Foto: Divulgação/Portuguesa |
É difícil pensar em algo positivo que possa ser extraído da desgraçada e frustrante campanha da Portuguesa no retorno à elite do futebol paulista. Evidentemente, não ter caído era o principal objetivo e, mesmo que tenha sido mais pela incompetência alheia do que algum tipo de merecimento, o fato é que a Lusa está lá com a sua bandeira hasteada no átrio da Federação Paulista de Futebol e assim ficará até pelo menos a próxima edição.
No entanto, passado o susto – e que susto! – de sentir o gume da lâmina que degola pescoços e os relega às páginas menos honrosas da competição, é hora de planejar para que não dependamos da sorte novamente. E a Copa Paulista, essa trágica competição que ninguém aqui mais suporta disputar, daqui a pouco está a bater às portas. E é preciso ter time para conquistar a tão necessária vaga à Série D do ano que vem.
Não tem para onde correr. Nosso lugar no calendário nacional precisa ser alcançado pelo certame tapa-buracos da Federação Paulista de Futebol e o quanto antes. De preferência, renovando o título de 2020, conquistado pela “Família Marchiori”. Se formos buscá-la via Campeonato Paulista, só será disputada na temporada seguinte, em mais uma estupidez das tantas do regulamento do “principal-estadual-do-país”.
E isso dificulta ainda mais a tarefa de garantir o calendário nacional. Sendo o Paulistão o Estadual mais difícil, e é mesmo, a rotatividade dos times paulistas que disputam a Série D tende a ser mais alta. Dos 15 times que mais disputaram a competição, nenhum é paulista. O Central-PE, por exemplo, das 14 edições realizadas até aqui, esteve em 11. A Portuguesa disputou duas, sendo a primeira em 2017 porque caiu da C no ano anterior.
Entrando pela Copa Paulista, já começa o Paulistão com ânimo em dia e uma espinha dorsal competitiva formada, aumentando a chance de fazer uma boa campanha também na elite, o que, no mínimo, já garante a vaga no calendário nacional no ano seguinte e propicia um fôlego extra para a montagem do elenco visando também o acesos para a Série C, que é a maior das necessidades da Lusa a curto prazo.
Portanto, “planejamento” deve soar como um mantra nos ouvidos e almas de todos os envolvidos no processo, e não há margem de erro. É preciso acertar no nome do executivo, que já veio e tem boas credenciais (experiência e respeito no mercado de transferências dos atletas); o técnico, que vai montar com ele o elenco, que tem que começar de dentro para fora.
Que tipo de time queremos E PODEMOS ter? Quem temos à disposição? Quem vale a pena emprestar para voltar no início do ano? Quem vai ficar? Quem vai ser puxado da base? Respondidas estas perguntas, é hora de buscar os reforços.
Isso garante a vaga? Não, mas diminui o impacto da sorte, que, convenhamos, não costuma dar o ar da graça para os lados do Canindé. E olha que ela já passou por aqui neste ano.
Texto originalmente publicado no NETLUSA