Este blog é contra qualquer manifestação que acabe em
violência, independentemente do meio ou motivo. No entanto, o que aconteceu na
última quinta-feira, em São Paulo, foge completamente do tolerado até por
pessoas como o editor, taxadas de reacionárias, digamos assim, muitas vezes por
quem sequer sabe o significado do termo. A pancadaria partiu de quem deveria
zelar pela ordem pública, que não estava ameaçada até o momento em que a
polícia resolveu agir.
Há muito tempo não se via uma manifestação tão espontânea,
que tenha partido da iniciativa popular. Qualquer que seja o motivo, o direito
pelo manifesto é sagrado e inalienável. Já passou da hora da grande imprensa
perceber que a bandeira foi levantada não por um bando de moleques de
classe-média desocupados (mesmo que alguns sejam) por causa de R$ 0,20. É mais
que isso.
É pelo dinheiro público jorrando pelo ladrão (e pelos
ladrões) para obras e ações de cunho populista, como os estádios para a Copa e
tudo o que cerca o evento, enquanto o que deveria ser provido pelo Estado, como
saúde, educação e segurança, não encontra o subsídio necessário para tal. Vai
ver é porque essas necessidades não nos causam a sensação de bem-estar e,
consequentemente, transformam-na em voto.
Quebrar paradigmas, alterar o status quo e subverter a ordem
das coisas dá trabalho e, quase sempre, vai de encontro aos interesses de quem
é agraciado pelas benesses do que está estabelecido. Basta saber até onde vão essas
ações (finalmente) populares. Que continuem sem ideologias ou bandeiras
políticas. A única bandeira deve ser a do povo.
Os empresários bancam a campanha do PT em SP, O PT ganha a eleição, O PT dá uma rasteira nos empresários e aumenta o valor da passagem, ora pois, para o trabalhador continua sendo descontados 8% dos vencimentos, os empresários se aliam aos partidos radicais, os partidos excitam a massa dominada, a massa dominada vai para as ruas e não sabe nem o que tá pedindo! Mobilização burra e sem comando = baderna e pancadaria, nem tão simples assim, mas é assim mesmo.
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