Em 2014 este que vos escreve presenciou o acesso do
tradicional Nacional Atlético Clube para a Série A3 do Paulistão. Isso mesmo, o
time se encontrava no fundo do poço e foi diante do Olímpia no Teresa Breda com
um empate por 1 a 1. No domingo de Dia das Mães sofri demais e a recompensa foi
a melhor possível: vitória no tempo normal por 1 a 0 e 4 a 2 na dramática
disputa por pênaltis.
A saída para a distante Olímpia aconteceu às 3h de sábado pra
domingo ao lado de mais três corajosos (leia-se Bruno Morelli, Murilo Sarro e
Claudio Nascimento, este último presidente da Almanac) em um carro alugado.
Depois de percorrer tantos quilômetros e controlar a
ansiedade, chegamos ao local da decisão e a missão não era fácil, porque o Naça
tinha perdido na ida, em pleno Nicolau Alayon, pelo placar de 2 a 1 e agora era preciso vencer por um gol de diferença ao menos para forçar os pênaltis.
Faltando meia hora pra começar a peleja já estávamos no lugar
da torcida visitante, amarrando as faixas da Almanac e o que mais houvesse para incentivar os jogadores em busca de tal façanha.
O jogo teve início e a tensão era algo abissal, como reverter
a desvantagem e sair com a vaga contra o time de melhor campanha do certame. A
pressão foi normal ainda mais com o incentivo de mais de 5 mil torcedores e, mesmo assim, o Naça segurava e se segurava.
Eu não conseguia puxar um cântico ou algo do tipo de tão nervoso,
apenas assistia a um jogo típico de A3: muita briga no meio de campo e força de
vontade de cada atleta.
Pensei que precisava achar um gol de qualquer maneira no
primeiro tempo para deixar o Olímpia nervoso e, no último lance, Ricardinho
cruzou rasteiro, Eder Loko furou, Laécio dominou, virou como um bom pivô e
chutou rasteiro! Fui ao delírio, sem acreditar que o Naça marcou e empatava a
semifinal!
No ato que poderia final, o Galo Azul queria fazer logo o
tento de empate para confirmar a classificação, mas a trave maravilhosa do
Teresa Breda impediu duas vezes, fora as defesas do monstro Felipe, que salvou
novamente em momentos cruciais.
O Naça teve duas chances para fazer 2 a 0 e liquidar a
fatura, mas parou no bom goleiro Igor que cresceu na frente de Laécio e no
artilheiro Leo Castro.
A tensão continuava na arquibancada, agora de ambos os lados, e quando o juiz assoprou para o término do jogo, não acreditei que a vaga para
a A2 seria decidida nos pênaltis. Tudo menos isso, a Almanac sofreu demais ao longo do campeonato e agora mais essa? Pelo jeito era outro teste
para o coração.
A decisão seria bem na minha frente e apenas
fiquei sozinho sem ninguém ao meu lado, como se o mundo parasse naquele
momento. Logo na primeira cobrança, o experiente Luiz Henrique desperdiçou.
Isto foi o suficiente para já bater o pessimismo de falar um palavrão e emendar
o famoso ‘já era’.
No entanto, o Olímpia também desperdiçou e agora é só o Naça
não errar mais e depender de mais um erro deles.
Dito e feito: na segunda cobrança, o Naça converteu e o Olímpia errou! Isto foi
o suficiente até chegar nos pés de Leo Castro, que deslocou Igor e foi para a
torcida! Mais um acesso conquistado na terra do famoso Thermas dos Laranjais e
o Nacional vai estar na A2 de 2018 ao lado de Portuguesa e Juventus!
Eu frequento estádios há mais de 20 anos e pela segunda vez
na minha vida chorei e fiquei emocionado depois de um jogo!
Muito obrigado por tudo, Nacional Atlético Clube! Este dia, 14 de maio de
2017, jamais esquecerei e contarei enquanto estiver vivo!
*Alessandro Yara Rossi é jornalista, corneteiro e fã de esportes alternativos. E este texto mostra que, acima de tudo, é um forte!
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