Torço pra Portuguesa desde 1985, aos 7 anos, idade em que
comecei a acompanhar o futebol, embora minha memória mais remota me remeta a
1984, ano em que o Santos foi campeão paulista. Por sorte, sem qualquer
influência na minha escolha clubística.
Ainda me lembro da escalação da Lusa: Serginho, Luciano, Luís Pereira, Mauro e Alberis; Célio Bagre, Toninho e Edu; Toquinho, Jones e Esquerdinha. O técnico era o Jair Picerni. Chegamos à decisão contra o São Paulo, que alinhou com Gilmar, Zé Teodoro, Dario Pereyra, Oscar (que dupla de zaga!) e Nelsinho; Márcio Araújo, Silas e Pita; Muller, Careca e Sidney. Eram comandados pelo Cilinho. Apesar de termos mais time, perdemos ambos os jogos daquela final. No segundo o Edu quase fez um golo antológico, do meio do campo. A bola, caprichosa, preferiu beijar a o travessão por duas vezes a aconchegar-se nas redes do goleiro Gilmar.
Antes que você, caro leitos, pergunte "e daí?", explico a razão dessa introdução: todos esses jogadores citados marcaram época na Lusa, não por terem chegado a uma decisão – o que, em se tratando de Portuguesa de Desportos, é um acontecimento e tanto –, mas por terem, apesar do sucesso, esquentado lugar no clube do Canindé. O mesmo se aplica aos do Tricolor, exceto pela escassez de títulos.
Bons tempos aqueles em que o sonho de qualquer jogador do interior era jogar num grande clube da capital. Aí passava três, quatro anos ou mais, para depois rumar para o exterior, no caso dos melhores. Aos outros, restava rodar por equipes menores, mas sempre no Brasil. Tempos em que qualquer torcedor sabia de cor e salteado a escalação do seu time, seja ele a Portuguesa, o São Paulo, o Grêmio, o Vasco.
E hoje? Até outro dia a formação do time era igual iogurte, com prazo de validade de seis meses. Hoje, nem isso. A Lusa, por exemplo, começou o Nacional com Diogo e Christian no ataque, e antes do primeiro turno acabar os titulares já eram Jonas e Washington. E no ano que vem? Só Deus sabe.
O que todo mundo sabe é que, a cada janela de transferência – pelo tamanho do estrago que causa, deveria chamar-se portal –, o pé-de-obra (com licença, Mauro Beting) qualificado vai embora, e o desqualificado também. O que sobra aqui é o terceiro escalão da boleirada. Até as categorias de base estão servindo aos clubes do exterior. Os nossos viraram meros fornecedores para os times de fora que, por meio de empresários mal ou muito mal intencionados que levavam o produto acabado. Levavam, pois agora levam, além do produto pronto, a matéria-prima, a semente e até o adubo.
Soluções para estancar esta sangria desatada existem. Uma delas seria a adequação do nosso calendário ao europeu. Assim, pelo menos durante o campeonato, as equipes seriam preservadas, como a paciência do torcedor, que, no fim das contas, é a razão de ser dos times de futebol.
Ainda me lembro da escalação da Lusa: Serginho, Luciano, Luís Pereira, Mauro e Alberis; Célio Bagre, Toninho e Edu; Toquinho, Jones e Esquerdinha. O técnico era o Jair Picerni. Chegamos à decisão contra o São Paulo, que alinhou com Gilmar, Zé Teodoro, Dario Pereyra, Oscar (que dupla de zaga!) e Nelsinho; Márcio Araújo, Silas e Pita; Muller, Careca e Sidney. Eram comandados pelo Cilinho. Apesar de termos mais time, perdemos ambos os jogos daquela final. No segundo o Edu quase fez um golo antológico, do meio do campo. A bola, caprichosa, preferiu beijar a o travessão por duas vezes a aconchegar-se nas redes do goleiro Gilmar.
Antes que você, caro leitos, pergunte "e daí?", explico a razão dessa introdução: todos esses jogadores citados marcaram época na Lusa, não por terem chegado a uma decisão – o que, em se tratando de Portuguesa de Desportos, é um acontecimento e tanto –, mas por terem, apesar do sucesso, esquentado lugar no clube do Canindé. O mesmo se aplica aos do Tricolor, exceto pela escassez de títulos.
Bons tempos aqueles em que o sonho de qualquer jogador do interior era jogar num grande clube da capital. Aí passava três, quatro anos ou mais, para depois rumar para o exterior, no caso dos melhores. Aos outros, restava rodar por equipes menores, mas sempre no Brasil. Tempos em que qualquer torcedor sabia de cor e salteado a escalação do seu time, seja ele a Portuguesa, o São Paulo, o Grêmio, o Vasco.
E hoje? Até outro dia a formação do time era igual iogurte, com prazo de validade de seis meses. Hoje, nem isso. A Lusa, por exemplo, começou o Nacional com Diogo e Christian no ataque, e antes do primeiro turno acabar os titulares já eram Jonas e Washington. E no ano que vem? Só Deus sabe.
O que todo mundo sabe é que, a cada janela de transferência – pelo tamanho do estrago que causa, deveria chamar-se portal –, o pé-de-obra (com licença, Mauro Beting) qualificado vai embora, e o desqualificado também. O que sobra aqui é o terceiro escalão da boleirada. Até as categorias de base estão servindo aos clubes do exterior. Os nossos viraram meros fornecedores para os times de fora que, por meio de empresários mal ou muito mal intencionados que levavam o produto acabado. Levavam, pois agora levam, além do produto pronto, a matéria-prima, a semente e até o adubo.
Soluções para estancar esta sangria desatada existem. Uma delas seria a adequação do nosso calendário ao europeu. Assim, pelo menos durante o campeonato, as equipes seriam preservadas, como a paciência do torcedor, que, no fim das contas, é a razão de ser dos times de futebol.
Ah, se um dia eles, torcedores, percebessem...