quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Portugal - não haverá o capitão, mas haverá Portugal

VOO CANCELADO - Desta vez, o Rei de Solna não estará onde começou

Aplacado pela Covid-19, Cristiano Ronaldo é carta fora do baralho para a sueca contra a seleção da Suécia, contra quem tem sido bisca, ás e trunfo nos últimos confrontos. Só que, mesmo sem seu jogador mais decisivo, ainda mais pelo histórico apresentado quando o oponente é o nórdico.

Eis a má notícia, posto que em qualquer lugar do mundo a ausência do principal jogador seria mesmo uma má notícia - por que não há de sê-lo em Portugal? A boa notícia, porém, é que quando o astro da camisola 7 e da braçadeira não está disponível, os talentos às ordens de Fernando Santos podem dar conta do recado.

Há vantagens e desvantagens tanto na presença, quanto na ausência do artilheiro. Se com ele as ações são mais centralizadas e torna-se natural que seja o gajo dos 101 golos o homem mais procurado nas zonas de definição, sem Cristiano é forçoso buscar por protagonistas alternativos, mas perde-se aquele que tem a maior capacidade de desatar nós mais justos. É, pois, uma discussão infértil, mas debates desportivos se alimentam deste tipo de pauta e há que se conviver com isso.

Seria parvoíce imaginar que a Suécia resolva encarar à vera o confronto com os lusos, mesmo que uma derrota possa decretar o rebaixamento na Liga das Nações. No entanto, se a fome obriga a presa sair da toca, é expectável que os comandados de Jan Andersson apostem numa formação com duas linhas pouco espaçadas e seus dois avançados a compor também sem a bola. 

Mesmo sem pontuar, os visitantes de logo mais não perderam feio nenhuma das três partidas (0-1 França, 0-2 Portugal e 1-2 Croácia definido no final). Contra Portugal mesmo, no jogo dos golos 100 e 101 de Cristiano, o placar manteve-se nulo quase até o intervalo, somente desfeito do magnífico livre do capitão no lance em que ficaram reduzidos a 10 homens, fator que condicionou o restante do confronto. 

Pode ser que a mesma formação da estreia, com Danilo à frente dos centrais, Moutinho a ser o primeiro construtor e Bruno Fernandes a escudeiros dos três avançados (aposto em João Félix "como falso 9" a revezar com Diogo Jota e Bernardo Silva a fazer de tudo no José Alvalade) seja vista em campo. A mobilidade poderá ser importante para balançar os suecos e encontrar espaços, mas não haverá os pés mais capacitados para converter hipóteses em tentos.

Só ao fim e ao cabo saberemos.

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