Quando o STJD puniu a Portuguesa com a perda de quatro pontos por causa da suposta irregularidade na escalação do meia Héverton na última rodada do Brasileirão, eu perdi o tesão pelo futebol. Não por causa da punição, mas da forma.
Ficou a sensação de que, por mais que façamos, não será o suficiente para atender as demandas desse futebol/business, que muitos chamam de moderno. Não que eu considere importante a adequação lusa nesta mesquinharia na qual o futebol se transformou, mas o fato é que nossa simples presença incomoda.
Desde a noite da encenação que teve lugar na Rua da Ajuda, Rio de Janeiro, não assisti a absolutamente nada que fosse relacionado ao futebol. Liga dos Campeões, Mundial de Clubes ou qualquer coisa que ao menos lembre o esporte que Charles Miller trouxe ao Brasil.
Não me via mais naquilo. Não fazia sentido algum sair todos os dias para trabalhar, com raras folgas, para que, por causa da ação nefasta de um procurador qualquer, fosse deitado ao solo tudo o que fizemos durante um ano.
Por conta disso, resolvi que largaria tudo, voltaria a estudar, faria meu mestrado e seria professor. Afinal de contas, o que eu perdi foi a fé no futebol, não no jornalismo, e como professor eu poderia ao menos passar aos meus alunos os meus valores. No futebol de hoje, caro leitor, há pouco espaço para a lisura e a decência.
Eis que neste sábado resolvi dar mais uma chance para mim mesmo e fui ao protesto organizado pela torcida da Portuguesa na Paulista. Vi tanta gente, com tantas camisas diferentes; vi o maestro João Carlos Martins, o Roberto Leal e, principalmente, gente como o Dr. Michel Muniz, lá da Lusa, e o Carlos Ferreira, que fizeram parte do grupo neste ano.
Ora muito bem! Não será isso que me fará desistir de lutar pelo que acredito, qualquer que seja o resultado do recurso que será julgado no pleno do STJD na próxima sexta-feira. Ganhamos o direito de permanecer na elite dentro de campo e somente nele é que aceitamos discutir nosso fado. É nisso que eu acredito e é por isso que eu seguirei lutando.
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