Uma final que
foi antecipada. Assim é vista a semifinal de hoje entre Espanha e Itália pela
Copa das Confederações, no estádio do Castelão. Quem não se lembra da
memorável final da Eurocopa no ano passado entre estas duas seleções?
Dizer que a Itália bloqueou o esquema tático
usado pela Espanha nesse jogo seria mentira, até porque foram os espanhóis quem
deitaram e rolaram para cima dos italianos. Com o seu fascinante, mas às vezes
enjoativo, toque de bola, os jogadores da Fúria
chegavam com facilidade e quando queriam ao gol de Buffon, não à toa a Espanha
conquistou seu segundo título, ganhando por 4 a 0.
Pensar que a Squadra Azzurra está mordida com aquela é muito fácil, nenhum jogador
gosta de perder. O elenco italiano e o técnico Césare Prandelli devem
preocupar-se mais em como parar o meio-campo e o ataque espanhol.
Na partida de estreia no
campeonato, o Uruguai foi com uma proposta para cima dos espanhóis errada, montando do
meio campo para a defesa uma linha de cinco até seis jogadores e outra de
quatro ou cinco jogadores, sempre alternando nesse esquema. Além de não encurtarem
o espaço, deixavam buracos na entrada da grande área, e quando conseguiam
roubar a bola, não tinham como sair rápido no contra-ataque porque todos os
jogadores uruguaios estavam em sua defesa e a Espanha tem uma recomposição
defensiva muito rápida.
A
Itália tem em sua escola o forte poder de marcação. Uma tentativa de anular o
meio de campo espanhol é adiantando o ataque e o meio de campo, usando marcação
individual, mas marcação individual mesmo, não dando espaço, consequentemente forçando
os defensores espanhóis a darem o famoso chutão. É cansativo? Talvez, mas esse
humilde jornalista vê como uma disciplina tática e um meio de brecar Xavi,
Iniesta e companhia.
Na parte ofensiva, Pirlo fica encarregado da armação,
colocando os companheiros na cara do gol contra os fracos defensores Piquet e
Sérgio Ramos e o rápido El Shaarawy costurando os zagueiros.
É incomparável o nível técnico que as duas
seleções vivem atualmente, não é história da carochinha que a Espanha é a
seleção a ser batida de uns tempos para cá. Ocupa o primeiro lugar no ranking
da FIFA e encanta o mundo com o seu poder de envolver o adversário com o toque
de bola e posicionamento dos jogadores. Hoje é dia de ver um clássico mundial
entre essas duas seleções. Bom para o público, ruim para quem perder a partida.
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