quarta-feira, 30 de outubro de 2013

IPTU

Sabe a aprovação do aumento do IPTU? Esqueçam as discussões acaloradas, o Fla-Flu, o PT vs PSDB e a balela da mídia golpista. O buraco é mais embaixo, muito mais. É bem rasteiro, na verdade.

Teve de tudo: ameaça de represália, de exoneração, remanejamento de funções a toque de caixa, barganha política com direito à farta distribuição de cargos no segundo e terceiro escalões e, pasmem, a antecipação em um dia para não correr o risco de que a turma do Hassab (ou Kaddad? Ah, é o Haddad) sofresse uma clamorosa derrota. Hoje, que Inês é morta, como diria Pedro, o primeiro, haverá a discussão acerca da votação. "Bela merda", como diz meu pai.

Sabe-se que, antes de votações de tamanha importância, acontecem audiências públicas para discutir o projeto, inclusive para que os nossos estimados votantes-representantes saibam no que estão votando e não digam depois, como já está acontecendo, que foram ludibriados. Se você não sabia, meu incauto leitor, agora sabe. É como a qualidade (ou falta dela) do parlamentar que te representa na Casa.

Abaixo, eis a lista, em ordem alfabética, dos que votaram a favor ou contra o projeto de lei de autoria do prefeito Haddad. Ah, não se iludam. Nem todos os votos contrários ao achaque são ideológicos. Quase nenhum é, na verdade. Quando o PT era oposição, votou contra, e quando a situação era PSDB/DEM(o)/Turma do Kassabinho, o voto foi favorável.

Imagem: Wilson Dias / ABr
Votos a favor
Alessandro Guedes - PT
Alfredinho - PT
Ari Friedenbach (o pai da menina que foi morta pelo Champinha, lembram?) - PROS
Arselino Tatto - PT
Atilio Francisco - PRB
Calvo - PMDB
Conte Lopes - PTB
George Hato - PMDB
Jair Tatto - PT
Jean Madeira - PRB
José Américo - PT
Juliana Cardoso - PT
Laércio Benko - PHS
Marquito (aquele em quem o Ratinho disse que votaria) - PTB
Milton Leite - DEM
Nabil Bonduki - PT
Nelo Rodolfo - PMDB
Noemi Nonato - Pros
Orlando Silva (o ex-ministro dos Esportes, que perdeu o cargo por causa do escândalo dos cartões corporativos) - PCdoB
Paulo Fiorilo - PT
Paulo Frange - PTB
Edemilson Chaves - PP
Reis - PT
Ricardo Nunes -PMDB
Senival Moura - PT
Souza Santos (não teria seguido a orientação do partido porque foi preterido do cargo de líder do partido na câmara) - PSD
Vavá - PT
Wadih Mutran (não participou da primeira votação por causa de uma conjuntivite, mas nem era preciso. Ontem, que precisava do seu voto pra fechar a conta, e abrir sua carteira, eleitor, ele compareceu de óculos escuros, mas compareceu) - PP
Ricardo Teixeira (foi exonerado via liminar da Secretaria do Meio Ambiente para que seu suplente, Abo Anni, que votou contra na primeira votação, não tivesse direito a voto) - PV

Imagem: George Gianni/PSDB
Votos contrários
Adilson Amadeu - PTB
Andrea Matarazzo - PSDB
Aurélio Miguel - PR
Aurélio Nomura - PSDB
Claudinho de Souza - PSDB
Coronel Camilo - PSD
Coronel Telhada - PSDB
Dalton Silvano - PV
David Soares - PSD
Edir Sales - PSD
Eduardo Tuma - PSDB
Floriano Pesaro - PSDB
Gilsoin Barreto - PSDB
Goulart - PSD
Police Neto - PSD
Marco Aurélio Cunha - PSD
Mário Covas Neto - PSDB
Marta Costa - PSD
Natalini - PV
Ota - Pros
Patricia Bezerra - PSDB
Ricardo Young - PPS
Roberto Tripoli - PV
Sandra Tadeu - DEM
Toninho Paiva - PR
Toninho Vespoli - Psol

Manual do neomanifestante

Está por fora da onda de protestos? Quer ser um rebelde sem causa? Quer pagar de Black Bloc pros parça? Opa, tá fácil! É só seguir o Manual do Neomanifestante que trazemos a você.

1 - Encontre outros desocupados, como você. Nem precisa de muito, umas três dúzias servem, só pra ficar na baciada;

2 - Arrume uns 15 vagabundos, como você, dispostos a depredar as coisas. Mas devem ser vagabundos e covardes, como você;

3 - Cubra o rosto com alguma coisa. Pode ser um capuz, uma blusa da GAP, da Abercrombie ou uma lata de lixo. Se quiser um look mais adequado a sua personalidade, use a lata de lixo, pois combina com você;

4 - Saia quebrando tudo e corra. Afinal, você é covarde. Faça tudo em bando. Afinal, você é covarde;

5 - Queime os carros e saqueie o comércio, esses símbolos da burguesia e do neoliberalismo tucano, do jeitinho que te ensinaram na USP;

6 - Só não faça isso com os carros e as empresas do seu pai. Ele é burguês, mas é seu pai, e pode descontar da mesada;

7 - Arrume uma personalidade pra te apoiar, tipo o Caetano Veloso. Pode ser o próprio;

8 - Poste as fotos no Facebook ou no Instagram e marque seus amigos. Não é uma atitude inteligente, mas quem falou que você é?;
8.1 (parágrafo único): use uma foto dessas como avatar do seu perfil no Facebook.

9 - Ah, você precisa de uma causa. Pode ser qualquer uma, desde que seja lida no Facebook;

Pronto! Vá as ruas e proteste. E diga que não é por 20 centavos.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Um preço alto por ser forte

A força está ligada a muitos significados. Podemos defini-la como alguém que busca vencer na vida, que está doente e precisa melhorar de saúde, fazer esforço físico, dar um chute em uma bola de futebol, arremessar uma bola de beisebol, superar problemas familiares. São inúmeros os assuntos a serem tratados com essa palavra, que mexe tanto com a parte física quanto psicológica.

Porém, a força física pode se adquirir com treinamentos, o ato de levantar peso, praticar algum esporte, cuja consequência é a pessoa realizar algumas das opões citadas no primeiro paragrafo. Mas quero me referir à força psicológica, que vem de dentro, essa sim é a verdadeira guerreira. Sem ela o corpo só é um objetivo comum.

Fato é que o ser humano começa a descobrir sua força interior nos momentos mais difíceis de sua vida, ou melhor, usá-la, porque esta é usada em situações especificas e muitos não sabem o próprio poder que têm.

Certa vez ouvi de uma pessoa a seguinte frase: “Deus não dá uma pedra maior para quem não consegue carregá-la”. Não deixa de ser uma frase interessante e que lá no fundo tem o seu significado. Sempre reflito sobre ela por diversas e diversas vezes. O lado “positivo” é que sim, são poucas as pessoas que conseguem não deixar o pedregulho cair. Apesar dos sérios problemas, pode tombar, mas não cai. A força (mental) que se adquire ao longo do tempo deixa o ser humano mais forte (mentalmente).

Mas e o lado das perguntas? Dos por quês? Esse é um lado negativo ou pode se tornar positivo ao longo do tempo? É difícil dizer. Muitas pessoas exclamam que em tudo na vida existe um porque. Até lá nós vamos aprendendo, sofrendo, superando obstáculos, tentando levar a vida da melhor maneira possível.  

Ao longo do tempo o ser humano pode ir fortalecendo a sua força ou com insistentes problemas perdê-la de uma só vez, e quando isso acontece, o pedregulho cai ladeira abaixo e carrega o homem junto com ele. Usar a força que temos dentro de nós para continuar caminhando é preciso. Mas até onde vai a força psicológica de nós, seres humanos? Existe um limite? A vida acaba cobrando o seu preço lá na frente? Só Deus sabe.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Saudades de tempos recentes

Foto: Revista Veja/ Uol Esporte
Poderia escrever sobre mais uma barbárie das torcidas organizadas, mas vou optar pelos comentários acerca do Majestoso no Morumbi.

Saudade de tempos recentes, quando assistíamos a um duelo entre Emerson Sheik e o menino Lucas. Saudade de ver o Rogério Ceni em grande forma. Saudade de Ralf e Paulinho destruindo no meio-campo. Saudade do Jadson, que era jogador de Seleção Brasileira. Saudade de torcida que torcia e não batia (evidentemente, há muito tempo, algumas pessoas começaram a confundir torcida com bandidagem).

O clássico no Morumbi só retratou o momento ruim de duas equipes que há um ano brilhavam e mostraram que planejamento e bom trabalho davam resultado. O Corinthians era o então campeão da Libertadores e mais tarde campeão do mundo. O São Paulo, o melhor time do segundo turno do Brasileirão e tempos depois vencedor da Copa Sul-Americana.

O tempo passou. O professor Adenor caiu no marasmo e, junto dele, principalmente, o comodismo de boa parte do elenco alvinegro. O São Paulo trocou o comando, jogadores e travou na falta de planejamento para 2013. Recorreu a Autuori, que naufragou com seu barco. Apelou para Muricy, que busca de todas as formas salvar o time do descenso.

Engraçado é ver que ambos os times tinham perspectivas gigantescas para esta temporada. Fizeram boas contratações, dentre elas Alexandre Pato e Lucio. Até agora nenhuma deu certo. O ultimo, aliás, deve rescindir seu contrato em breve com o Tricolor.

Dizem que a saudade só aparece depois de muito tempo. Os torcedores e apaixonados pelo bom futebol já a sentem depois de quase um ano de títulos importantes dos dois clubes.

A temporada ainda não acabou, mas é bom São Paulo e Corinthians tomarem cuidado, afinal em dois meses muita coisa pode mudar.

domingo, 13 de outubro de 2013

Não são torcedores

Vejo corintianos nas redes sociais urrando por punição ao São Paulo por conta da barbárie de alguns delinquentes (não são torcedores) nas arquibancadas do Morumbi.  Normal, visto que, por causa da atitude semelhante da marginália (não são torcedores) com a camisa do seu time, o Corinthians foi punido. Até aí, nada mais justo, pois a mesma pena deve ser aplicada quando ocorre o mesmo delito.

É óbvio que o São Paulo, que está numa pendura desgraçada, corre sério risco de perder alguns mandos de campo por causa desses parvos (não são torcedores). O problema é que punir o clube, qualquer que seja ele, não vai resolver a questão, pois esses patifes (não são torcedores) estão pouco se lixando para "seus" times. A punição tem que ser sobre eles, os arruaceiros (não são torcedores). Não será a primeira vez, mas não acontecerá picas com eles.

A primeira medida deveria partir do próprio distintivo: processar essa chusma de ignóbeis (não são torcedores), cobrar deles os prejuízos que acabam sobrando para os clubes. Em vez disso, alguns cartolas continuarão passando a mão na cabeça dessa horda (não são torcedores) e a imprensa (sim, também temos nosso quinhão de culpa) dirá que a polícia é despreparada.

Ah, sim, um processo criminal viria bem a calhar também. Para isso, é preciso identificar os patifes (não são torcedores). E é possível. Se não, vejamos:


Na imagem, só de saída, dá para apontar pelo menos quatro crimes: formação de quadrilha, desacato a autoridade, desordem pública e crime de rixa. A cara dos vagabundos (não são torcedores) está aí, para quem quiser. Basta as autoridades quererem.