quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A injustiça do tempo

São Marcos do Palestra Itália parou. O ciclo chegou ao fim. Acabaram-se os milagres.

Ficou a lição de que é possível respeitar o seu torcedor sem desrespeitar o do rival. Que dá para promover o espetáculo sem descer o nível ou espinafrar o adversário.

Marcos foi o maior que já vestiu o manto alviverde. Maior que Oberdan. Maior que Ademirda Guia, o Divino. São Marcos do Palestra foi o Ademir da Guia do gol, em todos os aspectos. A mesma dignidade. A mesma classe.

Marcão fará falta. Em uma época que o próprio Palmeiras não se dá o respeito, homens como o eterno camisa 12 são imprescindíveis.

O Arqueiro Verde merecia descer as cortinas de forma mais digna, que fizesse jus à sua importância não só ao Palmeiras, mas pelo exemplo que passou. Ele é um ídolo que faz bem, que deve ser sim imitado.

Erra quem diz que ele merecia um time melhor. Marcos merecia um Palmeiras melhor. De qualquer forma, Marcos encerra feliz, junto da sua gente, e no lugar que sempre mereceu, que é no Parque Antártica.

Ele merece mais que um busto ao lado dos eternos Ademir da Guia, Junqueira e Valdemar Fiume. Merece ficar para sempre na memória de todo torcedor, seja do Palmeiras, do Corínthians ou do Comercial de Ribeirão Preto, como o santo que operou o milagre de estar acima do bem e do mal. Do mal da rivalidade desmedida e imbecil que impregna nossos estádios, cidades e culturas.

Gente como ele não poderia envelhecer nunca. Não deveria se aposentar nunca. O tempo deveria ser seletivo com os santos. Ao menos com o do Palestra.  

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