PREDADOR Renato Sanches marca seu primeiro gol com a camisa de Portugal (Getty Images) |
Portugal não tem a menor obrigação de jogar bonito.
Nunca teve. Sequer tem essa identidade. Com Fernando Santos no
comando, raramente fez partidas vistosas, mas quase sempre foi um time que se mostrou
forte na sua proposta de jogo: marcar e atacar em velocidade, com poucos
passes, sempre em progressão; caso perca a bola, fecha-se rapidamente. Isso
garante ao time tomar poucos gols, o que normalmente acontece.
Isto posto, tenho visto e lido muita gente que nunca
reservou uma tarde do seu tempo para ver uma partida de quem quer que seja no
time luso, exceção feita a Cristiano Ronaldo e mais alguns nomes conhecidos,
para maldizer. Quem é Cédric? Renato Sanches? Adrien Silva? João o quê? Ah,
Mário. Não, não conheço.
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O inusitado mostra-se na campanha do primeiro
semifinalista da Eurocopa (pela quarta vez nas últimas cinco edições): chegar a
esta fase sem vencer uma partida sequer. O "se" não joga, mas se
Ronaldo tivesse convertido o pênalti contra a Islândia, se os chutes do húngaro
Dzsudzsak não desviassem tanto e se o alemão que apitou hoje tivesse marcado os
dois que aconteceram ontem contra a Polônia, seriam, provavelmente, três
vitórias em cinco partidas, mas o futebol feio seria o mesmo. Futebol feio,
inclusive, que Tite fez o Corinthians jogar em 2012 e desta forma ganhou tudo
(e com todos os méritos), mas ele é genial por isso (e é mesmo).
Não percebem, ou não querem perceber, que este mesmo time
que joga esse futebolzinho mequetrefe teve que reunir forças para se recuperar
de placares adversos, e em partidas muito complicadas.
Então, senhores, devagar com o andor. Também não aprecio
o estilo de jogo da equipe do Fernando Santos, mas e daí? Apreciei menos ainda
ter perdido em 2004 em casa para a Grécia, que jogava um futebol mais feio
ainda que este português.
A história mostra que Portugal não será campeão. Pode
chegar às finais, e jogar, possivelmente, contra Itália, França ou Alemanha,
que são países que normalmente nos vencem. Pelo tamanho da Selecção das Quinas,
o título é muito mais do que podemos almejar. Pelo tamanho do nosso sonho, ser
campeão é só o início do que queremos para nós. Prefiro sonhar.
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Em
tempo: o Pepe é um zagueiro espetacular (quando está com a cabeça no lugar).
Joga mais que o capitão que chora.
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