quarta-feira, 5 de junho de 2019

Cristiano e Ronaldo, os responsáveis pela classificação portuguesa à final da Liga das Nações

MAIS TRÊS Sem forçar muito, Cristiano Ronaldo coloca
 Portugal em mais uma final (José Coelho/Lusa)

Admito a hipótese de a Liga das Nações não valer lá muita coisa, mas, se tem Portugal em campo, vale e vale muito! Talvez não tenha valido a pena Fernando Santos escalar um time com tantos pés pensantes (Cristiano, João Félix, Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Rubem Neves) e colocá-los quase estáticos, partindo basicamente de bolas longas para Cristiano ver se saía algo que prestasse. E por 88 minutos não saiu, exceto pelo golaço de falta que ele mesmo sofreu ainda no primeiro tempo. 

A Suíça foi superior durante quase o tempo todo, mas faltou brilho ao quarteto Shaqiri, Xhaka, Zuber e Seferovic. A Portugal faltou Fernando Santos ousar um poucochinho só. Ele deve ter um bom motivo pra manter seus quatro jogadores de frente presos, eu só não entendi ainda qual é. 

Por sorte, Cristiano Ronaldo foi Cristiano Ronaldo em sua melhor versão e definiu o negócio com três gols, interrompendo a incômoda sequência de quatro empates (dois pela Liga das Nações, e dois pelas Eliminatórias para a Euro 2020), que já fazem os mais ressabiados torcerem os bigodes. Como gosta de empatar este Portugal de Fernando Santos.

É irritante assistir aos jogos de Portugal, sobretudo quando o adversário fica todo atrás, obrigando os campeões da Europa a saírem da zona de conforto, ou quando resolve adiantar a marcação, obrigando os campeões da Europa a saírem da zona de conforto com o mínimo de organização e qualidade, o que não deveria ser um problema para quem tem jogadores como William Carvalho, João Moutinho, Rúben Neves e Pizzi. Mas tem sido porque os jogadores de frente pouco se movimentam e, não raro, um dos trincos busca a ligação direta, quando os armadores deveriam se aproximar para abrir espaços aos que vêm de trás. A Suíça sufocou a saída de bola enquanto teve pernas e pulmões para isso, e Portugal só garantiu a vaga após 88 minutos, dos quais, em pelo 60 esteve abaixo do adversário. 


VAR à parte, para bater a Suíça foi suficiente. Para a final de domingo, seja contra a Inglaterra ou contra a Holanda dos superzagueiros De Ligt e Van Dijk, talvez só Ronaldo não baste.

Avaliações:
Rui Patrício:
a mesma segurança dos últimos anos;
Semedo: marcou bem, mas não se aventurou no ataque;
Pepe: partida gigante. Saiu machucado (entrou Fonte, mas graças a Deus nem foi notado);
Rúben Dias: joga mais pela Seleção do que pelo Benfica. Grande jogo;
Raphael Guerreiro: tímido em campo, não comprometeu, mas não fez nada digno de nota;
William Carvalho: errou mais passes que pai de santo em má fase, mas foi o dínamo de sempre no meio;
Rúben Neves: um chute bisonho, algumas bolas longas inclassificáveis, mas conseguiu controlar o jogo quando a Suíça empatou e parecia querer graça;
Bruno Fernandes: Ainda não foi desta vez que justificou a titularidade (entrou João Moutinho, que poderia ter entrado mais cedo);
Bernardo Silva: outra vez, foi sacrificado pelo esquema de Fernando Santos. Ainda assim, conseguiu criar boas situações, inclusive dando o passe do segundo gol;
João Félix: triste estreia, apesar do pênalti por marcar. Pode muito mais do que fez. Poderia ter jogado um pouco mais recuado, mas isso é lá com o mister (entrou Gonçalo Guedes: jogou mais longe da área, onde não corre o risco de perder golos);
Cristiano Ronaldo: três gols. Não é preciso dizer mais.
(Foto: José Coelho/Lusa)

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