No início da semana retrasada fui ao Canindé para fazer uma matéria com o Esquerdinha, craque luso dos anos 1980, e que hoje é o técnico da categoria Sub 20 da Portuguesa.
No gramado, enquanto me preparava, atrás do gol dos vestiários, me dei conta de que foi naquela trave que o genial Dener marcou um dos gols mais bonitos da sua curta, porém brilhante, carreira, contra o Santos. Quando o placar anotava 3 a 2 para a Lusa, de virada, o Reizinho do Canindé recebeu o passe de Tico e dominou passando a bola no arco das pernas do lateral Índio, ignorou a existência do goleiro Gomes e só parou com a bola dentro do gol. Era um sábado, 1° de maio de 1993.
Quase 20 anos depois eu estava lá, atrás do gol imortalizado pelo craque. Naquele momento, como se visualizando por um ângulo imaginário que só eu tinha, o vento parou. O tempo parou. Tudo parou. Quem não viu Dener jogar sequer pode imaginar o que perdeu. Como narrou o mestre Silvio Luiz, pela TV Bandeirantes, "foi, foi, foi um golaço de craque, um gol de placa no Canindé! Dener, o super craque da camisa 10".