segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Obrigado, M1TO!

Por Douglas Sato*
PARA A HISTÓRIA Titular e capitão na conquista da Libertadores
 da América de 2005 (Alexandre Batibugli/Abril)
Craque, líder, mito, capitão, artilheiro, goleiro e provavelmente o maior jogador da história do São Paulo. Esse é o tamanho de Rogério Mücke Ceni, mais conhecido como Rogério Ceni, no mundo da bola. É o jogador que mais representa o que é jogar no Morumbi, um dos templos do futebol, o que mais representou uma torcida que canta, apoia e emociona. Por volta das 19 horas do domingo (06), o árbitro Ricardo Marques Ribeiro encerrou o duelo entre Goiás e São Paulo, com vitória da equipe paulista por 1 a 0, no estádio Serra Dourada, em Goiânia, e decretou o começo de uma nova fase para o time do Morumbi. 

Aos 42 anos e mais de 1,2 mil jogos pelo São Paulo, o arqueiro se aposentou do futebol. “Se você pensar, 25 anos em uma mesma empresa em que você se expõe publicamente para ser julgado quarta e domingo, é bastante tempo. É uma carreira toda e chegar aos 42 anos jogando é difícil”, disse Rogério Ceni em diversas mídias.

O adeus do capitão faz o clube romper (pelo menos dentro de campo) com o último remanescente de duas eras vitoriosas. O goleiro estava no Tricolor durante o título mundial de 1993 e ajudou a reconduzir a equipe ao topo, com as conquistas do Mundial de Clubes da FIFA e a Libertadores de 2005, seguido pelo tricampeonato brasileiro nos anos seguintes e a Copa Sul-Americana de 2012.

Os quase 20 títulos em sua carreira, incluindo a Copa do Mundo de 2002, ganharam ainda mais destaque pela habilidade paralela como batedor de faltas e pênaltis. Foram 131 gols, recorde no futebol mundial para um arqueiro, feito acompanhado pela liderança fora de campo.

CEM VEZES CENI Rogério comemora o centésimo gol
da carreira (Wagner Carmo/Inovafoto/Vipcomm)
  
Agora, caro leitor, sei parece estranho. Afinal, após todos esses dados, aonde quero chegar? Nem eu realmente sei. Como posso falar ou opinar sobre um cara que por 90 minutos foi maior do que o Liverpool? Um cara que pode ter superado a mística de Telê Santana no São Paulo? Que desbancou ídolos como Serginho Chulapa, Luis Fabiano, Raí, Zetti, Poy, Valdir Peres, Fórlan e é considerado o maior atleta de um clube profissional de futebol? É uma tarefa difícil para mim e ainda maior para o São Paulo.

O MUNDO ÀS SUAS MÃOS Após atuação antológica, Rogério
 ergue a taça de campeão do mundo (Getty Images)
Fora Pelé, ninguém é insubstituível. Mas, como preencher a lacuna deixada por um goleiro que suspirou? Suou. Superou. Mitou. Volto a dizer: não sei. E o São Paulo? Só o tempo dirá. Mas, enquanto não tivermos resposta, só posso dizer que Rogério Ceni fez muito dentro e fora de campo para o São Paulo. Merece todas as festas e honrarias, e vindo deste singelo texto uma palavra de carinho. “Até breve, capitão. Para sempre campeão!”

Principais títulos pelo São Paulo (ordem cronológica):
1992: Campeonato Paulista; 
1993: Copa Libertadores da América, Recopa Sul-Americana, Supercopa da Taça Libertadores da América, Mundial de Clubes; 
1994: Copa Conmebol, Recopa Sul-Americana; 
1996: Copa Master Conmebol; 
1998: Campeonato Paulista; 
2000: Campeonato Paulista; 
2001: Torneio Rio-S. Paulo; 
2005: Campeonato Paulista, Copa Libertadores da América, Mundial de Clubes; 
2006: Campeonato Brasileiro; 
2007: Campeonato Brasileiro; 
2008: Campeonato Brasileiro; 
2012: Copa Sul-Americana.



Pela Seleção Brasileira:
1997: Copa das Confederações; 
2002: Copa do Mundo 2002. 

* Douglas Sato tem 26 anos, é músico e jornalista (nesta ordem)
e, nas horas vagas, é imitado pela dupla Cesar Menotti e Fabiano.

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