*por Vinicius Carrilho
Mais um ano passou e, pelo quarto ano seguido, Lionel Andrés
Messi é escolhido o melhor jogador de
futebol do mundo. Um prêmio obviamente injusto, já que qualquer humano,
minimamente capacitado, consegue enxergar que o argentino não é deste planeta.
QUATRO VEZES SEGUIDAS A doce rotina de Lionel Messi (Christof Koepsel/ Getty Images) |
Segundo o próprio, 2012 não foi um bom ano para ele.
Compreensível, já que no mundo de Messi os parâmetros devem ser extremamente
elevados, principalmente para qualquer mero humano. É verdade que no quesito títulos o jogador
viu sua equipe erguer apenas a Copa do Rei, sendo superada no
Campeonato Espanhol pelo Real Madrid e na UEFA Champions League pelo Chelsea.
Porém, deixando o coletivo e analisando apenas o individual, os números do
jogador são impressionantes.
No último ano, o camisa 10 do Barcelona entrou em campo 60 vezes pelo clube catalão e anotou 79 gols, alcançando uma média de 1,3 gol por jogo. Para se ter uma ideia,
durante o Campeonato Brasileiro do último ano, o Atlético Mineiro foi a equipe
com o melhor ataque da competição, marcando 64 gols em 38 jogos, uma média de
1,6 por partida. Para deixar os números ainda mais impressionantes, Messi não
só marcou gols, mas também ajudou companheiros, contribuindo com 21
assistências.
Anteriormente contestado com a camisa azul celeste da
Argentina, hoje o jogador é unanimidade. Messi entrou em campo por nove vezes, contando amistosos e Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, e marcou 12 gols. Média igual à alcançada com a camisa blaugrana: 1,3 por jogo.
Com expressivos números, chega a ser covardia colocar Lionel
Messi para disputar um prêmio com qualquer outro jogador natural do Planeta
Terra. Andrés Iniesta, terceiro colocado na disputa da Bola de Ouro, é um
grande jogador. Peça fundamental da Seleção Espanhola, o jogador tem um futebol
inversamente proporcional a sua altura. No alto de seu 1,70 m, Iniesta é um daqueles
raros jogadores de meio-campo em extinção no esporte. Rápido e extremamente
técnico, tem um futebol de gigante.
Grande rival de Messi, Cristiano Ronaldo, segundo colocado
na Bola de Ouro, é um craque. Rápido e habilidoso, o jogador é o grande astro
do Real Madrid e consegue elevar consideravelmente o nível técnico da Seleção
Portuguesa, que não passa de mediana quando ele não está em campo. O camisa 7,
porém, sofre por ser contemporâneo a Messi. Ainda mais jogando no mesmo
campeonato que o argentino, as comparações são inevitáveis e conquistas
individuais passam a ser quase impossíveis. Se serve de consolo, o atleta pode
dizer que é o melhor jogador humano do mundo, copiando Pepe, que afirma ser o
maior artilheiro humano da história do Santos, já que Pelé é extraterrestre.
Falando em extraterrestres, voltemos a Lionel Messi. Sem
dúvidas, o argentino é um gênio. O jogador já tem seu nome escrito na história
do futebol e as pessoas poderão se orgulhar de dizer que viram Messi jogar. Por
uma questão de justiça moral, os deuses do futebol ainda devem fazê-lo vencer
uma Copa do Mundo e assim torná-lo, de vez, o maior jogador argentino da
história, superando Diego Armando Maradona.
Falando em “el D10s” dos argentinos, a única pergunta ainda
sem resposta que paira sobre Messi é a
imortalizada pelo jornalista uruguaio (provavelmente o mais argentino da
história), Víctor Hugo Morales, que, em meio a lágrimas, após ver a obra prima
de Maradona diante da Inglaterra na Copa do Mundo de 1986, disse: “¡Quiero llorar! ¡Dios Santo, viva el
fútbol! ¡Golazo! ¡Diegol! ¡Maradona! Es para llorar, perdónenme ... Maradona,
en una corrida memorable, en la jugada de todos los tiempos... barrilete
cósmico... ¿de qué planeta viniste?”. A questão, que até hoje não foi
respondida, se estende a Messi. E aí, Lionel Messi, e você, ¿de qué planeta
viniste?
* Vinicius Carrilho tem 21 anos, é jornalista,
morador de Osasco e gostaria de ganhar a vida
fazendo humor, mas escreve melhor do que conta piadas.
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