sexta-feira, 6 de março de 2009

A crônica da tragédia anunciada

O dia 4 de março de 2009, uma quarta-feira de temperatura agradável, estará pra sempre na memória de todo torcedor da Portuguesa como o dia em que a Lusa, de tantas glórias, foi eliminada da Copa do Brasil pelo valente, porém fraquíssimo, time do Icasa, o obscuro penúltimo colocado do Campeonato Cearense.

Mas foi apenas o desfecho de uma tragédia previamente anunciada dois dias antes, na reunião entre o elenco e o técnico, Mário Sérgio, que culminou com o afastamento dos meias Fellype Gabriel e Preto. E que serviu para externar o quão frágil é o relacionamento entre comandante e comandados.

Quanto ao jogo em si, talvez esse episódio não tenha influenciado no comportamento do time em campo, mas as ausências dos afastados tornaram ainda mais diminutas as opções do ténico.

Além de que a equipe hoje foi muito, mas muito mal armada. Tínhamos no ataque dois jogadores de área, Christian e Fabrício Carvalho, sendo que este sequer vinha sendo relacionado para os jogos. O Edno, que vinha jogando mais à frente, desempenhou a função de armador, a qual não vinha fazendo, ultimamente. Duvido, inclusive, que tenha treinado com essa formação.

Quando o Rei do Gatilho mexeu, o fez errado. Ao tirar o Fabrício Carvalho pra pôr o Fernando, fê-lo pra ganhar o meio de campo, mas como tomou o gol logo em seguida a sua ideia foi pro espaço. Adiantou o Edno e ficou apenas com o Marco Antonio na armação, que vinha atuando sempre como o volante de saída. Quer dizer, precisávamos atacar, mas ficamos com 3 volantes de contenção (Fernando, Rai e Erick) e que sequer tinham jogado juntos, e o único “gancho” do time na verdade era outro “trinco”, só que atuando mais avançado.

Pra completar, tirou o Christian pra pôr o Rogério. Não se tira o atacante mais agudo numa ocasião dessas. Isso é básico. Quando o Edno se machucou, teve que pôr o Goiano, pois não tinha opções mais criativas - no banco, além dos jogadores que entraram, estavam à disposição o goleiro Victor, o lateral esquerda Guigov, o zagueiro Ediglê e o volante Ygor. Afinal, o Preto e o Fellype Gabriel estavam afastados do elenco e o Heverton estava suspenso. Às vésperas de um jogo decisivo o técnico deveria ter administrado melhor a situação criada por ele mesmo. Talvez por duvidar da possibilidade de uma improvável eliminação, que, merecidamente aconteceu.

Enfim, faltou tudo pro Mario Sergio. Jogo de cintura, ousadia e principalmente, inteligência. Isso posto, somado aos acontecimentos dessa semana, acredito que ele tenha assinado seu aviso prévio nessa melancólica e fria noite de quarta-feira.

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