Por Douglas Sato*
PARA A HISTÓRIA Titular e capitão na conquista da Libertadores da América de 2005 (Alexandre Batibugli/Abril) |
Craque, líder, mito, capitão,
artilheiro, goleiro e provavelmente o maior jogador da história do São
Paulo. Esse é o tamanho de Rogério Mücke Ceni, mais conhecido como Rogério Ceni,
no mundo da bola. É o jogador que mais representa o que é jogar no Morumbi, um
dos templos do futebol, o que mais representou uma torcida que canta, apoia e
emociona. Por volta das 19 horas do domingo (06), o árbitro Ricardo Marques
Ribeiro encerrou o duelo entre Goiás e São Paulo, com vitória da equipe
paulista por 1 a 0, no estádio Serra Dourada, em Goiânia, e decretou o começo
de uma nova fase para o time do Morumbi.
Aos 42 anos e mais de 1,2 mil jogos pelo São Paulo, o arqueiro
se aposentou do futebol. “Se você pensar, 25 anos em uma mesma empresa em que
você se expõe publicamente para ser julgado quarta e domingo, é bastante tempo.
É uma carreira toda e chegar aos 42 anos jogando é difícil”, disse Rogério Ceni
em diversas mídias.
O adeus do capitão faz o clube romper (pelo menos dentro de
campo) com o último remanescente de duas eras vitoriosas. O goleiro estava no Tricolor
durante o título mundial de 1993 e ajudou a reconduzir a equipe ao topo, com as
conquistas do Mundial de Clubes da FIFA e a Libertadores de 2005, seguido pelo
tricampeonato brasileiro nos anos seguintes e a Copa Sul-Americana de 2012.
Os quase 20 títulos em sua carreira, incluindo a Copa do
Mundo de 2002, ganharam ainda mais destaque pela habilidade paralela como
batedor de faltas e pênaltis. Foram 131 gols, recorde no futebol mundial para
um arqueiro, feito acompanhado pela liderança fora de campo.
CEM VEZES CENI Rogério comemora o centésimo gol da carreira (Wagner Carmo/Inovafoto/Vipcomm) |
Agora, caro leitor, sei parece estranho. Afinal, após todos
esses dados, aonde quero chegar? Nem eu realmente sei. Como posso falar ou opinar
sobre um cara que por 90 minutos foi maior do que o Liverpool? Um cara que pode
ter superado a mística de Telê Santana no São Paulo? Que desbancou ídolos como Serginho
Chulapa, Luis Fabiano, Raí, Zetti, Poy, Valdir Peres,
Fórlan e é considerado o maior atleta de um clube profissional de futebol? É
uma tarefa difícil para mim e ainda maior para o São Paulo.
O MUNDO ÀS SUAS MÃOS Após atuação antológica, Rogério ergue a taça de campeão do mundo (Getty Images) |
Fora Pelé, ninguém é insubstituível. Mas, como preencher a
lacuna deixada por um goleiro que suspirou? Suou. Superou. Mitou. Volto a dizer: não sei. E o São Paulo? Só o tempo dirá. Mas,
enquanto não tivermos resposta, só posso dizer que Rogério Ceni fez muito
dentro e fora de campo para o São Paulo. Merece todas as festas e honrarias, e
vindo deste singelo texto uma palavra de carinho. “Até breve, capitão. Para sempre campeão!”
Principais títulos
pelo São Paulo (ordem cronológica):
1992: Campeonato Paulista;
1993: Copa Libertadores da América, Recopa Sul-Americana, Supercopa da Taça
Libertadores da América, Mundial de Clubes;
1994: Copa Conmebol, Recopa Sul-Americana;
1996: Copa Master Conmebol;
1998: Campeonato Paulista;
2000: Campeonato Paulista;
2001: Torneio Rio-S. Paulo;
2005: Campeonato Paulista, Copa Libertadores da América, Mundial de Clubes;
2006: Campeonato Brasileiro;
2007: Campeonato Brasileiro;
2008: Campeonato Brasileiro;
2012: Copa Sul-Americana.
Pela Seleção Brasileira:
1997: Copa das Confederações;
2002: Copa do Mundo 2002.
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Douglas Sato tem 26 anos, é músico e jornalista (nesta ordem)
e, nas horas vagas, é imitado pela dupla Cesar Menotti e Fabiano.
e, nas horas vagas, é imitado pela dupla Cesar Menotti e Fabiano.
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