Dispensa legenda (Foto: Alvaro Aiose Junior) |
Na semana passada fui à Jovem Pan. O presidente da Portuguesa de Desportos, Jorge Manuel Marques Gonçalves, iria participar do programa Esporte em Discussão. Casa cheia! Flávio Prado, Wanderley Nogueira, Luís Carlos Quartarollo, Nilson César, Claudio Carsughi.
O programa seguiu como sempre. Não é um bom exemplo de organização, como também não era o Mesa Redonda nos tempos áureos, com Milton Peruzzi, José Italiano e Peirão de Castro, e notei que, nos momentos mais exaltados da deliciosa discussão, a voz do mestre Carsughi mal se fazia ouvir. No entanto, quando falava, ninguém interrompia.
Ao fim do programa, cumprimentei todos os contendores com o respeito e a admiração de quem cresceu ao som do rádio AM e resolveu ser jornalista também por isso. Quando apertei a mão do italiano de Arezzo, porém, a emoção foi outra, que se aproximou mais da reverência ao mestre do que simples admiração.
Quando nos preparávamos para irmos embora, parei para ver Carsughi pegar o elevador. Algo trivial, não fosse por um detalhe: quando fiz um curso de jornalismo esportivo no mesmo prédio, há coisa de uns cinco ou seis anos, vi a mesma cena. Quando fui dar uma Palestra no mesmo edifício Sir Winston Churchill, onde também fica a sede da Aceesp, no ano passado, lá estava o velho jornalista, outra vez, na Pan, sua casa há quase 60 anos.
Ontem, como todo mundo, fui pego de surpresa pela sua demissão. Como assim? Como demitem o Carsughi? De pronto, me lembrei da saída do Fernando Solera da Gazeta e do Gertel, histórico repórter da Rádio Bandeirantes. Bandeiras apeadas abruptamente.
Estamos perdendo o norte, a referência, e sem referências não somos nada.
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