terça-feira, 16 de maio de 2017

Ah, se fosse outro técnico

Por Alessandro Yara Rossi*

NOVO FIASCO O Tricolor foi eliminado em casa pelo fraco Defensa y Justicia (Nelson Almeida/AFP)
O São Paulo parece que está levando ao pé da letra o trecho do seu hino, que diz: “As suas glórias vem do passado”, porque ultimamente o que acontece no Tricolor Paulista é uma sucessão de vexames, como o da noite do último dia 11 pela Copa Sul-Americana, na eliminação em casa para o modestíssimo Defensa y Justicia, que nunca tinha jogado fora da Argentina.

Rogério Ceni só não foi demitido ainda porque tem um senhor nome e muita moral entre a torcida, mas se fosse outro técnico, 100% de certeza que já teria pego o boné e um abraço.

Desde que virou treinador do São Paulo, o ex-goleiro-artilheiro ainda não conseguiu sequer consolidar um padrão tático; o sistema defensivo é um desastre e o time fica todo espaçado no campo, sem nenhuma aproximação. Parece que os treinos táticos com os auxiliares europeus não estão surtindo o efeito esperado.

As goleadas impostas no Campeonato Paulista contra equipes fracas foram ilusórias ao torcedor, que se empolgou um pouco e achou que tudo seria diferente dos anos anteriores. Porém, as fracas atuações continuam, os resultados desapareceram e as três eliminações seguidas no primeiro semestre tendem a deixar qualquer um preocupado.

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Ceni falou na entrevista coletiva concedida depois do empate por 1 a 1 contra os argentinos que a desclassificação em um torneio de nível técnico fraco, mas com uma grande possibilidade de título e vaga na Libertadores do ano que vem não foi um vexame. Ora, então o que precisa ser feito de pior para ser um?

Está na hora de ele ajustar o time, que antes jogava no 3-4-3, mas que logo largou mão para ficar no 4-3-3 todo esparramado, sem uma jogada e isolando o seu centroavante. As substituições não mudaram em nada o panorama e mostraram certo desespero, como colocar dois atacantes enfiados e sem cruzar uma bola sequer na área.


O Brasileirão começou com derrota para o algoz da vez na Copa do Brasil, o Cruzeiro. Mesmo tendo um retrospecto favorável contra a parte azul de Minas Gerais, a derrota em si por 1 a 0 não foi nenhuma surpresa, mas serve para reforçar o sinal amarelo que já está ligado. Será a única competição que o São Paulo vai jogar no segundo semestre, enquanto os seus principais adversários estarão preocupados com pelo menos mais um torneio. Esta é a hora de o Tricolor fazer alguns pontos e não se complicar para não chegar a uma vergonha ainda maior, a consumação de um flerte que foi perigosamente feito em temporadas recentes.

Rogério tem todo o respaldo, carta branca e idolatria que o mantêm firme e forte no comando técnico, mas um Brasileirão também ruim deixará a situação bem complicada, pois o momento é refletir e admitir que o time precise melhorar muito se pretende brigar na parte de cima da tabela.


Depois de tanto tempo, o torcedor são-paulino sente que a perspectiva não é nada boa e a época de ficar sem uma taça perdurará.

*Alessandro Yara Rossi é jornalista corneteiro e fã de esportes alternativos

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