Foto: Divulgação/Portuguesa |
Existem outras formas, digamos, menos republicanas, que remeteriam aos anos 1980 e 1990, que não direi aqui porque não devem ser feitas e, honestamente, não servem para nada que não seja deixar o adversário com sangue nos olhos. E sangue, já bastava o nosso.
Promoção no preço do ingresso. Brigar para que o jogo seja disputado em um horário decente. Fazer o torcedor se sentir importante e peça fundamental na luta pela vitória, que poderia significar a sobrevivência.
Nada disso foi feito.
Nada disso foi tentado.
Nada disso foi passado ao torcedor.
Em vez disso, o ingresso continuou custando 60 mirréis e o recado foi dado: mais ajuda quem não atrapalha. Mas isso serviu ao São Bento, que, sem a pressão vinda das arquibancadas, que poderiam sim empurrar um time ruim, mas animicamente aditivado, não foi forçado ao erro.
Conforto. O São Bento mais parecia um cliente em uma loja de colchões, que chegou, foi atendido da maneira mais cordial, deitou-se, descansou e foi embora sem levar nada, além do ponto que lhe servia. Só faltou o cafezinho.
E nós ficamos como o vendedor que despendeu tempo e atenção, mas não fez a venda que era necessária para bater a meta daquele dia. Como tem sido em quase todos os jogos, é bom que se diga.
Analogias e colchões à parte, a Portuguesa chega à última rodada dependendo de outros resultados para não voltar ao limbo da Série A2. Neste final de semana, quase todos os resultados que eram precisos aconteceram: a Inter de Limeira perdeu, o Ituano entrou pelo cano, a Ferroviária dançou.
Só faltou um, o nosso.
No próximo domingo, torceremos por novos tropeços dos mesmos adversários, mas será preciso fazer a nossa parte, coisa que não fizemos até agora. Se cair, e tudo indica que sim, tudo o que restará será aquela mesma turma que é vista como entrave, empecilho, inimiga íntima. Que com ou sem colchão, confortável ou não, está lá.
Só não sabemos até quando, pois colchão ruim cansa.
Texto originalmente publicado no NETLUSA