DESFOCADO Benfica passou aperto nos dois jogos, mas garantiu a vaga à decisão da Taça de Portugal (Foto: Hugo Delgado/EPA) |
Foi assim que o autor deste blog terminou a análise do clássico com o Porto. E ainda bem que foi dito antes para que ninguém o chamasse de mentiroso. João Pedro Sousa, excelente técnico do Famalicão, armou sua equipe à imagem e semelhança do FC Porto no que diz respeito a anular as boas valias benfiquistas na segunda mão da Taça de Portugal. E conseguiu, durante quase todos os 90 e poucos minutos que determinaram o retorno do Benfica - e a primeira vez de Bruno Lage - ao Jamor.
Diogo Gonçalves, emprestado pelo próprio Benfica, a passear pela Avenida Grimaldo, Fabio Martins não deixando Tomás Tavares respirar, e o espanhol Toni Martinez, ora entre os zagueiros, ora entrelinhas, atrás de Taarabt e Florentino e à frente de Ruben Dias e Ferro (em outra noite infeliz), foram os responsáveis por empacar outra vez os encarnados, que só chegaram ao gol (na única bola enquadrada da equipe) graças a um erro de saída de bola.
O segundo tempo foi um terror. Com cinco minutos, o Famalicão já havia finalizado quatro vezes. Florentino, que não jogava desde dezembro, não tinha ritmo e era presa fácil para o numeroso meio-campo dos donos da casa. Taarabt, outra vez sozinho na tarefa de municiar tudo o que os encarnados tentavam, tinha a bola, mas não encontrava caminhos para achar alguém de cinza com espaço. Nem a entrada de Chiquinho, que também pode atuar na sua faixa de campo, ajudou o marroquino na tarefa. Cinza, inclusive, combinou muito bem com o nível de jogo apresentado pelos líderes da Primeira Liga, tanto que, em boa parte do jogo, o Benfica tratou que não houvesse...jogo.
No fim das contas, Vlachodimos garantiu mais uma vez. Curiosamente, há muito se fala na necessidade de contratar outro goleiro, quando o time precisa mesmo de mais nomes para poder dar um refresco a Ferro, que caiu vertiginosamente de rendimento e que não tem um substituto para poder dar-lhe descanso.
Lage disse, após a derrota para o Porto, que o Benfica escondeu seus defeitos por um ano. Ele tem razão. Para a Liga, como diziam os antigos, bacalhau basta, como diziam os antigos. Para a Europa, porém, o prato deverá ser mais servido.
Já lá está, patrício.
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