quarta-feira, 18 de julho de 2012

Pixinguinha, o chorinho e o primeiro grande título da Seleção Brasileira*

Estou muito feliz. A partir de hoje posso contar com a colaboração de um cara que conhece muito, de futebol, de música e da vida: Vinícius Rodrigues, um bon vivant nato, de Piedade para o mundo. Para o debute neste humilde blog, um texto sobre a relação do Pelé do chorinho, o eterno Pixinguinha, com o futebol.

*por Vinicius Rodrigues


Em 1919 um clima de euforia se fazia presente no Rio de Janeiro. O Brasil sediaria o Campeonato Sul-Americano daquele ano e brigaria pelo primeiro título de sua história após dois tropeços contra o Uruguai.


Para receber o torneio, foi construído o Estádio das Laranjeiras, atual sede do Tricolor do Rio. O clima da cidade atingia até os jornais do Rio, como podemos ler nesse fragmento excluído do jornal “A Rua” de maio de 1919. "Antes do campeonato, o football aqui já era uma doença: agora é uma grande epidemia, a coqueluche da cidade, de que ninguém escapa".


Brasil e Uruguai chegaram à final após duas vitórias sobre Argentina e Chile. No jogo que definiria o campeão, empate por 2 a 2. Outra partida foi marcada e após 90 minutos sem gols as equipes jogaram outros 30 minutos sem balançar as redes.


Não existia a disputa de pênaltis e, com as equipes desgastadas, o jogo teve mais 30 minutos. Logo aos três minutos Neco cruzou da direita, Heitor chutou e o goleiro uruguaio rebateu nos pés de Friedenreich que anotou o gol que deu a seleção o primeiro título de sua história e selou o jogo que ficou conhecido como a batalha sul-americana.


Inspirado pelo acontecimento que contribuiu, e muito, para que a paixão pelo futebol florescesse no brasileiro, Pixinguinha, mestre do choro, em parceria a Benedito Lacerda, deixou sua homenagem à conquista e compôs “1 x 0”.


Estudiosos do choro dizem que o ritmo acelerado da música e sua cadência rítmica refletem toda a correria e disputa da partida. Originalmente, a composição não apresenta letra. Ela foi escrita apenas em 1933 por Nelson Ângelo.



Na opinião do humilde escritor que apenas batuca em caixinhas de fósforo, a versão sem a letra é infinitamente mais bonita, porém, música é igual futebol, cada um a seu gosto.


*Vinícius Rodrigues, 24 anos, é  corintiano, boêmio e jornalista, 
nesta ordem, e, se pudesse escolher, queria ser João Nogueira.

Texto originalmente publicado no blog Paixão Clubística

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