sexta-feira, 22 de março de 2019

Estreia para esquecer - Portugal 0 x 0 Ucrânia

Imagem: Reuters

Quer ver Portugal se enrolar? Dê a bola e feche-se na intermediária. Falta um pé que pense melhor o jogo, que encoste e faça Bernardo Silva ser efetivo. Fernando Santos imagina este ser o João Moutinho, como já pensou ser o João Mário e o André Gomes. Errou sempre. Talvez Pizzi pudesse ser, jogando na ala, um bom auxiliar para o meia do City.

O jogo de estreia nas Eliminatórias da Eurocopa, em que Portugal entra defendendo o título, lembrou demais o jogo com o Uruguai na Copa, mas como a Ucrânia não tem Cavani e Suarez (graças a Deus), o jogo ficou 0 a 0.

Cristiano Ronaldo entregou o que dele se esperava: movimentação, finalizações e foi o jogador mais perigoso da equipe de Fernando Santos, não tendo dado a vantagem a Portugal somente porque o goleiro Pyatov esteve em excelente plano. O mesmo não se pode afirmar de Bernardo Silva, mas, neste caso, a responsabilidade cabe ao treinador português, que teima em desperdiçar seu talento ao deixá-lo preso à ponta, em vez de aproveitar de sua visão de jogo e movimentação na zona de criação, como bem faz Guardiola no Manchester City.

No fim, o empate só não se transformou em desastre porque Pepe, como de costume, fez uma partida exemplar e salvou um gol certo do pé de Júnior Moraes quando este teve o gol aberto após sobressalto de Rui Patrício.  

Rui Patrício: um balde d'água teria o mesmo trabalho que ele.
Cancelo: bem na defesa, medonho no apoio;
Pepe: ganhou metade das jogadas na sua área (e salvou Portugal no fim do jogo);
Rúben Dias: ganhou a outra metade;
Raphael Guerreiro: assistiu ao jogo de dentro do campo;
William Carvalho: o único que se salvou do meio pra frente;
Rúben Neves: tentou de tudo e errou tudo (saiu para dar lugar a Rafa, que não tentou e não errou);
João Moutinho: praticamente um a menos em campo (entrou João Mário e manteve o nível do titular);
Bernardo Silva: deve ligar para o Guardiola à noite e dizer que sente saudade;
André Silva: um bom chute e só (em seu lugar, Dyego Sousa pelo menos se movimentou mais, o que não quer dizer muita coisa);
Cristiano Ronaldo: tentou, acertou, parou em Pyatov, tentou, errou, tentou, tentou e tentou, mas, sozinho, não consegue sempre fazer a diferença.


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