quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ainda não acabou

O primeiro passo foi dado: o Executivo fez o "impossível", segundo o governador de São Paulo e o prefeito da capital, que era retroceder no aumento da tarifa. Tarifa, aliás, que o próprio Haddad, então um candidato "desconhecido" e que tinha como maior capital político o apoio do ex-presidente Lula, usou como maior bandeira de campanha ao prometer que não aumentaria.

Agora, que o objetivo foi alcançado, é necessário fiscalizar, de verdade, para saber de onde vai sair o dinheiro para que seja viabilizada a manutenção do preço, que já é alto. Ou alguém acha que os empresários do setor de transportes vão arcar com os custos?

Em todo caso, outras demandas urgem e merecem que os protestos prossigam: a saúde pública, que só não está na UTI por falta de vaga, a educação, esteio de qualquer Nação que quer ter futuro (o Japão pós-guerra foi reerguido tendo a educação como base), a PEC 37, de autoria do deputado Lourival Mendes (PT do B - MA), que, caso seja aprovada, tirará do Ministério Público o poder de investigar.

Sobre a Copa do Mundo, não adianta espernear sobre os estádios. Já foram construídos e o evento será aqui. O que não quer dizer, no entanto, que a sangria desatada do dinheiro público não deva ser contida. Na última sexta-feira, por exemplo, foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto 8.028/13, que garante o pagamento de diárias aos ministros que quiserem assistir aos jogos da Copa das Confederações, assim, na faixa.

A farra também inclui os servidores que os excelentíssimos resolverem levar na nova versão do Trem da Alegria. Ou melhor, ou pior, o Voo da Alegria, já que poderão se deslocar utilizando os jatos da FAB. Ah, a mamata inclui os comandantes das Forças Armadas.

Tá bom ou quer mais? Não quer mais? Mas tem mais! O valor das diárias dos ministros pode chegar a R$581, ao passo que seus servidores preferidos terão os gastos cobertos em até R$406,70. Mas calma, que aqui é como as facas Ginsu: o primeiro parágrafo do decreto determina que o governo possa pagar até o dobro do teto.

Numa conta rápida, se os 39 (TRINTA E NOVE!) titulares das pastas, além dos chefes das  Forças Armadas, resolverem ir às partidas, o governo bancará a bagatela de até R$48.818, por dia, isso sem contar os gastos com os seus asseclas e aspones. Fora as viagens em si, que não são baratas.

Ah, cada ministério será responsável pelo pagamento. Num português escorreito, é você, eleitor/manifestante/contribuinte/otário, principalmente otário, quem vai dar aquela coçada no bolso.

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