terça-feira, 18 de agosto de 2015

Futebol, sofisma e perfumaria

Sofisma. Segundo o Dicionário Aurélio, esta é uma palavra de origem grega que significa:
1. Argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má-fé por parte de quem o apresenta; 2. Argumento que parte de premissas verdadeiras, ou tidas como verdadeiras, e chega a uma conclusão inadmissível, que não pode enganar ninguém, mas que se apresenta como resultante das regras formais do raciocínio; 3. Argumento falso formulado de propósito para induzir outrem a erro; 4. Engano, logro, burla, tapeação.
Em outras palavras, sofisma é meia-verdade. É um artifício usado para, numa discussão de qualquer natureza, fazer uso de um argumento que não poderia sê-lo.

Digo isso ao assistir ao Donos da Bola desta segunda-feira. Em pauta, só para variar, a arbitragem. Favorece A ou B? Existe esquema para ajudar o Corinthians? 

Onde entra o tal do sofisma? Digo: colocam dois lances de natureza semelhante: os pênaltis não marcados para o São Paulo contra o Corinthians e para o Goiás contra o São Paulo.  

São lances parecidos? Sim. Afinal, são dois momentos em que a arbitragem errou. Mas podem ser comparados? Nem a pau! Nunca. Ao menos se a discussão for séria.

O lance capital a favor do São Paulo no Majestoso aconteceu já nos acréscimos de um jogo que estava empatado. Caso fosse marcado, haveria uma chance gigantesca de o resultado ser alterado. No caso do jogo do Tricolor com o Goiás, a grande penalidade aconteceu também no fim do jogo, mas o placar apontava 3 a 0 para os goianos.

Dois lances semelhantes, mas completamente desproporcionais. 

É importante deixar claro que o que este blog levanta aqui não é se A, B ou C é o beneficiado. A questão outra: é a discussão. É o que norteia não só os bate-papos no boteco, mas as postagens raivosas nas redes sociais e, principalmente, o comportamento do torcedor no estádio.
Os programas esportivos da TV aberta viraram espaço para puro entretenimento, em que o jornalismo é colocado em segundo plano. Dá audiência? Serve! Não dá? Esquece.
Numa época em que as redes sociais dão voz a imbecis, as empresas jornalísticas ou os departamentos de Jornalismo das empresas de comunicação (não raro concessões) devem assumir seu papel, que é informar da melhor forma possível, com isenção. E não me venham com essa de que "o telespectador que troque de canal, pois a empresa visa o lucro". O lucro não pode se sobrepor à responsabilidade de informar. Isso é Jornalismo. O resto é perfumaria.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Parabéns, Portuguesa

Da união de cinco escudos nasceu, em 14 de agosto de 1920, a maior demonstração de amor pelas cores portuguesas do futebol brasileiro. Uma identificação. Um norte. Um pedaço de Portugal em terras distantes.

Como amor não é propriedade e não tem patente, logo a Portuguesa deixou de ser um clube para portugueses para se transformar na grande família que Archimedes Messina fez com que cantássemos nas frias arquibancadas do Dr. Oswaldo Teixeira Duarte. 

Para ser Portuguesa, não precisa ter sangue lusitano ou um chiadinho no s; ou mesmo pronunciar o r arrastado.

Para ser Portuguesa, basta trazer no peito o orgulho pela Cruz de Avis, que há de brilhar nos brasões que você traz na bandeira verde-encarnada. 

Para ser Portuguesa, basta ir à luta; basta vibrar o coração a cada jornada. Com vitória ou derrota, tanto faz o resultado.

Para ser Portuguesa, basta ser amor. Se não for amor, nunca foi Portuguesa.