Sempre fui ácido quanto ao comportamento bovino do
brasileiro, que normalmente abaixa a cabeça e aceita tudo o que lhe é imposto, passivamente, a não ser que a questão seja seu time de futebol. Aí, e somente neste caso, o
brasileiro se coça.
Eis que, de uma hora para outra, o povo resolveu colocar as
mangas de fora, sair para a rua e reclamar como se deve. Claro que existem os
mais exaltados. Afinal de contas, não se trata de procissões, mas de
manifestações. Também há oportunistas e a molecada que vai só para causar, e é
preciso ter cuidado para não virar massa
de manobra de partidos políticos e movimentos sócio-políticos que
aderiram à causa, qualquer que seja.
Faixa exibida por manifestantes que questiona as prioridades do governo do país sede da Copa do Mundo de 2014. (Dassler Marques/Terra) |
Agora tomam as ruas por causa dos gastos para a Copa do
Mundo e a das Confederações. Chiam por conta da falta de investimentos em saúde
e educação, como se isso fosse novidade. Só que foi decidido em 2007 que o Brasil seria sede do Mundial de
2014 e, por conseguinte, da Copa das Confederações de 2013, e ninguém falou
nada. Em vez disso, fizeram festa, regada a muito dinheiro público e apoio da
Globo, dona dos direitos de transmissão (e da alma de muitos).
SEIS ANOS DE ATRASO Protesto contra a realização da Copa do Mundo no Brasil (Evelson de Freitas/AE) |
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