quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Pequim - 2008

Acabamos de assistir, na manhã de domingo, à maior e mais bem sucedida edição dos Jogos Olímpicos, dessa feita na sua 29ª edição, se contarmos apenas a era moderna, desde Atenas'1896.

tudo beirou a perfeição, desde a infraestrutura, passando pelas moderníssimas e belíssimas - e quantas mais "íssimas" couberem - instalações para a prática dos esportes, indo até a cerimônia de encerramento. Um espavento só! É claro que falhas aconteceram. Como o erro imperdoável de sumirem com a vara da saltadora brasileira Fabiana Mürer, o que fez com que ela perdesse completamente a concentração e ficasse alijada da disputa por medalha. Mas convenhamos, não foi suficiente para ofuscar o brilho dos jogos.

Brilho, aliás, que ficou intenso como nunca graças às performances quase que sobrehumanas dos super atletas Michael Phelps e Usaim Bolt, que pareciam ter saído das histórias em quadrinhos nas peles dos heróis Aquaman e The Flash.

Não tão brilhante foi a parte que coube ao Brasil. Nunca levamos tantos atletas para os jogos, não só em quantidade, mas também em qualidade.

Pelo menos era a impressão inicial. Esperava-se, pelo menos, igualar o desempenho de Atenas’04, quando tivemos cinco ouros, mas subimos ao lugar mais alto do pódio apenas três vezes. É verdade que pela primeira vez foram conquistadas medalhas individuais por parte das mulheres, com o bronze da judoca Ketelyn Quadros. Mais dois bronzes, de Natalia Falavigna no taekwondo, e Fernanda Oliveira e Isabel Swan, na vela, e o ouro de Maurren Maggi no salto em distância confirmaram a evolução do nosso esporte feminino. Isso sem contar a inédita vitória de nossas meninas do vôlei de quadra. A outra vitória veio nas piscinas do espetacular cubo d’água, nos 50 metros livres, pelas mãos, ou melhor, braçadas do paulista César Cielo, que também foi bronze nos 100 metros livres, enquanto todos os nossos holofotes estavam virados para Tiago Pereira, pelo sensacional desempenho no Pan do Rio de Janeiro. Esperava-se mais do judô - dos três campeões mundiais, só Thiago Camilo subiu ao pódio -, do atletismo, da ginástica artística. No vôlei (tanto o de quadra quanto o de praia) e no futebol as medalhas vieram. Na vela também. A cor aguardada, no entanto, era outra.

Ficou a impressão que, nos momentos decisivos, ainda não temos a frieza dos grandes. Vejam o caso de Phelps, por exemplo. Antes dos jogos ele disse, pra quem quisesse ouvir que ganharia os ouros em tantas quantas fossem as provas em que viesse a competir. E conseguiu, a despeito da pressão que resolvera trazer para si. Assim como Daiane dos Santos sucumbiu há quatro anos, Diego Hypólito, campeão mundial, como ela, também falhou quando não podia. Talvez por excesso de confiança, dado que a manobra na qual caiu não era das mais complicadas. Jade Barbosa parece já entrar derrotada, ainda falta-lhe controle emocional.

A esses, foram dadas todas as condições. Nesses casos, e em casos similares, deve haver cobrança. Outro que também ficou aquém do que poderia apresentar foi o triplista Jadel Gregório. Atletas polêmicos, como ele, têm que se sobressair para assim justificarem a força de suas personalidades. Aliás, desde que inventaram essa tal “personalidade forte”, acabaram os arrogantes e prepotentes.

Quem também viu o ouro bater na trave, literalmente, foram as meninas do futebol. Mas desde já, devem ser absolvidas de quaisquer tipos de cobrança, dada a total falta de apoio tanto por parte da CBF quanto por parte da imprensa, que sequer cobre os pouquíssimos amistosos da seleção. O mesmo não se deve dizer dos “homens”, mas isso é pano pra outra manga.

Enfim, o saldo não foi dos piores, mas ficou bem abaixo do que era esperado, e do que era possível. Que sirva de lição para Londres, daqui há quatro anos, quando alguns dos que estiveram em Pequim estarão quatro anos mais velhos, mas também quatro anos mais experientes.

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