Pela primeira vez titular em jogos da Liga, Taarabt mostrou ao treinador que pode ser o substituto ideal de Gabriel, que deve ter ao menos mais três semanas de recuperação da lesão no joelho. O 49 foi o dono do jogo, com roubadas de bola, arranques e passes daqueles que destroem linhas.
A outra novidade benfiquista foi o retorno de André Almeida, o que ajudou, e muito, a fluir o jogo de Pizzi. E quando o Pizzi joga, amigos, o Benfica joga fácil.
Foi assim no segundo tempo, quando as coisas ficaram mais fáceis com o gol madrugador do camisa 21 (passe preciso de Almeida) e as desventurosas tentativas de corte, primeiro de Bruno Viana em passe de Seferovic (a única ação ofensiva do suíço que deu certo, embora sendo um passe errado que buscava - ou não - Raúl De Tomás); depois, no cruzamento de Jota para Seferovic (que poderia perder o gol), que o capitão bracarense Ricardo Esgaio bisonhamente desviou para o gol.
Verdade seja dita: as coisas poderiam caminhar mais tranquilamente se Seferovic não perdesse, à Marega, dois golos quase certos no fim da primeira etapa, da mesma forma que, para o Braga, o placar seria menos desabonador se Ricardo Horta e Francisco Trincão não falhassem as chances claras que tiveram, subretudo o primeiro, que acertou a trave quando tinha apenas Vlachodimos à frente, e o escore ainda apontava 1 a 0.
Outro ponto importante é que Lage fez entrar os três atacantes que estavam no banco: os brasileiros Carlos Vinícius e Caio Lucas e o português Jota, o único dos três a parecer oferecer argumentos para ter mais minutos em campo ou até reivindicar a titularidade de De Tomás, coisa que Chiquinho vinha fazendo até se contundir com gravidade contra o Porto. Tudo bem que a fatura já estava liquidada, mas há que se pensar, inclusive, na continuidade de ambos na janela de fim de ano.
Isso mostra que, como na temporada passada, a ida ao mercado foi desastrosa, só que dessa vez não parece haver no Seixal oferta para já. Talvez recuperar Cervi ou Zivkovic - ou ambos - seja a saída mais adequada.
Para a Liga, o que há à disposição basta. Para a outra Liga, a dos Campeões, pode ser que o bacalhau que Bruno Lage tem preparado não baste.
Vlachodimos: a cada bola que defende, deve pensar, em Alemão ou Grego, por que raios queriam outro goleiro;
André Almeida: graças a Deus ele voltou. E Graças a Deus o Nuno Tavares ficou nas bancadas;
Ferro: uma ou outra rateada, como de costume;
Rúben Dias: não criou problemas para nenhum dos goleiros dessa vez;
Grimaldo: se colocassem um balde d'água com a camisola três, é possível que este tivesse mais trabalho que o espanhol;
Florentino: deixaram jogar, o que não se faz. Quando não deixaram, fizeram o pênalti que resultou no primeiro gol da noite;
Taarabt: que semana para ele: voltou a ser convocado para defender Marrocos após cinco anos e fez a primeira partida como titular no Benfica. Foi o melhor em campo, e isso num daqueles dias inspirados de Pizzi;
Pizzi: retomou a parceria com André Almeida, tocando o terror no lado direito do ataque (Vinícius: entrou e errou cinco das quatro tentativas que fez);
Rafa Silva: o mesmo destruidor de trincos de sempre. Ainda terá problemas com as autoridades;
Raúl De Tomás: o primeiro passo para vingar na Luz será mandar tirar as iniciais da camisola. O segundo será ocupar o lugar de Seferovic. Não é tão mau quanto fazem presumir suas atuações até aqui (Jota: já merece mais tempo de jogo. A boa notícia é que saltou das bancadas dos dois últimos jogos para ser o primeiro reserva a entrar no jogo);
Seferovic: não é nem sombra do goleador da temporada passada. Se calhar, inspirou-se em Marega para mandar para longe a bola quando a baliza estava à serventia (Caio Lucas: quem é preterido por ele deveria repensar a carreira).