quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Um Fenômeno lamentável

Hoje, 30 de janeiro, a FIFA lançou, em evento no Rio de Janeiro, o pôster oficial da Copa do Mundo de 2014. Mais que a presença ilustre de personalidades ligados a quatro das cinco copas conquistadas pelo Brasil, uma frase no mínimo infeliz chamou a atenção. Dentre outras sandices, foi dito que "este é o momento de todos se unirem, inclusive a imprensa. O povo brasileiro não está preocupado com atraso, o povo precisa de alegria".

Craques prestigiam o lançamento do pôster oficial da Copa de 2014 (Reuters)
Quem soltou a lamentável pérola foi o ex-atacante Ronaldo, homem chamado às pressas pelo então presidente de tudo Ricardo Teixeira para dar o mínimo de lisura ao processo de realizar a festa do futebol nos superfaturados gramados  tupiniquins, quando ele, Don Corleone Teixeira, perdia prestígio nos corredores do Palácio do Planalto.  

É deprimente a postura do cada vez menos fenomenal bicampeão mundial sobre o trabalho da imprensa que deve sim fiscalizar, uma vez que o poder público faz vistas grossas ao que o Comitê Organizador Local, do qual faz parte, deixa de fazer.

Ronaldo, que é figura das mais carismáticas dada a sua incrível história marcada por superação (que não cabe aqui reproduzir), deveria usar seu quase intacto prestígio para batalhar para que haja o mínimo de lisura, como faz outro craque campeão do mundo, Romário, na condição de Deputado Federal.

Em vez disso, o ainda gorducho e agora empresário de marketing esportivo aparece com um discurso patético, nojento e alienado, tentando tirar o foco da roubalheira que está em curso. Segundo ele, o sentimento que vê nas ruas é de felicidade e expectativa, diferentemente do tom das perguntas feitas por esta velha mal amada, malvada e recalcada, que é a imprensa. Imaginem só, que petulância a nossa de querer cobrar!

Este blog sugere, pois, ao adiposo ex-atleta que apresente as contas para a pachecada e veja se continuará saltitante, lépida e fagueira. A não ser que seja criada por hienas, é pouco provável que siga rindo da própria desgraça ao ver seus bolsos sendo solapados.


Só elas para riem (Rajesh Pardesh/Crosby Group)  

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Sem mais

Hoje é domingo.

Hoje teve Faustão, Domingo Legal, BBB e outros programas ruins de todo domingo.

Hoje teve até Pica-Pau.

Hoje teve tudo, menos bom-senso. 

Sem mais.
 
   

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Velhos hábitos

Hoje li no jornal que a Portuguesa iria estrear na Segunda Divisão do futebol paulista. Sim, foi no jornal. Ainda preservo alguns costumes, como o café na padaria do seu Antonio, luso e benfiquista como eu; como a cordialidade de um "bom dia" a quem eu sequer conheço; como a leitura do jornal. Admito que, às vezes, a minha saudação matinal não encontra retorno. Bom, o problema não é meu. Se querem ser amargos comigo, que este seja o meu café. E na padaria do seu Antonio.

Lá sou bem tratado. Não por vestir as mesmas cores que ele, mas porque é costume tratar bem a freguesia. Enquanto tomava minha xícara, li no rodapé de uma página qualquer que o jogo da Lusa seria às quatro da tarde. E em Monte Azul Paulista. A imprensa também mantém velhos hábitos. Largar a Portuguesa numa página qualquer é um deles. Enfim, terminei o desjejum e, com o impresso enrolado sob o braço direito, pus-me a andar de volta pra casa.

Fiz meus afazeres cotidianos um pouco mais cedo para poder estar livre no momento do jogo. Afinal de contas, além de a minha equipa debutar nesta época, alguns amigos fariam a transmissão. Como de costume, vesti minha camisola verde-e-encarnada e comecei a acompanhar o jogo. Jogo, aliás, marcado para um horário descabido, ainda mais num dia de semana, e numa cidade que faz calor o dia todo. Mas a Federação Paulista de Futebol tem a prática de pensar no adepto em último lugar, isso quando pensa. 

Mas espera lá! Ainda na primeira parte a Lusa me toma um golo? Ah, ainda tem tempo para empatar e virar. Quem vai imaginar um desaire assim, de cara, contra o Monte Azul? É este mesmo o nome do time? Ah, sim, estava escrito no jornal. O intervalo chegou e nada de golo. Começou a segunda parte com a Lusa a carregar sobre o adversário, desperdiçando hipóteses de chegar à igualdade. Me distraí um bocado com alguma reclamação do meu pai, sobre o vizinho. Ele vive reclamando do gajo da casa do lado, que insiste em deixar o carro à nossa porta.

De repente o speaker grita uma grande penalidade. Deve ser pra nós, pensei. Mas não era. Era para o Monte Azul. Outra vez titubeei sobre o contrário. Difícil acreditar que um time chamado Monte Azul vai batendo a minha Lusa. Por falar em bater, eles bateram o pênalti contra o poste. No entanto, nem este falhanço foi suficiente para evitar a derrota.

Afinal, assim como eu, o seu Antonio da padaria, os jornais, a Federação Paulista de Futebol, meu pai e o vizinho, a Portuguesa também mantém um velho hábito: o de decepcionar seus torcedores.  

Hora de recomeçar

Ontem, no Rio de Janeiro, o técnico Felipão fez sua primeira convocação nesta sua segunda passagem da Seleção Brasileira. Foram dez anos longe do comando do escrete nacional. Dez anos em que o Brasil sequer chegou próximo do título mundial, caindo nas quartas-de-final em 2006, aos pés do gênio Zidane, e 2010, ante a Holanda de Sneijder.

Naquele time de 2002, brilhava, mesmo como coadjuvante, com a camisa 7, um jogador que ajudou o Brasil a ganhar o pentacampeonato. Depois, Ronaldinho Gaúcho passou a ser o 10, ganhou o status de melhor do mundo e grande nome do time, mas nunca correspondeu, tanto que acabou preterido no último mundial, mesmo sem jogadores mais gabaritados na criação. 

Com toda a confiança do chefe, com quem viveu seus melhores dias com a camisa amarela, o meia do Atlético Mineiro parece ter a chance de se firmar novamente na equipe nacional, coisa que não conseguiu com Dunga e Mano Menezes. Mas terá que mostrar serviço e tirar das costas de Neymar o peso de ser o responsável em campo pelas vitórias.

No mais, o retorno do goleiro Julio César, do pequeno Queens Park Rangers, que pode recuperar a titularidade na equipa, a primeira convocação do ótimo Dante, que vive excelente momento no Bayern e, a ressaltar, a ausência de Kaká, outro pentacampeão com Felipão, mas que não tem sido aproveitado no Real Madrid.

Outro recomeço, este muito mais importante, terá lugar em Monte Azul Paulista, cidade da região de Ribeirão Preto e que dista cerca de 420 quilômetros do marco zero da capital paulista. Será também o ponto de partida do tão previsível quanto obrigatório retorno da Portuguesa à elite do futebol estadual.

Contra o Monte Azul, a Lusa será comandada pela primeira vez pelo técnico Péricles Chamusca, que ganhou notoriedade ao ser o improvável campeão da Copa do Brasil de 2004, pelo Santo André. Chamusca chega após anos de futebol árabe, mas com o discurso de um time que valorizará a posse de bola e a velocidade. 

Ele, que fez estágio no Barcelona, terá nas mãos a mesma base que, a muito custo, manteve a Lusa na elite do futebol nacional, sem o goleiro Dida e o volante Léo Silva, que deve ser a ausência a ser sentida, mais até que o experiente goleiro. No entanto, com os poucos, mas pontuais reforços que chegaram, tem tudo para sobrar na Série A2.    

domingo, 20 de janeiro de 2013

Torcida que canta e vaia

Quando o atacante Luan foi substituído por Mazinho, no segundo tempo do jogo de estreia do Palmeiras contra o Bragantino pelo Campeonato Paulista, o Pacaembu foi envolvido em uma sonora vaia ao camisa 11. Já no seu primeiro lance, Luan tentou um drible e foi desarmado, ouvindo os primeiros apupos depois que a bola começou a rolar. Momentos antes, quando o 11 palmeirense apareceu no onze palmeirense, já havia ouvido a desaprovação do torcedor, assim como Márcio Araújo, também vaiado antes do jogo.

Assim começou a temporada para o Palmeiras: da mesma forma que terminou a última. Quando precisou recorrer ao bando, ou melhor, aos mancos, aliás, ao banco de reservas, o técnico Gilson Kleina teve que colocar em campo Mazinho e Maikon Leite, que entravam no decorrer dos jogos da horrenda campanha palestrina no Brasileirão de 2012 e, assim como hoje e sempre, não resolveram.

Tudo bem que é o início da temporada, mas a base rebaixada foi mantida, e sem o diferencial da bola parada qualificada de Marcos Assunção, talvez a única reserva técnica do Alviverde. Hoje, diante do Bragantino, até Barcos foi mal, sendo notado em campo somente no momento do pênalti, quando mandou a bola na trave e as chances de vitória para o espaço.

Falta Valdívia voltar, como tem faltado desde que voltou. Falta Riquelme chegar, mas o passado recente do meia depõe contra o mítico camisa 10 argentino, que fez história com a camisa do Boca Juniors, seja dentro ou fora de campo. Mesmo que acerte, pode ser um erro sua vinda. Pode ser um tiro n'água e na alma do torcedor.

Hoje a torcida direcionou suas vaias a Luan e Márcio Araújo, os dois maiores símbolos do descenso que permaneceram. No mais, apoiou praticamente durante os noventa e poucos minutos de nenhum ou pouco futebol. Acreditem, palmeirenses: o time ainda fede a rebaixamento, mesmo no Paulistão, e vocês continuarão sendo a torcida que canta, vibra, vaia e sofre.  

Torcida que canta e sofre (Levi Bianco/News Free-AE)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O motivo da escolha

*por Fábio Preccaro


Surpreendendo todos que acompanham o futebol europeu, o catalão Pep Guardiola acertou contrato de três temporadas, a se iniciar em julho de 2013, com o todo poderoso Bayern de Munique.
Essa surpresa ficou evidente após ele dizer que gostaria de trabalhar no futebol inglês e jornais da Terra da Rainha cravarem que ele seria o sonho de Roman Abramovich, mandatário do Chelsea, para suceder o ‘tapa buraco’ Rafa Benítez. Os periódicos também diziam que Roberto Mancini balançava no cargo após a eliminação precoce do Manchester City na UEFA Champions League e que Sir Alex Ferguson pensava em aposentadoria do cargo de manager do Manchester United.
Em um primeiro momento, o que podemos TENTAR analisar, por pura especulação, é que Guardiola fugiu de clubes cujo seus mandatários sejam obcecados por resultados positivos e (alguns) brincam de Football Manager: a Inter de Massimo Moratti, o Milan de Silvio Berlusconi e o PSG de Nasser Al-Khelaïfi, além dos times ingleses já citados. A pressão exercida por estes presidentes é imensa, e isso ele não teve no Barcelona e não terá na Baviera.
A Bundesliga é hoje o torneio de melhor média de público (45 mil pagantes) e com taxa de ocupação nos estádios que rondam os 95%. Além disso, o Bayern é disparado o maior vencedor do torneio, com 22 títulos, e sempre é apontado como favorito para levantar a Salva de Prata.
Segundo o comentarista Gerd Wenzel, da ESPN. o clube bávaro tem ‘escolinha de base’, tipo La Masia, onde insere sua filosofia de jogo aos garotos das categorias inferiores. Isso tem dado resultado, já que o atual elenco comandado por Jupp Heynckes conta com seis atletas formados no clube que atuam com regularidade ou são titulares absolutos: Lahm, Badstuber, Alaba, Schweinsteiger, Kroos e Muller.
Junte essa qualidade em formar atletas com o grande poderio financeiro, e teremos um grupo repleto de jogadores de extrema categoria: Neuer, Dante, Boateng, Ribéry, Javi Martínez, Robben, Shaqiri, Luiz Gustavo e Mario Gomez.
Todos estes atletas formam um time de velocidade na saída de bola, que explora bastante as laterais do campo e com qualidade em cadenciar o jogo no meio campo. Quando se defende, o time fica compacto, com os jogadores recompondo de forma rápida e diminuindo o especo do adversário. Talvez não veremos um Barcelona, mas com certeza será um dos maiores times do planeta. Um time que será lembrado por muitos e muitos anos, como os Galáticos do Real Madrid e os Pupilos de Sir Alex Ferguson.
Especialista no futebol alemão, Wenzel também percebeu que o Bayern de Munique é comandado por três ex-jogadores que já venceram a Liga dos Campeões pelo clube na década de 1970**(o presidente Uli Hoeness, o presidente de honra Franz Beckenbauer, com três conquistas, e o diretor executivo Karl-Heinz Rummenigge, com "apenas" dois troféus).
De tabela, Rafa Benítez acabou por perder sua maior sombra para o comando técnico do Chelsea. Essa função, acredito, caberá ao português José Mourinho, ídolo dos Blues.
**1973/1974, 1974/1975 e 1975/1976
* Fábio Preccaro tem 22 anos, estudante de Jornalismo, é fá do futebol do Velho Continente, dos Raimundos, do Bad Religion e da Luiza.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Sobre Pep e o Bayern

O Bayern de Munique anunciou hoje o acerto com o técnico espanhol Pep Guardiola, que estava com os pés pra cima desde que saiu do Barcelona, no fim da última temporada. A sua ida acaba com todas as especulações e os sonhos doirados do Manchester City, que era dado como certo pela imprensa inglesa como destino do treinador.

A notícia é excelente. Trata-se de um dos melhores e mais vencedores técnicos do mundo, que escolheu trabalhar em um clube que tem camisa, que tem tradição, que tem sua história contada dentro do campo, em vez de deixar-se seduzir pelos milhões de um time que comprou sua grandeza no supermercado por um xeque árabe qualquer ou um mafioso russo.

No entanto, não pensem que o Bayern será uma versão bávara do espetacular Barcelona. O estilo do futebol praticado pela campeoníssima equipe catalã vem de longa data, e é praticado desde as canteras de La Masia, o centro de formação de jogadores do clube. Pep, que é cria da casa, está perfeitamente integrado, mas não é o mentor do projeto.

O estilo blaugrana é baseado no tripé posse de bola-aproximação-movimentação e isso não se consegue da noite para o dia, demanda tempo, treino e repetição. Sim, o Bayern tem material humano qualificado para brilhar nas mãos do professor Guardiola, mas de outras formas, com outros brilhos.
 Jupp Heynckes passará o comando do Bayern a Pep Guardiola 
na próxima temporada (Record.pt)
Pep encontrará em Munique um time fortíssimo, com uma estrutura espetacular e categorias de base que formam jogadores aos borbotões, além do olho clínico para contratar alguns dos jovens que se destacam com outras camisolas na Bundesliga. Ainda assim, será diferente do que se viu na sua espetacular passagem à frente do Barça. O estilo alemão é outro, assim como as características do seus jogadores.

Uma coisa é certa: seja como for, quem ganha é o torcedor alemão, que verá em seu quintal um dos técnicos mais brilhantes dos últimos tempos, e o futebol da Alemanha, que mostra que para contar com grandes nomes basta ter saúde financeira e gestão responsável.  

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Quando a culpa é do sofá

Um jogo de basquete feminino entre Sport e Santa Cruz, que estava marcado para hoje, foi cancelado por causa do receio de que houvesse um confronto entre as torcidas. Ninguém teve peito pra segurar o rojão e existe o temor de que os clubes se encontrem na Copa do Nordeste.

É triste quando a medida a ser tomada visa conviver com o problema em vez de resolvê-lo. Na Inglaterra a coisa era bem pior, até que aconteceu a tragédia de Heysel, na Bélgica, na final da então Copa dos Campeões da Europa, em 1985, quando 39 pessoas morreram depois que "torcedores" do Liverpool encurralaram e barbarizaram torcedores da Juventus, resultando na morte de 39 pessoas (mais 600 feridos) e a UEFA baniu todos os clubes ingleses por cinco anos das competições que organizava. Também contribuíram as medidas adotadas pela Primeira-Ministra Margaret Tatcher para controlar os hooligans.

Já por aqui não acontece nada. Há alguns anos o Corinthians foi eliminado na Libertadores pelo River Plate em pleno Pacaembu, o que gerou a ira de parte dos corintianos que estavam no estádio. Eles tentaram invadir o gramado e se não fosse a ação policial, que os impediu, poderia ter acontecido uma desgraça, uma carnificina.

O resultado foi a suspensão do estádio, não do clube ou dos envolvidos, o que, aliás, é praxe por estas plagas, uma vez que os interesses econômicos e as barganhas pessoais visando os interesses econômicos estão acima de qualquer coisa.


Ninguém se responsabiliza e as vítimas se transformam em mera estatística. E a culpa continuará sendo do sofá.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Futebol de cara nova

* por Fábio Preccaro

Passadas as festas de fim de ano, a imprensa esportiva brasileira volta as suas atenções ao mercado de transferências, já que os torneios estaduais começam apenas no fim de janeiro. O foco não fica só na compra e venda interna de jogadores, mas também em algumas mudanças no continente europeu. Mudanças estas que agradam os torcedores ou que causam enorme estranheza não só pelo atleta contratado, mas também pelo valor gasto na compra.
Eis algumas me deixaram boquiaberto:
Como um grande fã do futebol internacional (leia-se Liga BBVA, Cálcio, Bundesliga e Premier League), o que mais me chocou foi o Liverpool gastar 13 milhões de libras em um atleta que nunca foi titular no Manchester City, onde iniciou a carreira, e nem no Chelsea, seu último clube. Podem dizer que ele fez um gol logo na estreia, porém o jogo foi contra o Mansfield Town, da quinta divisão inglesa. 
Não tem noção de quanto vale £ 13.000.000,00? Esse valor gira em torno de R$ 40 milhões. O mesmo preço pago pelo Corinthians para contratar Alexandre Pato do Milan, que por diversas vezes demonstrou ter qualidade e, quando as lesões não atrapalhavam, era titular do time rossonero.
Outro que chama a atenção, não pelo preço, mas pela decadência, é o ponta Ricardo Quaresma. Provando que é jogador de uma liga só (se destacou apenas jogando por Sporting e Porto, ambos de Portugal), o atleta acertou sua transferência para o poderoso Al-Ahli, dos Emirados Árabes. Para um cara que também jogou por Barcelona, Inter de Milão e Chelsea, mesmo sem deixar saudade, ir para o mundo árabe com apenas 29 anos é fim de carreira.
Todos conhecem a política do técnico Arsene Wenger, do Arsenal: investir em atletas jovens para que possam render dinheiro e títulos ao clube. Nessa ‘brincadeira’, o francês trouxe, de graça, o atacante marroquino Chamakh, do Bordeaux, em 2010. Desde então ele NUNCA se firmou na equipe, fez poucos gols e foi emprestado para o West Ham, também de Londres.
Já que falamos dos Hummers, vamos analisar suas contratações desde a janela do começo da temporada. Após disputar a segunda divisão nacional na temporada 2011/12 e conquista o acesso à Premier League, o clube precisava de reforços. Para isso, acertou o empréstimo do grandalhão Andy Carroll, do Liverpool, que tem sua qualidade bastante contestada. Já neste começo de ano, a equipe londrina repatriou, sem custos, o meia Joe Cole, que não faz uma temporada com aparições aceitáveis desde defendia o Chelsea (deixou o clube justamente por cair de produção de forma brusca). O que falar de Wellington Paulista? O grito da torcida do Cruzeiro já diz muita coisa: “Pera, uva, maçã, salada mista. Não sabe fazer gol, é o Wellington Paulista”.
Apesar das apostas duvidosas, alguns clubes conseguem acertar em cheio na hora de escolher um jogador para melhorar a qualidade do elenco. E esse foi o Chelsea. Apesar da saída de Di Matteo do comando técnico e da contratação inesperada de Rafa Benítez, os Blues foram buscar o atacante Demba Ba, do Newcastle. Pela bagatela de 8,5 milhões de euros (R$ 22,8 milhões), os azuis de Londres adquiriram um atleta que fez 29 gols em 54 partidas pelos Magpies. Mais do que Fernando Torres fez desde que chegou do Liverpool...
No país da bota, as contratações confirmadas que chamaram a atenção foram poucas. Porém, o grande choque ficou por conta da Internazionale, que confirmou a chegada de Tommaso Rocchi, de 35 anos. O ‘carequinha’ perdeu espaço na Lazio desde a chegada de Miroslav Klose. Rocchi, que é centroavante, legítimo camisa 9, brigará por posição com Diego Milito, de 33 anos.
Falando de Itália, não podemos deixar de citar a saída do zagueiro Lúcio, que estava na Juventus. Sem espaço desde que chegou ao clube, ele preferiu deixar a equipe para jogar pelo São Paulo. Contratação essa que atraiu muitos holofotes ao time do Morumbi, que monta um bom setor defensivo com Lúcio, Rhodolfo e Toloi.
Na Espanha as coisas estão mais estáveis, já que Real Madrid e Barcelona possuem elencos repletos de jogadores de o lateral-esquerdo Guilherme Siqueira, do Granada, pode ser contratado, além do atacante Radamel Falcão ser sonho de consumo de Manchester City e Paris Saint Germain.
A Bundesliga segue na mesma toada do torneio espanhol. Sem mudanças que espantem seus torcedores, os clubes alemães mantiveram suas bases, principalmente o gigante Bayern de Munique, o atual vice-líder do nacional Bayer Leverkusen e o time da moda Borussia Dortmund, este que ultimamente é especulado a perder o atacante Lewandowski para o Manchester United  e o lateral-direito Piszczek para o Real Madrid. Porém, ouve-se muito que o clube está de portas abertas para o retorno, por empréstimo, do meia Nuri Sahin, que foi para o Real Madrid, se machucou, não engrenou e foi emprestado ao Liverpool, onde não tem conseguido render o esperado.
Chegamos ao Brasil, onde as transferências estão mais acesas que tocha olímpica em cerimônia de abertura! Tentando remontar o elenco, o Santos conseguiu a aquisição do meia Montillo, visto como solução do problema de armação das jogadas. Com a chegada do argentino, o clube tirou um grande peso das costas de Neymar, principal jogador do elenco. Resta saber se o novo camisa 10 não repetirá o ano de 2012, que foi bastante irregular e apagado com o também irregular e apagado Cruzeiro. Cícero também chegou e tem qualidade para jogar pelos lados do campo. Habilidoso e rápido, dará trabalho para os times adversários quando armar jogadas pela lateral, já que Neymar está do outro lado. Marcos Assunção e Nenê também são esperados. A bola parada será uma arma mortal, além do poder de finalização altíssimo e velocidade no meio-campo.
O São Paulo tem sido o mais tranquilo dos paulistas. Apesar do zagueiro Lúcio chegar para jogar, o clube buscou Negueba, que já sofreu uma lesão gravíssima no joelho, operou e ficará seis meses se recuperando, e Wallyson, para a vaga do craque Lucas, que saiu para o PSG. Muito pouco, não? Eduardo Vargas, do Napoli, é a grande expectativa para a vaga do ex-camisa 7. O problema é que Arsenal e Grêmio também tentam o atleta.
O Corinthians buscou jogadores interessantes para reforçar o clube. Alexandre Pato (já citado), o zagueiro Gil, que dizem ser um bom nome (assumo que pouco o vi jogar) e o meia Renato Augusto, que foi titular no Leverkusen e que sempre foi visto como um bom jogador. Ele deve brigar com Douglas pela vaga de titular.

Aaahhh o Palmeiras... Recomendo que seus torcedores não criem expectativas. O grande reforço do clube foi a dispensa de vários jogadores, como João Victor e Betinho, além da saída do presidente Arando Tirone após as eleições (já assumiu que não tentará a reeleição). Fernando Prass é bom goleiro e chega para ser dono da camisa 1. O lateral-direito Ayrton também é um nome interessante, mas a saída de Marcos Assunção acaba com a principal jogada do clube: as bolas paradas. Gilson Kleina terá de pensar muito para achar jogadores bons e baratos, já que o alviverde não goza de boa saúde financeira. Em 2013, acontecerá com Barcos o que aconteceu com Neymar, na Vila: responsabilidade acima do normal para resolver as partidas.
O Vasco da Gama é a grande charada desta temporada. Além das dívidas que aumentam a cada milésimo de segundo, o clube sofre com a saída de jogadores (Juninho Pernambucano, Felipe e Fernando Prass), além das sondagens do Corinthians pelo xerife Dedé, que já reivindicou os pagamentos atrasados de salários. Resta torcer para Sandro Silva, Leonardo (?) e Pedro Ken... Palmeirenses e vascaínos andando de ‘mãos dadas’ rumo ao sofrimento em 2013?
O Flamengo, com a troca da presidência, tranquiliza o torcedor. A grande missão do  novo presidente, Eduardo Bandeira, é acertar as contas para aí sim buscar reforços de peso.  O discurso é ser mais profissional, priorizando as contas antes de trazer jogadores caros. Ainda assim, o clube repatriou o volante Elias, que estava no Sporting. Jogador com qualidade para ser titular em qualquer clube do país. 
Ciente de que perderia Montillo, o Cruzeiro, antes da virada do ano, já tinha acertado com o meia Diego Souza. Ele chega com moral após a boa passagem pelo Vasco da Gama, porém, muitos sabem de sua irregularidade. No Palmeiras e no Atlético mineiro, ele começou bem e logo caiu de produção.
Se tem um grande jogador que chamou a atenção de muitos clubes foi o meia Alex. Após divergência com o treinador do Fernerbahçe, ele deixou o clube e acertou, de graça, com o Coritiba. Palmeiras e Cruzeiro também tentaram sua contratação, mas ele optou pelo time que o revelou. O Coxa ganha muito em qualidade e o camisa 10 pode fazer a diferença em uma agremiação sem tantos recursos ($$) para investimento
Dentre as várias transferências, estas são as que mais chamaram a atenção. Claro que ainda tivemos Dida no Grêmio, Gilberto Silva, Alecssandro e Rosinei no Galo, Ramirez na Ponte Preta, Fábio Ferreira e João Victor no Criciúma e Souza na Lusa, que ajudam a dar a nova cara do futebol brasileiro para 2013.


* Fábio Preccaro tem 22 anos, estudante de Jornalismo, é fá do futebol do Velho Continente, dos Raimundos, do Bad Religion e da Luiza. 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

¿de qué planeta viniste?

*por Vinicius Carrilho

QUATRO VEZES SEGUIDAS A doce rotina de
Lionel Messi (Christof  Koepsel/ Getty Images)
Mais um ano passou e, pelo quarto ano seguido, Lionel Andrés Messi  é escolhido o melhor jogador de futebol do mundo. Um prêmio obviamente injusto, já que qualquer humano, minimamente capacitado, consegue enxergar que o argentino não é deste planeta.

Segundo o próprio, 2012 não foi um bom ano para ele. Compreensível, já que no mundo de Messi os parâmetros devem ser extremamente elevados, principalmente para qualquer mero humano.  É verdade que no quesito títulos o jogador viu sua equipe erguer apenas a Copa do Rei, sendo superada no Campeonato Espanhol pelo Real Madrid e na UEFA Champions League pelo Chelsea. Porém, deixando o coletivo e analisando apenas o individual, os números do jogador são impressionantes.

No último ano, o camisa 10 do Barcelona entrou em campo 60 vezes  pelo clube catalão e anotou 79 gols, alcançando uma média de 1,3 gol por jogo. Para se ter uma ideia, durante o Campeonato Brasileiro do último ano, o Atlético Mineiro foi a equipe com o melhor ataque da competição, marcando 64 gols em 38 jogos, uma média de 1,6 por partida. Para deixar os números ainda mais impressionantes, Messi não só marcou gols, mas também ajudou companheiros, contribuindo com 21 assistências.

Anteriormente contestado com a camisa azul celeste da Argentina, hoje o jogador é unanimidade. Messi entrou em campo por nove vezes, contando amistosos e Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, e marcou 12 gols. Média igual à alcançada com a camisa blaugrana: 1,3 por jogo.

Com expressivos números, chega a ser covardia colocar Lionel Messi para disputar um prêmio com qualquer outro jogador natural do Planeta Terra. Andrés Iniesta, terceiro colocado na disputa da Bola de Ouro, é um grande jogador. Peça fundamental da Seleção Espanhola, o jogador tem um futebol inversamente proporcional a sua altura. No alto de seu 1,70 m, Iniesta é um daqueles raros jogadores de meio-campo em extinção no esporte. Rápido e extremamente técnico, tem um futebol de gigante.

Grande rival de Messi, Cristiano Ronaldo, segundo colocado na Bola de Ouro, é um craque. Rápido e habilidoso, o jogador é o grande astro do Real Madrid e consegue elevar consideravelmente o nível técnico da Seleção Portuguesa, que não passa de mediana quando ele não está em campo. O camisa 7, porém, sofre por ser contemporâneo a Messi. Ainda mais jogando no mesmo campeonato que o argentino, as comparações são inevitáveis e conquistas individuais passam a ser quase impossíveis. Se serve de consolo, o atleta pode dizer que é o melhor jogador humano do mundo, copiando Pepe, que afirma ser o maior artilheiro humano da história do Santos, já que Pelé é extraterrestre.

Falando em extraterrestres, voltemos a Lionel Messi. Sem dúvidas, o argentino é um gênio. O jogador já tem seu nome escrito na história do futebol e as pessoas poderão se orgulhar de dizer que viram Messi jogar. Por uma questão de justiça moral, os deuses do futebol ainda devem fazê-lo vencer uma Copa do Mundo e assim torná-lo, de vez, o maior jogador argentino da história, superando Diego Armando Maradona.

Falando em “el D10s” dos argentinos, a única pergunta ainda sem resposta que paira sobre Messi  é a imortalizada pelo jornalista uruguaio (provavelmente o mais argentino da história), Víctor Hugo Morales, que, em meio a lágrimas, após ver a obra prima de Maradona diante da Inglaterra na Copa do Mundo de 1986, disse: “¡Quiero llorar! ¡Dios Santo, viva el fútbol! ¡Golazo! ¡Diegol! ¡Maradona! Es para llorar, perdónenme ... Maradona, en una corrida memorable, en la jugada de todos los tiempos... barrilete cósmico... ¿de qué planeta viniste?”. A questão, que até hoje não foi respondida, se estende a Messi. E aí, Lionel Messi, e você, ¿de qué planeta viniste?

* Vinicius Carrilho tem 21 anos, é jornalista
morador de Osasco e gostaria de ganhar a vida 
fazendo humor, mas escreve melhor do que conta piadas.

Por que Cristiano?

Nesta segunda-feira a FIFA anunciará o vencedor da Bola de Ouro de 2012, honraria máxima individual concedida pela entidade máxima do futebol mundial em parceria com a revista francesa France Football ao melhor jogador do mundo no ano. Messi, que recebeu o prêmio nas última três temporadas, Iniesta e Cristiano Ronaldo concorrem.

Os três concorrentes de 2012 (Miguel Ruiz - FCB)
Foi um ano fabuloso para os três jogadores. O argentino quebrou marcas importantes, como o número de golos em uma única temporada (históricos 91 tentos), ao passo que o espanhol validou o título de campeão da Eurocopa, sendo escolhido o melhor jogador, e o português foi pela primeira vez campeão espanhol, além de também ter feito uma Eurocopa soberba.

Todos os holofotes estão voltados para o argentino, que, caso seja escolhido pela quarta vez seguida, superará a marca de Platini, eleito por três vezes, entre 1983 e 1985, quando o prêmio era dado pela France Football e apenas jogadores europeus concorriam. Na forma mais democrática, com a participação de jogadores de todos os lugares do globo, Messi pode superar também os geniais Ronaldo e Zidane, que também têm três Bolas de Ouro.

O craque argentino, com seus três troféus (France Football)
Os números de la Pulga impressionam, mas o ano não foi dos mais felizes para o craque do Barcelona. Além de não ter vencido o Campeonato Espanhol, Messi não só não conduziu o Barça ao título europeu como perdeu a bola que originou o gol da vitória do Chelsea no primeiro jogo das meias-finais e desperdiçou uma grande penalidade na segunda mão, quando o placar, que apontava 2-1 para o Barcelona, já classificava os Blues. A partir do segundo semestre ele desandou a marcas golos, é verdade, mas de um modo geral ele esteve abaixo do que já havia feito anteriormente.

Iniesta, como sempre, foi linear. Jogou em altíssimo nível durante o ano todo, tendo como ápice a conquista da Espanha na Euro. No entanto, ele não fez mais do que já tem feito desde que a equipa blaugrana começou a triturar seus adversários, o que não é pouco, mas pode não ser o suficiente para levantar o troféu que deveria ter sido seu em 2011.

O médio espanhol foi eleito o craque da Eurocopa (Reuters)
O português, por sua vez, quebrou o estigma de não brilhar com a camisola da selecção de Portugal. Anotou golos importantes, como os dois contra a freguesa de sempre, a Holanda, quando Portugal perdia por 1 a 0 e estava sendo eliminado já na primeira fase da Euro. Pelo Real Madrid, seguiu levando a equipa merengue nas costas, como faz desde que desembarcou na Espanha, com a diferença de ter sido campeão nacional, embora tenha perdido sua cobrança nas meias-finais contra o Bayern de Munique, pelas meias-finais da Liga dos Campeões. Só que, diferentemente do rival argentino, Ronaldo anotou os dois golos madridistas no tempo normal.

O craque luso, durante a disputa do europeu de seleções (Reuters)
Cristiano Ronaldo brigou rodada a rodada com Messi pela artilharia da La Liga, na qual marcou 46 vezes, cinco a mais que no ano anterior, quando já havia batido o recorde do mexicano Hugo Sanches, que já durava mais de 20 anos. Só quando o título foi confirmado pelo Real Madrid é que o argentino disparou e chegou a inacreditáveis 50 tentos.

Isto posto, deixo clara minha preferência pelo camisa 7. Messi é mais jogador, de um modo geral, Iniesta foi efetivo durante a temporada toda, mas ninguém é tão completo ou brilhou tanto em 2012 quanto o Puto Maravilha.   

sábado, 5 de janeiro de 2013

A bola de vez

*por Breno Benedito

Após vencer o time do Chelsea, o Corinthians se tornou bicampeão do mundo. Mas o Timão não é o time do momento só dentro de campo. Fora dele, o time do povo está se especializando em dar surpresa ao mundo da bola. Desta vez, o infectado pelo bando de louco é o atacante Alexandre Pato.

Pato foi anunciado como o grande reforço para a temporada de 2013. O presidente Mario Gobbi e o diretor de futebol Duílio Monteiro Alves foram até a Itália repatriar Pato. Será mais um desafio para ambos. O Corinthians tenta se reerguer após o fiasco de Adriano. Já para Alexandre, esta é uma oportunidade de voltar a jogar bola e demonstrar que não é apenas uma eterna promessa e tirar de vez de sua vida as lesões que o acompanham desde a sua ida à Europa.

O Corinthians comprou seus direitos econômicos em 100%. O valor da compra foi de 15 milhões de euros, que transformados em reais giram em torno de 40 milhões ao Milan. O jogador ainda abriu mão de luvas para defender a camisa alvinegra. Numa futura negociação, o Corinthians terá 60% e o restante será de Pato.

Mas, o que está em jogo não é o valor pago pelo atacante. É dentro de campo. Ao todo, Pato teve 15 lesões, se contarmos apenas de 2011 pra cá. Tanto que o departamento médico corintiano ficou de plantão e chegou a ouvir médicos da CBF. Tudo para deixar o atleta em alto nível novamente.

Pato foi revelado pelo Internacional em 2006. O jogador despontou na partida em que fez dois gols contra o Palmeiras. Naquela ocasião, os gaúchos saíram com a vitória. Além disso, participou da campanha vitoriosa do time que venceu o Barcelona na final do Mundial de clubes, no mesmo ano.

Após um inicio arrasador, foi negociado com o futebol italiano. Porém, o atacante não se firmou por causa das seguidas lesões, principalmente musculares. Mas sua passagem não foi tão apagada assim, pois conquistou dois títulos: O scudetto da temporada 2010-2011 e a Supercopa da Itália de 2011.

Será mais um desafio para os dois. Desde que voltou à elite e revolucionou o futebol, todo ano o Corinthians faz sua aposta. Em 2009, o primeiro astro, Ronaldo Fenômeno, veio para ajudar o time de Mano em duas conquistas. Fez um primeiro semestre brilhante. Depois não rendeu o esperado. Em 2010 foi a vez do lateral-esquerdo Roberto Carlos, que mesmo não sendo o mesmo craque que foi considerado o melhor lateral-esquerdo da história do Real Madrid, mas ainda assim uma boa passagem. Já em 2011, Adriano veio com status de craque, o Imperador. Não deu certo, foi um fiasco total. 

Agora a bola da vez é Pato. Será que agora voa?

*Breno Benedito é corintiano, estudante de 
Jornalismo e trabalha na Federação Paulista de Futebol

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O ar de sua graça

Era para ser uma reapresentação de jogadores menos turbulenta. Começo de ano, todos voltando com a cabeça mais tranquila, descansados e focados nos objetivos a serem cumpridos na temporada 2013.

Infelizmente a palavra turbulência segue fixada no Palmeiras, assim como uma trave, que depois de atingida pela bola, continua lá, paralisada, no mesmo lugar. É uma comparação até injusta. A trave, coitada, não tem a opção de se mexer, tem que ficar lá, levando boladas sem poder fazer nada.

Enfim, era para ser um dia tranquilo no CT da Barra Funda. Terminadas as férias, hora de voltar ao batente, deixando de lado até mesmo a lentidão da cúpula alviverde na renovação de contrato do Marcos Assunção e as pouquíssimas contratações feitas até agora, como Ayrton, lateral-direito que estava no Coritiba, e o arqueiro Fernando Prass, ex-Vasco. Mas não foi isso que aconteceu.

Ao se deparar com o campo onde os atletas faziam um treinamento leve, jornalistas ali presentes perceberam que faltava alguém. Alguém que passou o ano de 2012 inteiro sendo notícia, e se engana quem pensa que foram boas. Valdívia, o ídolo daqueles que o consideram um gênio, como o presidente Tirone, não deu o ar da sua presença no treino. Simplesmente faltou, sem dar satisfação alguma.

A falta de comprometimento no inicio de uma pré-temporada já demonstra a pouca preocupação que o chileno tem para o clube, em um ano difícil não só pelo elenco que deve ser no mínimo competitivo para as competições futuras, mas também pela eleição presidencial que está batendo na porta.

O comandante do território, Gilson Kleina, deixou claro que espera contar com o jogador. Sem dúvida o meia ajudaria bastante se estivesse apto a praticar o futebol, mas as seguidas lesões e as notícias extra-campo deixam Valdívia cada vez mais perto de cair na sua cova, que o próprio fez questão de cavar e continua cavando. Talvez ele vá esperar cair para querer subi-la.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Campeonato Paulista: amado, odiado e esperado por todos


*por Vinícius Carrilho

O ano de 2012 passou, o mundo não acabou, já estamos em 2013 e em meio ao período de especulações, o torcedor aguarda ansiosamente o início do Campeonato Paulista, que marca o fim da abstinência desta droga chamada futebol. 

No manual de conduta do torcedor, o torneio estadual, quando não é vencido pelo seu time, passa a ser menosprezado e criticado. Já quando sua equipe do coração é a vencedora, aquele campeonato passa a ser o maior do planeta. Porém, todos sabemos que não há um torcedor de verdade que não goste do estadual. Até aquele que critica, na verdade, gosta, pois todo aquele ódio, lá no fundo, é um amor não assumido.

Neste ano, o Santos, na teoria, larga como grande favorito ao tetracampeonato, já que São Paulo, Palmeiras e Corinthians, outros naturais candidatos ao título, dividem suas atenções com a Copa Libertadores da América desde o meio da competição. Já a equipe da baixada, que está fora do torneio continental, disputará a Copa do Brasil, porém essa, reformulada, só terá início em abril, quando o Paulistão estará em suas rodadas finais da fase de classificação.

Se pelos grandes o estadual acaba sendo desprezado, o torneio tem a dimensão de uma Copa do Mundo para as equipes do interior, que veem ali uma forma de ganhar dinheiro nos poucos meses em que estão sob os holofotes da grande mídia.

Em 2013, vindos da Série A2, aparecem o tradicional União Barbarense, dirigido pelo jovem e promissor Moisés Egert, atual treinador campeão da Copa Paulista de Futebol; o Atlético Sorocaba, com sua boa estrutura; o São Bernardo FC, que quer mostrar serviço após o rebaixamento em 2011; e o Penapolense, estreante na competição e que há alguns anos vem sendo administrado de forma exemplar por Nilso Moreira, seu presidente.

A bola começa a rolar nos gramados de todo o estado no dia 19 de janeiro e o grande campeão será conhecido no dia 19 de maio. Neste período, veremos muita comemoração por parte de vencedores, menosprezo por parte de perdedores e inúmeras matérias falando da “festa do interior”, com a trilha musical de Elba Ramalho, cada vez que um interiorano vencer o chamado “time grande”. Esse é o cenário de mais um amado, odiado e esperado Campeonato Paulista.

* Vinicius Carrilho tem 21 anos, é jornalista
morador de Osasco e gostaria de ganhar a vida 
fazendo humor, mas escreve melhor do que conta piadas
e teve a petulância de escrever o primeiro post de 2013.