Quando França e Portugal empataram no 0 a 0 que encheu os portugueses de orgulho porque, finalmente, os gigantes do futebol nos olhavam com respeito, a presença de João Moutinho no time titular foi um dos motivos da primeira fase menos conseguida da Equipa das Quinas pela falta de agressividade na marcação, o que foi resolvido quando William Carvalho pisou no campo.
Nada mais natural que a formação que deu certo no meio tempo melhor no Stade de France começar na Luz. As duas alterações, uma forçada, outra nem tanto, foram José Fonte no lugar do lesionado Pepe e João Cancelo na vaga do mais defensivo Nelson Semedo, talvez pelo desfalque de Mbappé.
Fernando Santos só não contava com uma França diferente daquela visitada. Sem o prodígio do PSG, que havia sido engolido pelo Pepe, Didier Deschamps escalou Griezmann como um meia, colocando-o à frente dos centrais e nas costas dos excelentes trincos lusos, e apoiado pelo excelente jogo de Rabiot e, sobretudo, Pogba e Kante.
Desta forma, os campeões do mundo sempre tiveram superioridade no setor onde Portugal é mais forte quando marca n'altura do meio de campo e tem a bola próximo de seus jogadores mais criativos, nomeadamente Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo e João Félix, isto quando o 10 tem liberdade para andar pelo campo todo. O problema, para os campeões europeus e da Liga das Nações, é que a bola raramente chegou com qualidade justamente onde estavam seus jogadores mais perigosos.
Cancelo, estranhamente, mal passava do meio, onde Bruno Fernandes estava sozinho para disputar com o fortíssimo meio-de-campo francês. Bernardo Silva, em péssima jornada, andou sempre preso na ponta direita. Para piorar, a dupla de volantes que equilibrou o primeiro jogo foi completamente dominada pelos visitantes, sempre mais rápidos a atacar os espaços quando não tinha a posse de bola. E o primeiro tempo só não terminou com uma grande vantagem gaulesa porque Rui Patrício sempre foi melhor que Martial, que desperdiçou três chances na pequena área.
Na segunda parte, Portugal voltou melhor, mais rápido nos duelos e também para atacar e defender. No entanto, quando Rui Patrício não foi suficiente, a França chegou ao golo que tudo decidiu: Rabiot tabelou com Griezmann, se aproveitou da indefinição de Cancelo entre fechar o espaço no meio e acompanhar o volante da Juventus, que recebeu e bateu cruzado, apertado. Patrício espalmou para a zona proibida, onde Kanté foi mais rápido que toda a gente e abriu a contagem.
Depois disso, o único ponto positivo da infeliz noite da Luz: a França abdicou do jogo e passou a defender como podia, ao passo que Portugal foi metendo médios ofensivos e avançados a ponto de terminar o jogo sem nenhum trinco: William saiu para entrar Diogo Jota; Bernardo foi substituído por Trincão; Bruno Fernandes deixou o campo para João Moutinho; e ainda, a cinco minutos do fim, João Félix por Paulinho e Danilo por Sérgio Oliveira.
Com a França toda atrás, Portugal tentou de tudo o que era jeito, mas tentar de todo jeito é o mesmo que não ter jeito nenhum. Cristiano Ronaldo, vendo que a bola não chegaria, passou a rodar o campo todo, quando deveria estar onde é mais perigoso, que é perto da área, tanto que só teve uma chance clara de golo, desarmado no momento do cabeceio, na pequena área, por Kimpembe. Fora isso, uma bola na trave na cabeçada de Fonte com Lloris já sem hipótese de intervir e um chute de longe de João Moutinho, obrigando o guarda-redes a fazer uma daquelas defesas de fotografia, com a mão trocada.
No fim das contas, é preciso não andar nos polos da análise. Não foi um regresso aos anos em que Portugal era massacrado pelos grandes, mas esteve sempre abaixo do que essa geração pode fazer. E Fernando Santos, que tem todos os méritos pelo que já conquistou ao leme da nau lusitana, precisa ter em conta que só poderá jogar em grande dando liberdade para seus principais jogadores.
Rui Patrício: podias fazer melhor no gol? Sim, mas se não fosses tu...
João Cancelo: conhecem a deep fake? É uma tecnologia capaz de trocar o rosto em fotos e vídeos e fazer com que pareça real a participação de quem teve o rosto usado. É como pegar o Gilberto e meter-lhe a fuça do Cancelo. Assustador, pois...
José Fonte: conhecem a deep fake? É uma tecnologia capaz de trocar o rosto em fotos e vídeos e fazer com que pareça real a participação de quem teve o rosto usado. É como pegar o Bruno Alves e meter-lhe a fuça do José Fonte. Assustador, pois...
Rúben Dias: podia ser pior, meu caro Gato (é o nome do gajo, caraças! Não pensem mal, embora seja mesmo): e se , em vez do Fonte, fosse o Jardel? Bom, já sabes disto;
Raphaël Guerreiro: espero que tenham ido buscá-lo na algibeira do Coman após o jogo. Bom, se não buscaram, o Raphaël Adelino José nasceu em França. E é caminho para Dortmund;
William Carvalho: conhecem a deep fake? É uma tecnologia capaz de trocar o rosto em fotos e vídeos e fazer com que pareça real a participação de quem teve o rosto usado. É como pegar o Weigl e meter-lhe a fuça do William Carvalho. Assustador, pois... (Diogo Jota: camisola vermelha, jogo decisivo, no Estádio da Luz. Isso não costuma dar certo);
Danilo: deu lá suas cacetadas nos gajos do país onde está a jogar. Olha, Comendador, os franceses não são lá muito cordiais, mas fdx todos (Sérgio Oliveira: se eu fosse maldoso, diria que o mister deve ter alguma aposta sobre ele completar dez jogos pela Selecção);
Bruno Fernandes: usar um calção verde no Estádio da Luz deve ter desencadeado lembranças pouco felizes do gajo que, normalmente, manda mais em Manchester do que em Lisboa (João Moutinho: aquele chute que o Lloris pegou fará com que eu imagine o raio da bola a entra pelo resto da minha vida);
Bernardo Silva: a distância entre Manchester e Lisboa é de 1.726 km. De voo, são 2h45. Quando o mister mandar que fiques ao pé da linha lateral, Bernardo, mostre estes números a ele e pergunte se vale a pena (Trincão: ó, miúdo, és novo nisto ainda, então entendas uma coisa, SFF: se fores derrubado na área, é pênalti, ó, caraças! Não jogas mais no Braga para achar que nada será marcado quando acontecer consigo);
Cristiano Ronaldo: passarás o gajo iraniano, pá. Mas, para isto, tens que deixar que os outros armem, cruzem e cobrem os arremessos laterais. Já estás velhinho para não saber disto;
João Félix: conhecem a deep fake? É uma tecnologia capaz de trocar o rosto em fotos e vídeos e fazer com que pareça real a participação de quem teve o rosto usado. É como pegar o Nélson Oliveira e meter-lhe a fuça do João Félix. Assustador, pois... (Paulinho: cadê o Ederzito?).
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