quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Rogério Ceni e o populismo tricolor


Populismo. De acordo com o dicionário Michaelis, trata-se da "prática política que se baseia em angariar a simpatia das classes menos favorecidas e de menor poder aquisitivo pregando a defesa de seus interesses, geralmente através de ações paternalistas e assistencialistas." Trocando em miúdos, é uma prática usada para angariar apoio popular com medidas fáceis, mas não necessariamente eficazes.

Trazendo para o futebol, é jogar para a torcida.

A VOLTA DO QUE NÃO FOI O M1to chega para comandar o Tricolor
 sem experiência nenhuma na função. Será que basta? (Marcos Ribolli)

E jogar para a torcida é o que a diretoria do outrora clube-modelo São Paulo faz ao anunciar a contratação de Rogério Ceni para o cargo de treinador do time principal.

O ex-goleiro, que pendurou as luvas há pouco menos de um ano, pode até ser o grande ídolo da história recente sãopaulina, tendo conquistado tudo o que poderia com a camisa 1 (e depois 01) do clube, mas para ser treinador não basta ser o goleiro com mais gols, o jogador com mais jogos, vitórias e partidas usando a braçadeira de capitão. O buraco é mais embaixo.

Pode dar certo? 

Poder até pode, mas não será pelos méritos de uma diretoria que traçou um planejamento. Convenhamos, planejar não tem sido o forte dos cardeais do clube da Vila Sônia. 

Leia também:
O resgate brasileiro no 3 a 0 do Mineirão


É impossível negar a identificação dele com o São Paulo, mas isso não basta. Pode conhecer o vestiário como ninguém, mas como é o Rogério Ceni treinador? 

A medida parece mais uma jogada para a torcida, ainda mais quando 2017 será ano eleitoral e o clube nunca esteve tão rachado. No ano passado, fizeram algo parecido ao repatriar El Dio5 Dirego Lugano, mais pelo que jogou no ano da graça de 2005 do que pelo restante da vitoriosa, mas decadente, carreira, como se, com a retirada do agora técnico dos campos, preencher a lacuna deixada pelo único líder incontestável fosse a melhor das soluções.

Não era. O problema era técnico. E não o técnico. Como agora também não é.  

Sem comentários:

Enviar um comentário