* por Douglas Sato
Desde o momento em que o Atlético Mineiro, o Galo,
assumiu a liderança da Série A do Campeonato Brasileiro, houve muito receio e
desconfiança por grande parte de mídia especializada. E não é por acaso,
sejamos sinceros. A equipe de Minas Gerais não realizava uma campanha de
destaque há um bom tempo. Porém, desta vez, contrariando todos os prognósticos,
o que se vê é um time conciso, forte e sem grandes valores individuais, e que
vem rendendo e liderando o principal campeonato nacional de futebol do Brasil.
Existem pessoas que possam creditar a boa fase ao jovem
Bernard. E não estarão erradas, mas dizer que ele é o único é um erro. O mais
certo é que ela funciona muito bem coletivamente, com boas opções em campo e no
banco de suplentes. Em todos os jogos do certame nacional a equipe vem
funcionando. O jovem Bernard é sem dúvida um atleta a se notar e, talvez, um
dos mais selecionáveis. Creio que não seria uma má idéia o selecionador
nacional, Mano Menezes, dar ao atleta uma chance, já ele vem fazendo por
merecer.
O zagueiro Leonardo Silva de longe não é nenhum defensor que
faça frente aos grandes da sua história como Luizinho e Vantuir, entre outros, mas a fase é tão
boa que uma simples espanada da defesa para o ataque pode resultar em gol. E os laterais não
fogem a este pensamento, Junior Cesar é um motorzinho nos cantos do campo. Já
Marcos Rocha faz o seu papel, sem brilhantismo, mas com eficiência.
Grande incógnita no início da temporada, Renan Ribeiro saiu
debaixo das três traves, e entrou em cena, apesar de uma transferência as
pressas, o goleiro Victor, que já esteve na seleção e é um goleiro seguro, algo
que a equipe buscava há muito tempo. Finalizando o setor defensivo, o defensor
Rever entra a mesma linha do arqueiro: vestiu a canarinha e demonstra muita
sapiência.
No meio de campo, os volantes Pierre e Leandro Donizete são
os cães de guarda, diga-se de passagem, bem eficientes na contenção. Não são
fantásticos e nem estão entre os melhores do setor, porém nem precisam ser: são
excelentes taticamente para a equipe mineira e isso é o que importa.
Os ofensivos Bernard, Danilinho e Ronaldinho Gaúcho formam a
tríade de ligação atrás do ataque. Os três, mesmo que às vezes apagados, vão
desempenhando papéis muito bons, especialmente R49 e Bernard. Todos sabem que o
melhor jogador do mundo pela FIFA por duas vezes, não é mais aquele do
Barcelona, mas hoje é um jogador muito útil ao Atlético Mineiro, em lampejos de
criatividade e decisão. Abertos pelas alas, Bernard e Danilinho dão a rapidez,
agilidade e habilidade. E no ataque Jô, que não é um artilheiro dos mais
regulares, vem se consolidado na função de matador da equipe.
No comando, o experiente e por vezes desacreditado Cuca, que
mesmo não alcançando nas equipes que passou o resultado esperado, no Atlético
possui o elenco na palma de sua mão. Soube domar R49 e deu a equipe ritmo e
padrão de jogo, tanto que neste nacional possui apenas uma derrota, para o São
Paulo, no Morumbi.
Atualmente, o Atlético Mineiro é indiscutivelmente o melhor
time do campeonato. Não só pelo time, mas pelos números que comprovam. Depois
de jogadas 18 rodadas, lembrando que a equipe mineira tem um jogo com o
Flamengo atrasado e, por isso, tem só 17 jogos, mesmo com esta partida a menos
a equipe de Belo Horizonte tem um aproveitamento de 82,4%, com 42 pontos até
aqui.
Nada disso significa que o Atlético Mineiro levantará o
caneco. Pode ser que sim, como pode ser que não. O que já dá para fazer é parar
chamar o Galo Mineiro de cavalo paraguaio. A essa altura do campeonato, com
tantas partidas acirradas, com um time tão sólido e uma campanha tão
impressionante, não é mais possível dizer que o Atlético não brigará pelo
título.
* Douglas Sato tem 23 anos, é músico e estudante de Jornalismo
(nesta ordem) e, nas horas vagas, é imitado pela dupla Cesar Menotti e Fabiano
(nesta ordem) e, nas horas vagas, é imitado pela dupla Cesar Menotti e Fabiano
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