Assis Chateaubriand tinha um jeito todo seu de tratar de negócios. Quando precisava captar recursos para os Diários Associados, chamava um empresário, digamos por exemplo, do ramo de grampeadores para papel e sugeria que este fosse seu anunciante. Se o sujeito tivesse a petulância de negar, Chatô nem falava nada, mas a partir de então começava uma campanha difamatória a partir dos seus veículos até que o infeliz abaixasse a crista e voltasse com o rabo entre as pernas e, é lógico, aceitasse um valor bem menor.
Um antigo empresário espanhol da região do ABC paulista, cujo sobrenome é o mesmo do partido da ditadura militar, quando se via afrontado por alguém de menor envergadura (não a moral), o contratava para depois demiti-lo por justa causa. E ai de quem discordasse ou olhasse feio pra ele.
E o mundo caminhou. E a ditadura caiu, mas alguns fantasmas (de cabelo acaju acobreado de gosto duvidoso) insistem em arrastar suas correntes por aí, com o mesmo procedimento de um Chatô ou do empresário do ABC. Só que ele não viu que os tempos mudaram e que ele também vai pelo mesmo caminho. Como disse Chico, hoje é outro dia, o galo tanto insistiu que cantou e a água nova brotou.