E lá
vamos nós falar de Neymar outra vez: a acusação de estupro é pesada, mas, até
que se prove, ele é inocente. E a prova cabe a quem acusa, como em qualquer
caso, em qualquer crime. No entanto, o vídeo que ele postou para desqualilficar a
acusadora é de uma baixeza inacreditável. E que não venham falar de mal
assessoramento, pois é o tipo de coisa que não precisa que alguém peue pela mão
e diga para não fazer.
Ele expõe a suposta vítima numa rede social em que
inúmeros de seus seguidores são crianças, além de cometer crime cibernético ao
divulgar fotos dela sem seu consentimento. Crianças viram e leram um conteúdo
que não lhes diz respeito, e sem precisar ir atrás disso. É uma invasão, uma
canalhice.
Ao
agir como agiu, o que Neymar buscou não foi a absolvição. Ele jogou a moça aos
leões, como se fosse uma qualquer que buscou se aproveitar dele, arrancar uma
grana do inocente rapaz. Mais que isso: dentro de uma cultura em que existe a predisposição de colocar a culpa na vítima - novamente: se é que há uma vítima na acusação de estupro -, é muito cômodo e fácil tentar a inversão dos pepéis.
Naturalmente, Neymar contou com o julgamento
pré-concebido de que ela não foi a Paris só pra passear, que sabia muito bem o
que queria e o que a esperava no quarto com ele. Mesmo que teha sido o caso, não é não em Paris, em São Vicente, em Mogi das Cruzes ou no raio que os partam. Se há algo de errado no
encontro "amoroso" -mesmo que não haja-, os dois fizeram.
Se não
houve o estupro, Neymar é vítima, mas a atitude que tomou para livrar a cara é um erro já de antemão. Sem a gravidade da violação, claro, mas um
não exclui o outro. E, obviamente, a sua permanência com a Seleção que
disputará a Copa América nem deveria ser discutida. O corte já deveria ter sido
anunciado.
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