quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Números favoráveis não salvam ano pífio da Seleção Brasileira

NÚMEROS MENTEM Brasil venceu todos amistosos, mas fez uma Copa
 do Mundo bem abaixo do que poderia (Foto: Jewel Samad/AFP)
A Seleção Brasileira fechou o ano "positivamente". Foram 15 jogos, com 13 vitórias, um empate e uma derrota, com 28 gols marcados e apenas três sofridos e um aproveitamento de quase 90%. Números superlativos, que, em condições normais, mostrariam um trabalho com consistência, que atingiu o sucesso esperado por dez entre dez torcedores - nos quais não me incluo. Em condições normais, porém, os números mostram menos do que deveriam, apresentam meias verdades.

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Por que, Tite?

Trajando as vestes da modernidade, Tite abriu a temporada sob a confiança da torcida, que o via como o condutor ideal do hexa, o portador da boa nova após a trágica passagem de Dunga. E os números, sempre eles, fiavam a imagem de Midas do futebol nacional. Afinal, pegou a equipe em situação de extremo risco e a levou a uma incontestável classificação à Copa, com brilho, intensidade, competitividade. Enfim, "Titebilidade", como brincavam torcedores e mídia com o jeito de falar do treinador, idolatrado por grande parte da imprensa dita especializada.

E é aí que morou o problema. A unanimidade fez mal ao treinador, que chegou à Copa no pedestal da genialidade. As entrevistas do "Professor Adenor" mais pareciam o quadro do Profeta, do genial Ronald Golias, na Praça É Nossa. Nenhuma contestação, Neymar fazendo o que queria, jogadores rendendo abaixo do que era o necessário, sobretudo atuando em campeonatos de nível de competitividade quase nula. Outros, chegaram à Rússia na curva descendente do condicionamento físico e minguaram durante a competição, que era o único objeto do Brasil, que foi uma espécie de estudante que tirou nota máxima em todos os simulados, mas que bombou na prova porque chegou confiante demais e foi pra balada na noite anterior.

UÁLA! Entrevistas coletivas mas pareciam palestras. (Foto: Youtube)
15 jogos, 13 vitórias, um empate e uma derrota, sofrendo só três gols, mas justamente quando não podia, na Copa do Mundo em que jogou bem em apenas dois tempos, em partidas diferentes, durante toda a competição. Realmente, os números mostram quase tudo, mas escondem o essencial, como diria o Roberto Campos naquela analogia com o biquíni.

O lado bom é que agora o manto da inquestionabilidade não cobre mais o "Professor", nem sua primadona. Eis um passo necessário a ser dado para que o outrora país do futebol recupere, pelo menos, a decência de suas atuações em campo. Principalmente quando for valendo.