hoje joga Schweinsteiger, que é meia de origem, ou Kroos, que também sabe jogar à frente. Na armação, jogadores que estão voando, como Khedira, Özil e Müller. É um time jovem, com muita lenha ainda para queimar.


A Holanda continua com a mesma base que perdeu a final - e a cabeça - na Copa da África. Exceto por ser um time extremamente violento, dá gosto ver o time laranja jogando. E a exemplo da Alemanha, esta geração está longe do final.


A Itália de Cesare Prandele parece ter aprendido com os pecados - devidamente pagos - da última Copa. Tem um time mais leve, mais jovem e não abre mão dos fantasistas. E tem camisa.


A Espanha passa por um momento estranho, tendo perdido a maioria dos amistosos que fez contra seleções fortes (Argentina, Portugal e Inglaterra), mas em jogos oficiais venceu tantos quantos jogou. Além do mais, tem a seu favor o entrosamento pré-fabricado do Barcelona e tem tudo para atravessar o Atlântico com o rótulo de favorita na camisa.


Na América do Sul as gigantes Argentina e Brasil estão em período de entressafra. E a renovação não vem sendo bem conduzida. Na Argentina pela falta de talentos e no Brasil pela falta de planejamento e competência, além de a safra não ser também das melhores.

O Uruguai, por sua vez, tem um time já ajeitado e forte, mas carece de renovação. Considerando que faltam dois anos e meio para o Mundial, a Celeste chegará com uma equipa envelhecida. Se não repetir os erros italianos vistos no Continente Negro, pode fazer boa figura.


Ainda falta muito para a Copa e as Eliminatórias mal começaram, mas é bom abrir o olho desde já, senão veremos uma festa europeia na América do Sul.

Em casa que falta pão


De acordo com a sabedoria popular portuguesa, quem fala demais dá bom dia a cavalo. No Palmeiras as coisas andam mais ou menos neste sentido. E graças a uma das estrelas da companhia, o atacante Kléber.

O Gladiador entrou em rota de colisão com seus superiores, sejam diretores ou o técnico Felipão, e desde então a coisa desandou. Tirando os dias contados a partir do afastamento após a briga com o treinador, foram mais de 100 sem marcar um golzinho sequer.


É ponto pacífico que, para ser polêmico, alguém tem que ser indispensável, o que não é o caso do camisa 30 (por enquanto) do Verdão. Kléber não resolve os problemas do clube há muito tempo. E assim foi em todos os times por onde passou: São Paulo, Dínamo de Kiev, Cruzeiro e o próprio Palmeiras. É um jogador que tem uma técnica apenas razoável e uma raça que às vezes descamba para a violência quase desleal. E suas atitudes têm deixado um ambiente já hostil, de um time que não ganha há quase dois meses, ainda mais carregado.


Muita da culpa passa pela diretoria do próprio Alviverde. Quando o ranheta atacante foi a público vomitar os maiores impropérios em cima do vice-presidente Roberto Frizzo, o correto seria a diretiva verde puxar-lhe a orelha. E o que fizeram? Sob as bênçãos de Felipão passaram-lhe uma permissiva mão na cabeça e aí foi dado o cartão verde para o Gladiador.



Foi só mais um capítulo da esbórnia que se tornou o Palmeiras, desde que Thiago Neves deu de ombros para o contrato assinado e picou a mula para o Oriente Médio. O argentino Martinuccio fez o mesmo e foi para o Tricolor Carioca, atual time do Thiago Neves. Teve também o capítulo da agressão ao volante João Vitor, onde ninguém teve razão.


Casa em que falta o pão é assim mesmo. Mas no caso o que falta não é pão, é comando.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Conversa pra boi dormir

Tenho ouvido desde ontem que a briga pelo título de campeão brasileiro ficou restrita a Corínthians e Vasco, dados os resultados da última rodada. Mais que isso, graças às constantes escorregadas, sobretudo, dos cariocas Botafogo, Flamengo e Tricolor do Rio.


Da mesma forma que quando os líderes tropeçam todos os outros voltam à disputa, revigorados, e que o Brasileirão é um sucesso, pois é o único campeonato do mundo no qual cinco ou até seis times têm condições de levantar a taça.




Nem sempre equilíbrio é sinônimo de qualidade, ludopedicamente falando. Mesmo porque o campeonato brasileiro é fraco. Neste campeonato de "pontos parados" ninguém dispara. É nivelado? Sim, é, e muito, mas é nivelado por baixo, bem por baixo. Ninguém é confiável, nem mesmo o Corinthians, que tem o melhor elenco ante os outros postulantes ao título.


Não dá pra conceber, em um campeonato de pontos corridos, que um time fique 10 jogos sem vencer e ainda assim tenha chances enormes de ser campeão. Isso mostra que esse negócio de cada jogo ser uma decisão é balela. é conversa fiada.



O único time que sobraria é o do Santos, caso levasse a sério o campeonato. Assumiu o risco de pensar apenas no Mundial e, se não vencê-lo, ficará com o ônus de ter aberto mão de um Brasileirão que poderia vencer, até com certa tranquilidade, mesmo poupando alguns jogadores.


É evidente que, por ser um produto e este deva ser vendido, boa parte da imprensa exalta este equilíbrio, mas daí a dizer que o campeonato é bom vai uma diferença gigantesca. Como bem diz o grande Mauro Beting, "o campeão será aquele que melhor fugir do rebaixamento".

domingo, 13 de novembro de 2011

Gente como nós

Há um antigo ditado em Portugal que diz que quem não bebe tem algo a esconder. Sabe-se que o português é um povo intenso, em tudo. Quando está triste, não há tristeza maior, sobretudo quando ela se materializa no choro de uma guitarra portuguesa a acompanhar a voz melancólica do fadista. Quando está contente, porém, o português é festeiro como não há em lugar nenhum.

Ontem estive na padaria do amigo Johnny para acompanhar o jogo da Lusa contra o Vila Nova e, de quebra, tomar uma cerveja e comer os tradicionais tremoços. Desta feita, porém, Johnny providenciou um ótimo churrasco para apreciarmos com o também ótimo futebol do time do Jorginho.

Enquanto a pelota não rolava no relvado do Serra Doirada, a mesa cheia anunciava a presença da gente d'além mar no lugar. Como bem diz a música, há fartura em tudo o que um bom português faz. E nem precisa de passaporte, pois o bem receber, o calor de um abraço sincero e os olhos marejados em sinal de agradecimento pela acolhida e pela visita já denunciam, além do rubroverde das bandeiras espalhadas pela padaria e pelas camisolas de toda a malta que lá estava.

Em campo, cada golo apontado pela Lusa era uma festa. Nem o tento de empate, alcançado pelo Vila tão logo a Portuguesa inaugurou o escore, esfriou o ânimo da gente lusitana. Coisa que só uma equipa que goza de plena confiança dos adeptos consegue. E isto a Lusa tem de sobra.

E como quem não bebe tem algo a esconder, ninguém escondia a alegria por ver a Lusa tendo outra atuação bem conseguida, a de número 21 no campeonato. Alegria esta demonstrada em um abraço, um sorriso largo ou mesmo em uma lágrima.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Nosso dia chegou: Lusa campeã!!



O nosso dia chegou. A Portuguesa de Desportos é campeã! Ninguém merece mais que nós esta taça, esta glória. É o fim de uma página triste, quiçá a mais triste de todas. Mas um fim glorioso, inesquecível. Com o estádio lotado, com todas as nossas glórias reunidas. Com um comandante de caráter, que conhece a Portuguesa como ninguém. E só quem conhece a Lusa seria capaz de compreendê-la.

Foi um trabalho árduo, difícil, cheio de obstáculos, com quedas, momentos vergonhosos, não para se esquecer, pois é nos erros que se aprende. Deve-se, sim, lembrar de todos os erros, equívocos, e usá-los como um mantra, para que nunca mais a Portuguesa saia do seu lugar.

E seu lugar é onde sempre foi: entre os grandes. Não são as quedas que apequenam. O que diferencia os grandes dos demais é a capacidade de se reerguer. E nisso a Portuguesa foi gigante.

E a Lusa é gigante. É enorme. Sem essa de Barcelusa. Hoje não. Hoje é Portuguesa, apenas Portuguesa, e isso nos basta. E isso ninguém nos tira. A glória da nossa história, a força, a tradição e a certeza, agora sim, inquestionável, que a Portuguesa é um time campeão.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Chegou o dia

O dia chegou, finalmente. Hoje a Lusa recebe o Sport para fazer história. Para soltar, de uma vez por todas, um grito que está preso há muito, muito tempo.
É curioso como não sei o que escrever para tentar mostrar a grandiosidade desse momento. Se fosse na minha velha Olivetti, já teria amassado uma dúzia de papéis. Aqui é mais fácil, é só apagar.
O que ninguém irá apagar é o histórico momento da Lusa. Uma comunhão não vista há muito tempo entre diretoria, time e torcida. Claro que o time ajudou, pois está jogando o fino da bola. Nos dias em que a coisa não vai, é a raça que substitui a técnica. E quer saber? Torcedor que se preze gosta de futebol bonito, mas se for jogado com raça, pela camisa, pelo suor, aí é que as bancadas se rendem.
Já procurei palavras bonitas, frase de efeito, fiz buscas no Google. Nada se compara à alegria de ver o "time do coração" merecendo tal alcunha. Nada!
Pode ser que o Leão da Ilha do Retiro vença em pleno Canindé e que o título venha através dos pés do Náutico, se este tropeçar. Pode ser que venha na outra semana, contra o rebaixado Vila Nova, ou contra o Duque de Caxias, lanterna absoluta desde o início da competição. Ou contra o Icasa, no Ceará. Tanto faz.
O fato é que já fizemos a festa numa épica noite de sexta-feira, contra Ponte Preta. Já somos campeões. O jogo é só para fazer festa, de novo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Time misto do Vasco deixa a desejar

O Vasco entrou em campo ontem à noite pelo jogo de ida das quartas de finais da Copa Sul-Americana. Com um time misto, o time da colina viajou até Lima, no Peru, para enfrentar o Universitário no Estádio Nacional.

Logo nos primeiros minutos da primeira etapa, a equipe peruana começou atacando o gol vascaíno, perdendo boas oportunidades de abrir o placar. Diferentemente do Universitário, o Vasco não entrou em campo com a mesma vontade. Com desordem, os cariocas mal chegavam ao gol adversário.

Aos 37 minutos, de tanto insistir, os peruanos abriram o placar em uma cobrança de pênalti: Torres foi derrubado logo na entrada da área pelo zagueiro Douglas, o árbitro Carlos Vera assinalou o pênalti, convertido por Ruidíaz. Ainda na primeira etapa, Torres, infernizando a zaga vascaína, quase amplia o placar com um toque por cobertura no goleiro Fernando Pras, porém, Nilton salvou dando um chutão para fora do gramado.

Na segunda etapa, diferente do que foi visto no primeiro tempo, o time carioca começou melhor, com iniciativas de gol, quase igualando a partida em falta batida por Bernardo. Mas a chance perdida mesmo veio aos 12 minutos, quando Alecsandro recebeu um ótimo passe de Allan, mas o atacante acabou chutando na rede pelo lado de fora.

Como diz o ditado “quem não faz toma”, os jogadores da colina viram Torres, o capetinha da partida, ampliar o placar. O jogador recebeu de Fano e tocou na saída de Prass, deixando os times da casa mais a vontade no placar. Após ter feito o segundo gol e o Vasco voltando à desordem, o Universitario só administrou o placar, esperando o término da partida.

Com a derrota por 2 a 0 , o Cruzmaltino precisa vencer o jogo de volta por uma diferença de três gols para chegar às semi-finais da Copa Sul-Americana. O jogo acontece na próxima quarta-feira, em São Januário.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Vou torcer pra Ponte

No final de semana a Ponte Preta joga no Moisés Lucarelli com o Americana, um desses timinhos de empresários que vivem perambulando de cidade em cidade atrás de uns trocados. Se ganhar, mantém agonizando as remotíssimas chances de tirar o título da Portuguesa. No caso de qualquer outro resultado, é caixão e vela preta. Ou melhor, verde e vermelha.

Aí você deve dizer assim: "Esse patrício bateu a cabeça, só pode! Por que raios vai torcer pela Ponte, se o resultado negativo da Macaca beneficia a Lusa?"

É simples, pá! Se a Ponte não ganhar, seremos campeões sem entrar em campo. E que graça tem isso? Eu quero ver o Canindé pintado de rubro-verde mais uma vez, como foi contra a mesma Macaquinha, que valorizou nossa vitória e nossa festa de sexta-feira passada.

Um Canindé tomado por uma aura especial, como se víssemos Dener e Enéas desfilando pelo relvado do Oswaldo Teixeira Duarte.

Eu quero ver o mesmo brilho nos olhos de toda a malta orgulhosa que lotou as bancadas do Monumental do Pari. Que passou 90 minutos a cantar. Que torce pra Lusa bebendo vinho.

Que cantou o hino da Portuguesa, o feito pelo Roberto Leal, mesmo sem saber direito a segunda estrofe. Que abraçados, uns aos outros, choraram de alegria e expurgaram toda uma década de amarguras e decepções.

Este é o Canindé que eu quero ver de novo contra o Sport, Duque de Caxias ou Barcelona. Um Canindé nosso, pleno de alegria, para que cantemos a plenos pulmões que é uma casa portuguesa, com certeza.

Por isso vou torcer pra Ponte. Para poder gritar, de novo, agora sem as inconvenientes formalidades matemáticas, 'é campeão!', junto da minha gente.