segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O déjà vu alviverde

* por Douglas Sato

O pesadelo da Série B do Campeonato Brasileiro que atormentou o Palmeiras desde a conquista da Copa do Brasil de 2012 poderá se tornar realidade ao término deste nacional. A agremiação com maior currículo de títulos do futebol nacional segue lutando, sobrevivendo, mas ao que tudo indica terá um final trágico. Em 2013 o clube, octacampeão do Brasileiro (quatro são presente da CBF), poderá jogar ao lado de ABC, CRB, ASA, Guarani, Paraná, Ceará, entre outros.

O rebaixamento de um grande clube é traumático, causa dor, revolta e profundas mudanças. Num momento assim não existem vítimas, apenas vilões. Desde o maior ídolo em campo até mesmo aquele jogador que apenas compõe o elenco, todos são culpados, sem exceção.

O Palmeiras está praticamente rebaixado. De novo! O calvário já havia acontecido em 2002 e agora parece que se repetirá, coincidentemente dez anos após o primeiro. É triste ver um gigante indo à lona, mas é preciso aceitar, sobretudo quando o clube não se ajuda.

Não vou argumentar em cima de um possível rebaixamento, o qual parece ser inevitável, mas não se consumou ainda. Vou falar sobre este Alviverde que enche sua torcida que canta e vibra de vergonha e que pensa de forma provinciana e muito pequena há anos.

Rebaixado ou não, o Palmeiras precisa fazer uma limpeza geral no clube. Nem que isso custe mais um ano de sofrimento e angústia para a torcida. Essa mudança é inevitável. Ou se faz isso ou o clube seguirá assim, frágil e dependente de um sopro de esperança e sorte (e uma parceria) para buscar um caneco.

Qualquer mudança para 2013 passa pela dispensa do jogador Valdívia. Não falo isso jogando a culpa da degola exclusivamente do chileno. Defendo, sim, a dispensa do camisa 10 como um sinal de que o Palmeiras iniciará um novo tempo.

O clube precisa retomar o respeito pelo seu manto e pela hierarquia dentro do clube. Valdivia não só desrespeita a camisa e a torcida do Palmeiras como também não respeita a hierarquia interna. Já bateu boca com o presidente, com o diretor, com o treinador... Num clube em que tudo pode. Um erro...

Como já disse aqui, diante de um rebaixamento ou de uma campanha vexatória como a cumprida no atual nacional não existem vítimas, nem mesmo o torcedor, que fez com que o time tivesse que jogar a partida de vida ou morte diante do Coritiba em Araraquara. Todos são violões, sem exceção. Então não se esqueçam de Felipão, que abandonou o barco e de Wesley que, apesar de machucado e fora de combate, não pode ficar alheio a todo esse trauma que o alviverde vive nesta reta final da temporada.

O Palmeiras está garantido na próxima Libertadores, afinal ganhou a traiçoeira Copa do Brasil. Se rebaixado, o que fazer: formar um time para disputar o torneio continental e a Série B? Ou formar um time com cara de Segunda Divisão, bem mais barato e condizente com a realidade, para disputar o principal torneio do continente?

Essas são apenas algumas dúvidas que já pressionam os dirigentes alviverdes. Sem contar que o iminente rebaixamento deixará também muitos craques longe do Palestra Itália. A fuga do Palmeiras da degola é possível, mas ao que tudo indica é improvável. Espero que esteja errado, mas é preciso que o Palmeiras me prove o contrário, o que eu duvido.

* Douglas Sato tem 23 anos, é músico e estudante de Jornalismo 
(nesta ordem) e, nas horas vagas, é imitado pela dupla Cesar Menotti e Fabiano. 

1 comentário:

  1. O Palmeiras cairá por méritos. A diretoria não levou a competição nacional a sério e achou que a qualquer momento o time poderia se impor através de sua camisa. É lamentável para o futebol Paulista ter um de seus grandes protagonistas fora da elite do futebol Brasileiro.

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