Hoje, na hora do almoço, assisti, como de costume, a dois ou três programas esportivos. Entre reportagens repetitivas, debates tão improdutívos quanto dispensáveis e corintianismos exacerbados - como a TV aberta é pobre! -, chamaram-me a atenção duas notícias, de forma ambígua: a punição imposta ao nadador estadunidense Michael Phelps e uma declaração sobre Phelps, por parte do Ronaldo (cada vez menos) Fenômeno.
Caso o leitor não estivera no Planeta Azul nos últimos dias e não saiba o que houve com o nadador mais completo da história, explico: Phelps fora flagrado fumando maconha numa espécie de narguile, durante uma "inocente" festinha universitária, no seu país natal. Como a foto rodou por todas as partes do mundo, restou a Phelps apenas pedir desculpas pelo - segundo o próprio - momento de fraqueza.
Apesar de o fato ter acontecido em novembro, portanto sem riscos de comprometer Phelps em algum exame antidoping, o supercampeão foi punido pela federação de natação daquele país com três meses de afastamento de qualquer competição, além de perder seu apoio financeiro enquanto cumprir a suspensão. Não obstante, ainda perdeu o patrocínio de uma empresa de cereais.
Do lado de cá do Atlântico, durante uma entrevista coletiva - até porque ele só concede exclusivas a uma certa rede de TV -, entre uma reclamação e outra, dada a marcação cerrada dos fotógrafos, por conta das últimas fotos tiradas numa boate paulistana, Ronaldo defendeu o nadador, dizendo que ele (Phelps), por suas conquistas, não teria que dar satisfações a quem quer que fosse e poderia fazer o que bem entendesse.
O que o Fenômeno esquece é que Phelps é um exemplo pra milhões de pessoas e todas as suas atitudes repercutem imensuravelmente, para o bem e para o mal, logicamente. O estranho é que, apesar de viver constantemente sobre o mesmo fio-da-navalha, o atacante parece não ter aprendido essa lição.
Ronaldo hoje é o herói de milhões de brasileiros, principalmente dos pequenos corintianos e, como tal, deve ter cuidado ao agir e principalmente ao falar, ainda mais quando se trata dessas sandices proferidas na referida entrevista.
Como diz meu tio Bino, "melhor ouvir isso que ser surdo." Mas, sinceramente, tenho cá minhas dúvidas...
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