Por Alessandro Yara Rossi*
NOVO FIASCO O Tricolor foi eliminado em casa pelo fraco Defensa y Justicia (Nelson Almeida/AFP) |
O São Paulo parece que está levando ao pé da letra o trecho
do seu hino, que diz: “As suas glórias vem do passado”, porque ultimamente o
que acontece no Tricolor Paulista é uma sucessão de vexames, como o da noite do
último dia 11 pela Copa Sul-Americana, na eliminação em casa para o
modestíssimo Defensa y Justicia, que nunca tinha jogado fora da Argentina.
Rogério Ceni só não foi demitido ainda porque tem um senhor
nome e muita moral entre a torcida, mas se fosse outro técnico, 100% de certeza
que já teria pego o boné e um abraço.
Desde que virou treinador do São Paulo, o ex-goleiro-artilheiro
ainda não conseguiu sequer consolidar um padrão tático; o sistema defensivo é
um desastre e o time fica todo espaçado no campo, sem nenhuma aproximação.
Parece que os treinos táticos com os auxiliares europeus não estão surtindo o
efeito esperado.
As goleadas impostas no Campeonato Paulista contra equipes
fracas foram ilusórias ao torcedor, que se empolgou um pouco e achou que tudo
seria diferente dos anos anteriores. Porém, as fracas atuações continuam, os
resultados desapareceram e as três eliminações seguidas no primeiro semestre
tendem a deixar qualquer um preocupado.
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Ceni falou na entrevista coletiva concedida depois do empate
por 1 a 1 contra os argentinos que a desclassificação em um torneio de nível
técnico fraco, mas com uma grande possibilidade de título e vaga na
Libertadores do ano que vem não foi um vexame. Ora, então o que precisa ser
feito de pior para ser um?
Está na hora de ele ajustar o time, que antes jogava no 3-4-3, mas que logo
largou mão para ficar no 4-3-3 todo esparramado, sem uma jogada e isolando o
seu centroavante. As substituições não mudaram em nada o panorama e mostraram
certo desespero, como colocar dois atacantes enfiados e sem cruzar uma bola
sequer na área.
O Brasileirão começou com derrota para o algoz da vez na Copa
do Brasil, o Cruzeiro. Mesmo tendo um retrospecto favorável contra a parte azul
de Minas Gerais, a derrota em si por 1 a 0 não foi nenhuma surpresa, mas serve
para reforçar o sinal amarelo que já está ligado. Será a única competição que o
São Paulo vai jogar no segundo semestre, enquanto os seus principais adversários
estarão preocupados com pelo menos mais um torneio. Esta é a hora de o Tricolor
fazer alguns pontos e não se complicar para não chegar a uma vergonha ainda
maior, a consumação de um flerte que foi perigosamente feito em temporadas
recentes.
Rogério tem todo o respaldo, carta branca e idolatria que o
mantêm firme e forte no comando técnico, mas um Brasileirão também ruim deixará
a situação bem complicada, pois o momento é refletir e admitir que o time precise
melhorar muito se pretende brigar na parte de cima da tabela.
Depois de tanto tempo, o torcedor são-paulino sente que a
perspectiva não é nada boa e a época de ficar sem uma taça perdurará.
*Alessandro Yara Rossi é jornalista corneteiro e fã de esportes alternativos
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