domingo, 13 de abril de 2014

Sobre avareza e permissividade

E é isso. Série B. A Justiça decidiu, mesmo sem decidir, que a Portuguesa estreia na próxima Sexta-Feira Santa contra o Joinville, em Santa Catarina, pelo segundo escalão do futebol nacional.

Jogar no feriado santo, algo impensável há alguns anos, nem é o maior dos problemas. Sendo o Brasil um país laico (embora a minoria barulhenta queira transformá-lo em agnóstico ou ateu, já que professar a fé virou, no advento das urrantes redes sociais, ignorância e pecado), não há nada de errado no fato de o jogo acontecer em um dia de guarda. O pecado, neste caso, é capital.

Em nome do poder econômico, alijaram-nos de disputar uma competição na qual nosso lugar foi garantido dentro de campo. Encontraram brechas, interpretaram-nas de acordo com a conveniência e venderam o bacalhau de acordo com a cara do freguês. Tem mais torcida? Opa, pode vir que a gente dá um jeito.

Mas dependendo do pecado, ao sul do Equador, como diria Chico Buarque, ele nem existe. Ou melhor, depende de quem é o beneficiado pela avareza de quem tem a caneta  na mão e o controle sobre o controle remoto do permissivo e corruptível torcedor/telespectador/consumidor.

Todos viraram as costas. Mas por quê? Porque não fomos tenazes? Porque não fomos até o fim? É claro que fomos! Sabe o que nos faltou? Apoio. Não esse de Facebook, que é como abraçar a árvore centenária que será derrubada: é bonito, mas não resolve picas!

Foi um tal de urrar por justiça, de cobrar uma postura dura de um distintivo exaurido de ser solapado, roubado, sufocado. Entre um post raivoso e outro com um chiste qualquer, foram renovar o pacote do pay-per-view ou postar uma foto da figurinha do álbum de capa dura da Copa do Mundo.  

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