domingo, 6 de abril de 2014

Companheiro é companheiro

Durante esta semana a Portuguesa, enfim, entrou na Justiça Comum para tentar (por ora, com sucesso) restabelecer o resultado aferido dentro de campo no Campeonato Brasileiro de 2013/14/... e restaurar os quatro pontos descaradamente extraídos pelo tribunal da Rua da Ajuda, lá no Rio.

Todos que me conhecem sabem a minha opinião acerca do tema, e desde o começo da contenda, que é ir para a porrada mesmo. No entanto, existem inúmeras complicações, qualquer que fosse a postura tomada pela diretoria rubro-verde. 

Exceto o apoio irrestrito e incondicional e óbvio da torcida e de parte da imprensa, não houve um movimento sequer em termos desportivos, seja dos clubes (co-irmãos é o cacete) ou do Bom Senso FC, que desde o início manteve-se inerte, insosso, dando uma de João-sem-braço, como se não tivesse nada com isso. Dos clubes, o único apoio veio de fora, de Barcelos, a cidade portuguesa onde o galo já morto cantou para salvar a vida de um peregrino inocente, sede do Gil Vicente, clube igualmente rebaixado pelos tapetões e que ainda luta para recuperar seu lugar na elite do futebol português.

Aqui, por estas plagas, os clubes não só viraram as costas para a Lusa, como fecharam com a CBF e a rede que detém os direitos do futebol tupiniquim, no ilegal, vergonhoso e despudorado (e quantos adjetivos desabonadores mais houverem para classificar a treta) acordo que reza que os times não recorrerão ou aceitarão que seus torcedores recorram à esfera cível quando seus direitos forem usurpados, sob pena de perder a cota da TV, estrategicamente, a mais significativa fonte de renda dos emblemas nacionais.

Por outro lado, caso aceitasse bovinamente disputar o segundo escalão do futebol nacional, como "aconselhou" a dupla biônica Marin-Del Nero, mesmo em troca de uma cota mais polpuda, seria a morte moral da Portuguesa. Acatar a decisão tomada no "julgamento" da Rua da Ajuda deporia contra a própria história rubro-verde. Mais que isso: decretaria definitivamente o início do fim de um clube que sempre lutou contra as inúmeras sacanagens cometidas contra si ao longo dos anos, desde que decidiu estar entre os grandes.

Hoje somos vistos como os paladinos da justiça, mas, se, no frigir dos ovos, dermos com os burros n'água, ninguém virá nos dar as mãos. Não se engane, torcedor, luso ou não. Estamos sozinhos nessa. Se vencermos, no fim, será somente por nós mesmos. Se perdermos, teremos somente a nós também. 

E não haverá galo a cantar para nos livrar da forca. 

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