domingo, 30 de outubro de 2011

Noite de reencontros

Foi a noite dos reencontros. Com o Canindé lotado, com a alegria, com uma torcida que apoiou o tempo todo, mesmo nos momentos menos felizes, com um time que nos fez sentir, outra vez, o orgulho por torcer pela Portuguesa.

Há muito tempo que nada disso acontecia no Canindé. Exceto por um ou outro momento isolado, em conquistas pouco significativas, tudo o que se passava nos quiosques lusos me afastou do clube.


Em todos os sentidos, seja por problemas de saúde ou por decepções com algumas pessoas. Seja por força de ofício ou pelo simples desgaste, as coisas caminharam para que o amor incondicional virasse imparcialidade.


Mas o jogo de sexta-feira foi especial. Foi mágico. Nunca senti tanto orgulho por torcer pela Portuguesa. Ver o Canindé tomado pela torcida, a garra de um time tão superior, a reconquista do respeito dos adeptos dos outros distintivos, que ou nos olhavam com desdém ou com pena.


Foi a noite dos reencontros: com as pessoas que há muito não via, com o brilho nos olhos de todos os que tomaram as bancadas do estádio luso e, principalmente, com o amor incondicional pela Portuguesa.

Arquivo pessoal

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A culpa é de quem?

Fico abismado com a falta de comprometimento por parte dos jogadores do São Paulo. Ontem, novamente o time jogou mal, sem vontade de estar em campo, sendo que a partida valia uma vaga para as quartas de finais da Copa Sul-Americana.

Depois de perder por 2 a 0 para o Libertad, no jogo de volta das oitavas de final, em Assunção, começaram os falatórios sobre a falta de comprometimento dos jogadores são-paulinos, mas essa falta de empenho vem acontecendo muito antes, no próprio Campeonato Brasileiro.

São sete partidas sem vencer, ocupando a 6º colocação na tabela. Após a diretoria demitir Adilson Batista do cargo de treinador, veio o velho e conhecido Emerson Leão. Porém, me pergunto se o problema está realmente nos treinadores ou nos próprios jogadores, até porque nomes como Ricardo Gomes e Paulo César Carpegiani também passaram pelo Morumbi e de nada adiantou.

Sinceramente, o elenco não é ruim, quem me dera se o Palmeiras tivesse um elenco como o do São Paulo. Mas, parece que os jogadores não querem nem ao menos uma vaga na Libertadores do ano que vem.

“Se não houver melhora, vou trocar o time inteiro”. Essa foi a frase usada pelo presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, em entrevista a rádio Estadão ESPN há dois dias. Até onde me lembro o mesmo disse no ano passado a mesma coisa, quando o tricolor não conseguiu de fato uma vaga para a Taça Libertadores desse ano.

Quer dizer, se o problema está no comprometimento dos jogadores, por que mandou embora três treinadores?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A história continua

Entra ano e sai ano, mudam jogadores, técnicos, até mesmo diretoria, mas o que não muda nos lados do Palestra Itália são as crises internas. Teve vice-presidente querendo mandar em tudo e presidente adotando o estilo comunista. Fora a oposição, que faz de tudo para criar intrigas, uma verdadeira zona.

Passaram pelo trono nomes como Mustafá Contursi, Affonso Della Monica, Luiz Gonzaga Belluzzo e atualmente Arnaldo Tirone. Todos esses envolvidos em brigas com diretores, conselheiros e treinadores.

O que me impressiona é a capacidade dessas pessoas em fingir que se preocupam com a Sociedade Esportiva Palmeiras, sendo que a única preocupação é pensar em si mesmo, prejudicando o clube.

Desses últimos presidentes que citei, além do velho e muito conhecido Mustafá, me chama a atenção a gestão de Alberto Tirone, que aparenta não se preocupar com as crises que o Palmeiras vem enfrentando, seja com treinador, jogador e torcida.

Um presidente que não mostra firmeza quando a coisa engrossa, deixando tudo nas mãos do vice-presidente, Roberto Frizzo, para o mesmo ir até a mídia e tentar esclarecê-las, mas que na verdade é mais um gato pingado ali no meio que gosta de briguinhas.

Com isso, a imagem do Palmeiras vai se desgastando. Portanto, cabe apenas aos torcedores protestarem de forma inteligente para uma melhora interna do clube, e continuar torcendo sem perder a fé por um futuro melhor.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Viramos a faixa

Viramos a faixa. Finalmente. Desde a queda, em 2008, a exigente e chata torcida da Portuguesa passou a colocar a faixa virada de ponta-cabeça. Era a forma de protestar não só contra a queda após apenas um ano na elite, mas a série de desmandos, erros e sacanagens que fizeram da Lusa um time qualquer, sem essência, sem respeito nem dos adversários tampouco de si própria.______________________


Depois foram dois anos batendo na trave, ficando pelo caminho por um ponto, na quinta colocação, perdendo para os Vila Novas, Campinenses e Duques de Caxias da vida, em casa. E o Canindé sempre virava um inferno, com a torcida jogando contra. E a faixa continuava virada.___
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Mas como condenar a atitude após quase 40 anos em jejum? A torcida é o espelho do time. E os apupos e vaias, tão criticados por mim, nada mais eram que o amor sob protesto. Pior seria a indiferença, mas esta sempre passou ao largo das frias bancadas do Canindé. Mesmo assim, a faixa continuava virada.______________________________

Mas este ano foi diferente. A torcida vestiu, literalmente, a camisa e jogou junto, de verdade, como a brilhante campanha de marketing colocou no próprio manto luso. Manto este inspirado nas cores de Portugal. Sim, nossos ascendentes são portugueses, com muito orgulho, com raça e com trabalho. E foi com trabalho que voltamos. E o melhor: jogando muita bola. Com Jorginho e com Edno, os maiores símbolos desta equipa de gigantes.




Que a Série-B seja apenas um rico capítulo da nossa história. Que seja o ponto de partida para voltarmos a ser grandes. Voltarmos não a ter orgulho, pois nunca o perdemos, mas a mostrar, de cabeça erguida, a Cruz de Avis da nossa camisa. Viramos a faixa. Viramos a página.

Imagem: Web Rádio Lusa

Hoje é dia de subir, Lusa

Chegou o dia. Hoje a Portuguesa terá a chance de ratificar a sua volta para a divisão principal do futebol brasileiro. O adversário será, curiosamente, o Vitória, que é treinado pelo Benazzi, que foi o responsável pelo último acesso luso, ainda em 2007.

Matematicamente ainda não será hoje, mas a matemática não joga, e quando joga, o faz mal pra caramba. A condição não é aritmética, é técnica. O quarto colocado não fará mais que 63 pontos, e a Lusa já tem 61.

Honestamente, não sei quais são os desfalques. Só sei que o Ananias está suspenso, por causa da cartolina encarnada que tomou diante do BOA, na terça-feira passada. Não sei nem quem entra, se é o Timbó, o Ivo ou o Lucas Gaúcho. O fato é que, quem entrar, terá a oportunidade de fazer história.

A campanha é fantástica: são 61 pontos, 17 vitórias, apenas três derrotas, 62 gols marcados, 33 de saldo. No primeiro turno, igualou as marcas de Corínthians, em 2008, e Vasco, em 2009, com 38 pontos.

Ninguém no Brasil tem números tão expressivos. É claro que os adversários não são do mesmo nível dos times da Série-A, mas o investimento no time também não é. A comparação, portanto, deve ser proporcional.

Com números tão superlativos, que a torcida faça a sua parte, seja em números, seja em animação. Que cada um dos pouco mais de 5 mil lusos que estarão no Monumental do Pari nesta noite fria e talvez chuvosa de terça-feira valham por 10.

Hoje é dia de torcer pra Lusa bebendo vinho. É o dia A, de acesso.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O purgatório, de novo

Acabou a fase de grupos das Eliminatórias para a Eurocopa de 2012. Das seleções ditas grandes, a única que ainda não se apurou foi Portugal, que conhecerá na quinta-feira seu adversário na repescagem, em sorteio a ser realizado pela UEFA em Cracóvia, na Polônia. _______________
Portugal está no pote 1, dos cabeças-de-série, ao lado de Croácia, Irlanda e República Tcheca. No outro pote estão Bósnia-Herzegovina, Estônia, Montenegro e Turquia.

Qualquer que seja o adversário, Portugal terá que, em primeiro lugar, resolver seus problemas internos, problemas estes que impediram a Selecção das Quinas de apurar-se de forma direta, tendo que passar, pois, novamente pelo purgatório da repescagem.


Começou com a demissão muito mal ajambrada de Carlos Queiroz por causa do episódio em que ele mostrou-se contrário à realização de um exame antidoping promovido pela própria Federação Portuguesa durante a preparação para o Mundial da África. Por causa disso, os lusos debutaram na fase de apuramento sem treinador, conseguindo a proeza de empatar em quatro golos com o Chipre, em casa, e perderam para a Noruega.



Não que eu fosse favorável à manutenção do selecionador após o fiasco da Copa da África, mas o fato é que Portugal perdeu tempo para definir o seu substituto. Chegou o Paulo Bento e o comboio luso voltou aos trilhos, até o desentendimento que culminou com a saída do zagueiro Ricardo Carvalho da equipa.

Antes da crise, com Carvalho e Paulo Bento juntos, foram três vitórias, contra Islândia (3-1), Dinamarca (3-1) e Noruega (1-0). Após o afastamento do jogador do Real Madrid, a fragilidade do sistema defensivo português ficou flagrante nos cinco golos que Portugal tomou nos jogos contra a Islândia e Dinamarca.

Portugal não pode prescindir do Ricardo na zaga. Então eles que se resolvam e esqueçam as rusgas, sob pena de ficarmos de fora, pela primeira vez, da fase final de uma Eurocopa, e que nossos egrégios avós nos guiem à vitória.




sábado, 8 de outubro de 2011

Quase lá


Falta pouco, muito pouco, pouco mesmo. Portuguesa e Portugal estão a um jogo, apenas, de conseguirem suas respectivas apurações para a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro e para a Eurocopa, ambas no ano que vem. E tanto Lusa quanto Portugal venceram seus compromissos de sexta-feira.

Jogando em Recife, a equipa dirigida pelo Jorginho levou um sufoco desgraçado do desesperado Salgueiro, mas voltou a São Paulo com os três pontos na bagagem, somando agora 60, mesmo desfalcada do maestro Marco Antonio e do seu regra 3 imediato, Ivo. Wéverton teve outra atuação de destaque e a barra salvou-nos, mas a fase é boa e a sorte tem vestido as cores rubro-verdes.

Matematicamente a vitória da Lusa contra o Boa-MG ainda não garantirá a vaga, mas as projeções apontam 62 pontos para, pelo menos, a quarta colocação. Faltam-nos nove jogos e estamos, à condição, 11 pontos à frente da Ponte Preta, a segunda equipa melhor classificada, e 15 a mais que o adversário de terça-feira próxima.__
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Já a equipa das Quinas venceu a fraca Islândia por 5 a 3, no estádio do Dragão. A vitória não foi tranquila, pois mesmo abrindo 3-0 ainda na primeira parte, com Nani (2) e Helder Postiga, e atirando uma bola à barra logo após o reinício do jogo, os comandados de Paulo Bento esmoreceram e viram os islandeses encostarem no marcador. Dois golos nos últimos 10 minutos, com João Moutinho e Eliseu, devolveram a calma aos lusos que foram à Cidade Invicta. Os três tentos permitidos aos gajos da Terra do Gelo mostram o quanto a defesa portuguesa é frágil e depende da volta de Ricardo Carvalho. Que ele e o selecionador Paulo Bento se entendam, pois é Portugal quem perde com essa rusga......
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Também na terça, Portugal vai à Copenhagen defrontar os co-líderes do Grupo-H. A Dinamarca tem os mesmos 16 pontos de Portugal e avançam apenas se vencerem, pois o saldo da equipa lusa é melhor (10x8). Não será fácil, pois os nórdicos venceram suas três partidas em casa e não sofreram golos. Mesmo em caso de desaire, teremos que torcer pelo tropeço da Suécia contra a Holanda, que venceu seus nove jogos, para apurarmo-nos como melhores segundos colocados......


Terça-feira, portanto, é dia de decisão. Dia tenso, de sorriso forçado e pulsação máxima, com a concentração afetada e pensando em futebol o dia todo. Isto posto, senhores, é hora de tirar o bacalhau da água, preparar os bolinhos e deixar as sardinhas prontas para assar. Falta pouco, muito pouco, pouco mesmo.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Contagem regressiva



A contagem regressiva está no final. A Portuguesa deu mais um passo na caminhada para voltar à Primeira Divisão. A vítima da vez foi o alagoano ASA, de amargas lembranças aos nossos inquilinos palestrinos. Duas bolas a zero, passeio na segunda parte e mais três pontos na algibeira.


Como tem sido constante, a primeira parte foi duríssima. Os comandados de Jorginho encontraram um adversário bem postado, que sufocava a saída de bola, mas que pouco chegou ao golo de Wéverton. Seria difícil manter o mesmo ritmo no jogo todo.


A cidadela alagoana ruiu logo após a volta do balneário, com o golo de Henrique. Depois disso, um caminhão de golos desperdiçados - dos dois lados -, até o becão Rogério fechar o caixão, perto de meia hora de jogo. Dali em diante foi parar de gastar a bola para gastar o tempo.


Notem que, mesmo com o marcador favorável, a Lusa deu hipóteses ao ASA, da mesma forma que ocorreu contra o São Caetano. Mais uma vez a ansiedade atrapalhou. E este parece ser o maior, senão o único, adversário da equipa rubro-verde para alcançar os seus objetivos na temporada.

A tristeza e o olhar

A tristeza é um dos estados de espírito mais nobres que existem. É sincera, verdadeira. Ninguém consegue inventá-la. Só é capaz de demostrar quem a sente de verdade. Até uma lágrima pode ser dissimulada. Um semblante fechado, sombrio, tudo isso é capaz de ser produzido. Mas não um olhar.

Um olhar triste pode parecer perdido, em busca do nada, mas na verdade está voltado para dentro de si mesmo, pois é lá que procura as respostas, embora quase nunca as encontre.

Não se deve desprezar a tristeza, da mesma forma que é perigoso superestimá-la. Como um bom vinho, deve ser apreciada na medida certa: menos é desperdício, enquanto que mais é perigoso tornar-se refém.




Como o vinho é cantado no fado, a tristeza só faz mal a quem a julga ser ninguém e dela faz pouco. Mesmo porque um sentimento tão puro não deve ser tratado de qualquer forma, pois não é a esmo que surge.

Surge, pois, numa perda de um ente querido, de um sonho, de um amor. Também, e principalmente, quando o sonho e o amor na realidade são um só. Esta é a mais dolorida. E também é a mais bela de todas, a mais digna.

Cada um reage de uma forma, conforme é sua tenacidade, sua maneira de ver e sentir. Seja como for, portanto, merece todo respeito e consideração. E mais uma vez como o vinho, deve ter seu tempo de amadurecimento, de cura, sob pena de, caso não seja conservada da maneira correta, virar vinagre e perder seu sabor e essência.

Ela mora dentro do peito, mas pode ser vista pela janela do coração, que é o olhar. Um olhar triste, verdadeiro, leal. Leal como a tristeza. Leal como o amor.

domingo, 2 de outubro de 2011

Vacilo no ABC

A Lusa desperdiçou uma oportunidade gigantesca de abrir ainda mais vantagem sobre a concorrência na Série-B. Mesmo estando três vezes à frente no marcador, permitiu que o São Caetano buscasse a igualdade e o jogo disputado no ABC paulista acabasse empatado em 3 a 3.


O jogo esteve sempre à mercê da líder do campeonato. O golo de abertura do escore não demorou para sair, o que deveria dar tranquilidade aos comandados de Jorginho. No entanto, menos de 10 minutos depois de Ananias marcar, Kleber empatou para o Azulão. Ainda na primeira parte o mesmo Ananias recolocou os visitantes na frente, e o placar foi mantido até o meio-tempo.


Pela posição privilegiada na classificação, a Portuguesa deveria voltar do intervalo tranquila, com a posse de bola e fazendo o São Caetano correr atrás. Afinal, a posíção que os anfitriões ocupam na tabela, abaixo da linha d'água, é que faria o time do ABC obrigar-se a atacar, pois o empate não lhe era um resultado interessante, mesmo contra o ponteiro do torneio.


Poderia, assim, a Lusa especular e matar o jogo nos contragolpes. Condição para isso tinha: a espinha dorsal da equipa estava em campo, com Guilherme, Marco Antonio, Ananias, Henrique e Edno, o que significa que Jorginho pode escalar o time da forma que mais gosta, com Guilherme e Boquita à frente da zaga, os laterais Marcelo Cordeiro e Luis Ricardo podendo avançar e tramar as jogadas de ataque com os meias Ananias e Henrique, abertos ou afunilando, coordenados pelo meia Marco Antonio, que funciona como o eixo da meia cancha rubro-verde, auxiliado (muito bem) pelo Edno, único avançado da equipa, e que ainda volta pra abrir espaços e bater de fora.


Logo, estava tudo a favor, mas faltou o essencial: serenidade. Bruno Recife, de lembranças pouco saudosas aos adeptos lusos empatou no inicio da segunda parte. Henrique marcou o terceiro da Lusa, que não soube segurar o ímpeto de um adversário desesperado e inferior, que tinha o atacante Kléber em tarde inspirada. Às vezes a Portuguesa passa a sensação de que resolverá a parada a qualquer momento, o que não é verdade. A vantagem colossal que tem no campeonato foi criada com muita luta e seriedade, o que faltou no Anacleto Campanela.


A invencibilidade é de 10 partidas. Entretanto, são apenas quatro vitórias. Não que o acesso esteja posto em risco, mas o título ainda está aberto. Que os tropeços, sobretudo o de sábado, abram os olhos do time e a taça venha o quanto antes, sem sustos.