quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Parabéns aos que não foram

Ao contrário do que me aconselhava a escalação da Portuguesa estampada no jornal, fui ao Canindé hoje. Não vou dizer que vi um time sem brio, sem tática, sem técnica, sem nada, porque o que eu vi não pode ser chamado de time. Aquilo que estava vestindo as cores rubroverdes não é nada. Aliás, a Ponte Preta só não ganhou de seis porque o seu ataque é inoperante. Exceto pelo volante Guilherme, que lutou e foi premiado pelo gol (com a devida colaboração do arqueiro da Ponte), ninguém merece ser poupado.
.
É duro ver a camisa 10, que já foi usada por Edu Marangon, Toninho, Roberto Dinamite, Caio e Dener, sendo usada pelo Luis Ricardo. Ele não teria vaga em nenhuma equipe mediana do país e na Lusa virou titular depois do chilique dos "estrelinhas" Fabrício e Héverton. É duro ver um negócio que nem de longe se assemelha com um time maculando a camisa da Portuguesa.
.
Dos quatro jogos até aqui, foram duas vitórias no sufoco, um vareio tomado em casa e a derrota na estreia frente ao Corínthians, que não ganhou de mais ninguém e sequer sujou o uniforme pra bater o time do Sérgio Guedes.
.
Não sou extremista a ponto de temer a permanência na primeira divisão paulista, mas não vejo a Lusa sequer entre os 12, que dirá entre os oito. Parabéns à Ponte, que não tem nada a ver com o futebolzinho mequetrefe lusitano. Parabéns aos que não foram ao Canindé.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Gaúcho com sotaque de carioca

*por Thiago Albino
Finalmente a novelinha gaúcha terminou. O melhor jogador de todos os tempos acertou com um time brasileiro.

Há pouco mais de um mês começou uma novela gaúcha, que envolvia Ronaldinho Gaúcho, o seu irmão e empresário, Assis, e três clubes brasileiros: Flamengo, Palmeiras e Grêmio. Existiu um quarto clube, no caso o Corinthians, mas foi só fogo de palha.

Resumindo, virou um grande leilão entre os clubes, quem pagava mais levaria o craque, aquela história de amor pelo clube foi tudo balela, tchê! Virou também um marketing monstruoso em cima do Ronaldinho, deu mais ibope que as novelas da Globo.

Agora, o “fenômeno” vai defender as cores rubro-negras do Flamengo, vai ganhar cerca de um milhão e duzentos por mês, vai jogar um futevôlei na praia e pegar aquele sol que o Rio de Janeiro proporciona.

Claro que financeiramente o Flamengo vai ter retorno, pois o nome do cara é reconhecido mundialmente. Porém, resta saber se o altíssimo salário pago ao jogador terá retorno dentro de campo.
*Thiago Albino, 19, é estudante de jornalismo

Sociedade Esportiva Genérica

por Thiago Albino

O Palmeiras tem um histórico recente bem curioso em relação à contratação de jogadores cujo nomes ou apelidos são iguais a de jogadores que tiveram destaque em seus antigos clubes.

Bom, pra começar, um jogador que chegou no Palestra Itália há alguns anos, o volante Makelele, ex-Santo André. Vale ressaltar que o verdadeiro Makèlèlè, o que foi campeão mundial com a França em 98, era um grande jogador, com passagens notáveis por Real Madrid e Chelsea. Semelhante, apenas a posição no campo, pois o futebol do genérico palestrino era medonho.

Agora veio Dinei, ex-Atlético do Paraná. Um detalhe interessante: o verdadeiro Dinei é ídolo do maior rival palmeirense, o Corinthians, mas isso não tem muito haver, pois cada um é cada um, é mais pelo apelido mesmo. Aliás, o Dinei genérico continua no Palestra. No elenco verde também está o meia Rivaldo, que só tem o nome igual ao craque da segunda metade da década de 1990. Como se não bastasse o Palmeiras contratou mais dois jogadores com nomes conhecidos. Um chama muita atenção, Adriano Michael Jackson, atacante. O outro atua na mesma posição e tem o mesmo apelido do original, o lateral-direito Cicinho.

É bom ficarmos atentos para ver o “nosso” Michael Jackson brasileiro no campo, diferente do original, que atuava como ninguém nos palcos. Se o Cicinho genérico for igual ao original, será uma boa contratação.

Eu queria entender onde o Palmeiras encontra esses jogadores, porque a capacidade que esse time tem em contratar jogadores genéricos é incrível. O problema é que, na maior parte dos casos, o genérico vem, mas sem o princípio ativo.

*Thiago Albino, 19, é estudante de jornalismo

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Andar morrendo pela vida

Durante a vida sofremos perdas irreparáveis. Estas são as mortes que sofremos de tempos em tempos. Elas nos acometem quando perdemos quem amamos, como os pais, os irmãos, os amigos mais próximos. Felizes daqueles que morreram antes da morte definitiva, pois significa que amaram. 

Morremos também quando perdemos um amor. No entanto, esta morte pode ser diferente das demais, pois não é apenas a morte trivial que o leva de nós; o epílogo pode ser outro, mais doloroso, pois trata-se do próprio amor posto a termo. Diferente da morte fisiológica, que é inevitável, irremediável, o fim do amor traz a aflição deste poder ser evitado. Neste caso, quando o sentimento ainda resiste em quem não tomou a decisão pelo fim, o melhor é que também termine. Por mais doloroso que seja, é o melhor caminho.

Na música "Pedágio", Moacyr Franco diz que na vida "se vive mesmo nove meses, pois o resto a gente morre". E a mais dolorosa das mortes é um amor não correspondido. Esta é a morte que dura a vida toda, ou ao menos enquanto o amor viver. É lenta, gradual, implacável. Agoniza e nos consome, dia após dia.
.
Mesmo assim, a vida sem as suas mortes não faria sentido. Para haver a alegria é necessário que haja a tristeza. Não fosse assim nem seria percebida. Isto posto, viva a vida.