A saudade me deixa triste, mesmo sendo um sentimento bom, pois indica que vivi, que estou vivo. Mas viver com a saudade entristece. Entristece, pois mostra o quanto tenho dificuldade de me desfazer do que, por algum tempo, me fez bem.
Triste ignorância a minha, de achar que tal apego far-me-á bem por mais tempo. Talvez para sempre, pobre pretensioso. A saudade tem o tempo dela e deve perecer depois disso. Ao menos a intensidade com a qual grita na memória.
Nada é para sempre e eu já deveria ter aprendido isso. Nunca o sempre perdura, mesmo a saudade, que me acompanha por eu não ter aprendido a me despedir, mesmo que a partida seja de mim mesmo.
Eu já deveria saber disso, repito, uma vez que a perenidade não cabe a mim, nem a ninguém, pois mudamos com o tempo e, por conseguinte, mudam também nossas necessidades. Só o que não muda é a missão de ser feliz. E só o que não muda, pelo menos em mim, é essa saudade que me deixa triste.
Não sei me despedir dela.
Sem comentários:
Enviar um comentário