domingo, 20 de fevereiro de 2011

O dia da minha morte

Se eu pudesse escolher o dia da minha morte, seria quando acabassem meus sonhos. A vida sem eles é vida sem vida, sem sentido, não vale a pena.

A essência da felicidade está na capacidade de sonhar sonhos palpáveis; a capacidade de sonhar é proporcional à fé, e tendo fé os sonhos estão ao alcance. Uns mais perto, outros, nem tanto, mas todos são possíveis.

Quero viver enquanto puder sonhar. Nunca se chega ao fim dos objetivos, mesmo quando olha-se para trás e percebe-se que tudo foi conquistado. Aliás, nunca tudo está feito. Não se cumpre tabela na vida, pois a manutenção da felicidade é uma tarefa e tanto. Está no dia-a-dia, nos pequenos gestos, nos sorrisos, nos olhares, na gentileza, na gratidão. Seja gentil e um simples sorriso de agradecimento será a maior das recompensas. Caso não a receba, não mude, pois o problema não estará em você.

Se eu puder escolher o findar dos meus dias, quero que seja quando não sentir mais a alegria de viver. Neste dia, quero à minha volta meus pais, irmãos e amigos, que são as pessoas que fazem a diferença nas nossas vidas.

É simples ser feliz. Isso está na fé, nas relações interpessoais, na música que nos faz fechar os olhos; não está no que temos, mas no que somos, embora ser ou não ser não seja a questão (deixe isso para Shakespeare).

Quando me tomarem a capacidade de sonhar, o dia de cerrar os olhos terá, enfim, chegado. Esta é a morte real. A morte física é apenas consequência.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Até para o Bangu?

Perdemos para o Bangu. Para o Bangu! Se já não bastasse a campanha pífia no Paulistão, agora o vexame é na Copa do Brasil.

Não que eu espere que a Lusa vença o torneio, mas passar por isso? No domingo o Bangu perdeu para o Olaria. Para o Olaria!

Tá tudo errado. O elenco, além de fraco, é mal formado. A pseudo-torcida colabora com atitudes lamentáveis. Não há perspectiva, não há respeito, não há nada. Nada!

Há muito a ser dito, mas, hoje, nada vale a pena.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Temos a nossa escória

Aconteceu de novo. Domingo, após a derrota para o São Paulo, o meia Héverton foi ameaçado por dois elementos nas dependências do Canindé.

Versões distintas já apareceram na imprensa: um diz que eram conselheiros; outro, que tratavam-se de torcedores a mando de um conselheiro, citando nome e sobrenome do sujeito. Não o farei, pois aqui este tipo de canalha não tem espaço.

Mais uma vez, a imprensa erra ao classificar como torcedores os que acossaram o médio luso. A exemplo do que houve no Corínthians, são bandidos, são escória e deveriam estar distantes das bancadas por absoluta inaptidão de respeitar o direito alheio.

Cabe, entre tantas perguntas, uma em especial: qual o pecado cometido pelo atleta? Salvo raríssimas exceções, o jogador procura o melhor lugar para se trabalhar. Vai aonde paga-se melhor, oferece-se as melhores condições de trabalho e onde tem perspectivas de conquistas. E este, perdoem-me os adeptos lusos, não é o caso da Portuguesa há muito tempo. Ao torcedor cabe, pois, o amor ao clube e ao atleta, o profissionalismo. Ponto.

Além do mais, a indignação é algo íntimo, pessoal. Ao agir em bando, o sujeito torna-se ou massa de manobra ou covarde. Ou, como no caso, os dois. Agora a Lusa corre o risco de perder alguns mandos de campo, como é praxe. A exposição negativa do nome Portuguesa de Desportos está causada,  graças a estes idiotas que se julgam donos do clube. Desculpem o lugar comum, mas quando o ladrão está do lado de dentro não adianta passar o trinco. Sem os mandos, a missão de se classificar entre os oito (!) ficará mais difícil, e estes imbecis não se responsabilizarão, como também é praxe.

Enquanto isso, após o aumento concedido pelo Legislativo, um vereador da Capital paulista passou a custar mais caro que um deputado federal, demandando R$114.800,00 mensais ao erário municipal. Como é corriqueiro neste país-tropical-abençoado-por-Deus-e-bonito-por-natureza, ninguém esperneou. Assim, a frase cunhada pelo grande Rui Barbosa está a cada dia mais atual, afinal, cada povo tem o governo que merece.

Enfim o fim

Chega ao final a carreira mais vitoriosa do futebol brasileiro pós-Pelé. Ronaldo, enfim, parou. Não vou ficar enumerando os feitos deste, merecidamente, Fenômeno. Isto vocês verão e ouvirão aos montes por aí.

Ronaldo entrou para o panteão dos craques do esporte, assim como Boris Becker, Alan Prost, Magic Johnson, Robert Scheidt. Raros são os que atingem tal status.

Entre erros e acertos, o saldo é positivo. É possível que não tenha sabido gerenciar sua carreira fora dos campos, quando deixava de treinar para cumprir compromissos com patrocinadores. No entanto, enquanto esteve no auge não houve no mundo, exceto por Zidane, outro caso à parte, quem fizesse frente ao hoje grosseiramente gordo atacante.

Há de haver quem diga que ele não soube a hora de parar. Mas quem é que saberia, a não ser o próprio? Não foram poucas as vezes em que estava decretado o seu final. Ele, Ronaldo, estava acabado para o futebol quando arrebentou o joelho, ainda na Internazionale. Era apenas o primeiro jogo após longa recuperação da primeira cirurgia. Teimou, voltou e brilhou na Copa de 2002.

Excesso de peso e escândalos marcavam sua vida extra-campo, quando resolveu voltar ao Brasil. Chegou no Corínthians e comandou duas conquistas do Alvinegro, em 2009. Não foi o suficiente para voltar à Seleção e disputar a Copa de 2010, mas não acredito que poderia fazer mais do que fez em 2006, já fora de forma.

Quem fez tanto pelo futebol não merecia o tratamento que recebeu de um bando de vagabundos que não representam, absolutamente, a torcida corintiana. O futebol do Brasil deve muito a ele e não seriam meia dúzia de bandidinhos que mudariam isso.

Se eu torcesse pela Seleção, estaria agradecendo por tudo o que ele fez. Como não é o caso, agradeço por algo bem maior: o exemplo de superação. Obrigado, Ronaldo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A escória, o lixo

Hoje foi o terceiro dia de protestos no Corínthians. Seja no CT ou no clube, a barbárie está instalada desde a precoce eliminação da equipe na Libertadores.
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Dentro dessa lógica tupiniquim imbecil de que o futebol é mais importante do que a política, os protestos já eram esperados, mas já estão tomando proporções inaceitáveis.
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São, até hoje, quinto dia de fevereiro, três dias de confronto. Já teve de tudo: emboscada ainda na Colômbia, pichações no muro, recepção hostil no aeroporto, ataque ao ônibus alvinegro. A imprensa também foi agredida. Bandidos encapuzados invadiram o CT corintiano armados com metralhadoras! É este o tipo de "gente" com quem essa corja se relaciona?

É evidente que foi de dentro da gangue uniformizada que saiu a ordem. Não vandalizaram as dependências do CT Joaquim Grava, sequer deram um tiro. O armamento pesado era para intimidar. E os carros que estavam lá, estes não foram poupados.

Não sou hipócrita a ponto de não entender que derrotas como a de Ibagué causem revolta, mas não sou idiota para aceitar que policiais e até a tropa de choque sejam deslocados do seu trabalho nas ruas para evitar que esse lixo de gente mate alguém. É o dinheiro dos meus - e dos seus - impostos que está sendo usado.

Por que estes mesmos cretinos não têm o mesmo afã para protestar contra o aumento da tarifa de ônibus? O novo presidente da Câmara defendeu um salário maior para o legislativo, logo após os próprios deputados aumentarem seus salários em mais de 60%, causando efeito cascata em outros cargos, e eles fizeram o quê? Sequer se incomodaram.

Futebol é entretenimento, nada mais do que isso. É por causa desse tipo de pensamento desprovido de bom senso que o país está como está, entregue a grupelhos políticos que se mantém às custas desta inversão de valores.

Esta horda representa o que há de pior no ser humano: são violentos, vis e burros. Ao contrário do que dizem as manchetes, não são torcedores, são bandidos, são escória, são lixo, e devem ser tratados como tal.

Vale a pena tudo isso?

* por Thiago Albino

Tenho acompanhado, através de programas esportivos, jornais, sites esportivos, as manifestações de torcedores corintianos em frente ao CT do Corinthians. Bem, posso concluir que aquele grupo de manifestantes não representa de maneira alguma a grande massa corintiana. Na verdade, posso caracterizá-los como vândalos, pois a forma com que eles estão protestando é de baixa categoria, jogando pedras no ônibus do clube, apedrejando carros no estacionamento do CT, tudo por causa da precoce eliminação do time na Libertadores.

Fazer protesto está no direito da torcida, que vai ao estádio apoiar o clube, se tornam sócios, mas agir desse jeito grotesco está totalmente contra o que é, de verdade, uma manifestação. Óbvio que o time não está jogando bem, aliás, não está jogando bem desde o Brasileirão do ano passado, mas talvez os torcedores sejam tão cegos que acabam agindo só pelo amor que têm pelo clube.

Não adianta ficar colocando a culpa em Ronaldo, Roberto Carlos. O gordo também não está jogando nada desde o ano passado. Ele foi um grande jogador, não que ele deixou de ser, mas está nítido a forma física dele, que ele não vai ser mais o de antes. Agora, vêm torcedores e também culpam o Roberto Carlos, isso eu não consigo entender, a ignorância das pessoas de sempre arrumarem exatamente dois ou três culpados, e não o time inteiro.

O sr. Bruno César não está jogando nada; o sr. Jucilei também não está. Chicão, Dentinho, Danilo. Então porque culpar apenas os jogadores de mais nome do time? É uma equipe, todos ganham e todos perdem. Claro que às vezes um jogador erra e acaba prejudicando a equipe, mas não é o caso.

Não posso deixar de mencionar também o técnico. Desde quando o Tite está no nível de se treinar o Corinthians? Por que o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, não deu uma dura em certos jogadores, quando estes ficaram fazendo corpo mole com o então técnico Adilson Batista?

Estou aguardando ansiosamente esse desfecho.

*Thiago Albino, 19 anos, é estudante de jornalismo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Há que se ter calma

O outrora descontente Heverton garantiu a vitória da Portuguesa, frente ao (por enquanto) Americana, no Canindé. O jogo foi sofrível, como de costume. e a torcida pegou no pé no meia.
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Heverton, ao lado de Fabrício, externou sua vontade de deixar o Canindé. Ao contrário do ala, foi demovido da ideia e reintegrado ao elenco, tendo, inclusive, jogado o clássico contra o Palmeiras.


É óbvio. como dois e dois são quatro, que o jogador ficou mal com a torcida. É evidente que não se espera racionalidade por parte dos adeptos de uma equipa que não ganha nada relevante há quase 40 anos. É lógico que a malta das bancadas tem, pois, todo o direito de pegar no pé do atleta.


Da parte dele, Heverton, que goza da confiança do treinador Sérgio Guedes, espera-se atitudes mais inteligentes. Não cabe, sob hipótese alguma, colocar a mão perto da orelha, esperando que a torcida grite seu nome. Esta, por sua vez, deve apoiar o jogador durante o jogo, pois é a Lusa que ele representa. Fazer diferente é dar um tiro de fuzil no pé.