* Por Humberto Pereira da Silva
Nas duas últimas décadas poucos jogadores de futebol tiveram o destaque de Ronaldo. Precoce, aos 17 anos foi convocado para a seleção que ganhou a Copa de 94; aos 20 anos foi eleito pela Fifa melhor jogador do mundo e deu ao prêmio a importância midiática que passou a ter (quem, além de aficcionados por futebol, lembra que no ano anterior à sua eleição o eleito foi o liberiano George Weah?). A carreira de Ronaldo também foi conturbada e controversa. Desde o início, olhado com desconfiança por não poucos, nunca chegou a ser exatamente unanimidade quanto ao lugar que lhe cabe na história. Não ganhou títulos importantes nos clubes europeus pelos quais passou, não foi um artilheiro arrebatador em temporadas seguidas, não satifez as expectativas em duas Copas, 98 e 2006, em que se esperava muito dele, e agora, aos 32 anos, quando teria idade para uma última Copa do Mundo, não faz parte dos planos de Dunga.
Mas, mesmo seus maiores críticos teriam dificuldades para justificar que seu nome não se inclua no catálogo dos maiores da história. Ronaldo é o maior artilheiro de todas as Copas e, depois de Pelé, quem mais marcou gols pela Seleção. Ronaldo, ainda, queimou a língua de seus críticos: tido por acabado para o futebol depois de grave contusão em 2000, em 2002 foi artilheiro da Copa com 8 gols, feito que desde Gerd Müller, com 10 gols em 70, nenhum outro jogador chegara a tanto (só para recordar, o polonês Lato fez 7 gols em 74 e até Ronaldo ninguém chegou sequer aos 7 gols de Lato: o alemão Klose fez 5 gols em 2006); tido por acabado novamente em 2008, depois de nova grave contusão, voltou, conquistou títulos pelo Corinthians e marcou gols dignos de Ronaldo.
Além das virtudes como jogador de futebol, Ronaldo parece ter algo que alimenta o mito e desconcerta os críticos: uma determinação pouco vista para ressurgir das cinzas. É essa crença que talvez possa justificar certo silêncio diante de suas atuações recentes. Um crítico cuidadoso poderia ter a língua queimada com um Ronaldo decisivo na Libertadores da América. De qualquer forma, para quem viu Ronaldo partir do meio de campo em zigue-zague na direção do gol e não tomar conhecimento dos adversários, é patético vê-lo com dificuldade para chegar antes da marcação ao receber um passe com a bola a não mais que dois metros de seu corpo.
Para quem ressurgiu em momentos nos quais os mais otimistas não esperavam tanto, difícil dizer que a hora passou. Mas, me parece, chega o momento de se pensar se Ronaldo terá suficiente sensibilidade para separar o homem do fenômeno. O fenômeno está na história, caberia ao homem preservar o mito e encerrar a carreira com dignidade merecida. Esse é o dilema de Ronaldo Nazário de Lima no momento.
Mas, mesmo seus maiores críticos teriam dificuldades para justificar que seu nome não se inclua no catálogo dos maiores da história. Ronaldo é o maior artilheiro de todas as Copas e, depois de Pelé, quem mais marcou gols pela Seleção. Ronaldo, ainda, queimou a língua de seus críticos: tido por acabado para o futebol depois de grave contusão em 2000, em 2002 foi artilheiro da Copa com 8 gols, feito que desde Gerd Müller, com 10 gols em 70, nenhum outro jogador chegara a tanto (só para recordar, o polonês Lato fez 7 gols em 74 e até Ronaldo ninguém chegou sequer aos 7 gols de Lato: o alemão Klose fez 5 gols em 2006); tido por acabado novamente em 2008, depois de nova grave contusão, voltou, conquistou títulos pelo Corinthians e marcou gols dignos de Ronaldo.
Além das virtudes como jogador de futebol, Ronaldo parece ter algo que alimenta o mito e desconcerta os críticos: uma determinação pouco vista para ressurgir das cinzas. É essa crença que talvez possa justificar certo silêncio diante de suas atuações recentes. Um crítico cuidadoso poderia ter a língua queimada com um Ronaldo decisivo na Libertadores da América. De qualquer forma, para quem viu Ronaldo partir do meio de campo em zigue-zague na direção do gol e não tomar conhecimento dos adversários, é patético vê-lo com dificuldade para chegar antes da marcação ao receber um passe com a bola a não mais que dois metros de seu corpo.
Para quem ressurgiu em momentos nos quais os mais otimistas não esperavam tanto, difícil dizer que a hora passou. Mas, me parece, chega o momento de se pensar se Ronaldo terá suficiente sensibilidade para separar o homem do fenômeno. O fenômeno está na história, caberia ao homem preservar o mito e encerrar a carreira com dignidade merecida. Esse é o dilema de Ronaldo Nazário de Lima no momento.
*Humberto Pereira da Silva, 46 anos, é professor
universítário de Filosofia e Sociologia e crítico de
cultura de diversos órgãos de imprensa.
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