Quando perdi meu avô materno eu não tinha inspiração para transformar minhas lágrimas e a angústia do passamento do seu João em palavras que trouxessem conforto e alívio para meu coração. Sempre confundo o ano, acho que foi em 1997. O dia eu não sei.
Arquivo pessoal |
Quando o vô Mário morreu e eu escrevi sobre o seu legado pra nós, que ficamos, senti-me, de certa forma, aliviado, como já disse, mas também um pouco incomodado. Por que do vô João eu não falei? Não havia um favorito, mas o momento era diferente. Em todo caso, se eu tivesse falado do quanto o velho João foi importante na minha vida, cometeria a mesma injustiça, que foi externar este amor após sua morte.
Somos assim: injustos e irresponsáveis. Esperamos pelo último minuto para fazer as coisas, isso quando fazemos. Sempre fica a sensação de um "amo-te" que ficou por ser dito.
Hoje, finalmente, presto contas à minha consciência. Ainda assim, o tempo é implacável. Mas algo é mais cruel que ele: o remorso. O arrependimento não perdoa. É uma pena constante, perene, perpétua.
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