terça-feira, 1 de março de 2022

A primeira vítima da guerra

"Numa guerra, a primeira vítima é sempre a verdade". A frase é do senador republicano Hiram Johnson.

É indiscutível que toda guerra é lamentável. No mais, eleger Putin, que é um grande desgraçado, como o malvadão da história e desprezar todo o contexto histórico (de longa data e atual) e geopolítico da região, é um erro e não será com meia dúzia de vídeos ou textos no Facebook ou de um blog cujos textos são majoritariamente sobre futebol masculino (como este, por exemplo), que alguém terá a base necessária para entender bem o negócio.
Da mesma forma, desprezar a interferência norte-americana na região - e isso não é novidade nenhuma -, com o apoio ao Euromaidan e a ascensão de grupos neonazistas ao poder - e isso tem os dedos de Obama e de Biden, que também tem as digitais no Brasil pós 2013 -, é limitar demais a análise. No meio desse preto e branco, tem muito cinza para entender.
Ponto.

É preciso também lamentar, mas não se surpreender, com o lodaçal racista que impregna a mídia, que se entristece com os loirinhos de olhos azuis que estão morrendo ou tendo que se refugiar, mas que caga gloriosamente para a Guerra Civil do Iêmen, só para citar um exemplo.
Da mesma forma, bater palmas para a ação coordenada de COI, FIFA e UEFA, que decidiram agora que invadir o território do vizinho (atentem-se ao contexto geopolítico, por favor) é feio, mas nunca moveram caralha de uma palha contra o histórico intervencionismo americano, ou mesmo quando a Rússia foi lá anexar a Criméia, em 2014 (teve Copa em 2018), ou admitir o indigesto e inaceitável estado de Israel, mesmo com os ataques à Palestina, é, no mínimo, seletivo, para não dizer hipócrita.

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