segunda-feira, 13 de junho de 2016

Por que torço contra a Seleção Brasileira


Foi em 2013. Durante a festa dos melhores do Campeonato Brasileiro organizada pelo Mesa Redonda, uma terça-feira, a bomba do Caso Heverton estourou. Os dias seguintes foram uma sucessão de cartas marcadas. O julgamento da Rua da Ajuda, o posicionamento antecipado do procurador irregular do STJD, as bobagens que a Portuguesa fez ao longo do processo. O rebaixamento. A festa dos torcedores daquela porcaria de time do Rio de Janeiro, cujo nome não pronuncio fora do ar. Tudo isso matou meu lado torcedor como um tiro bem no meio do coração.

Desde então, me reservo o direito de não torcer para nada que se refira ao futebol brasileiro. Virou trabalho e só trabalho. Quando eu estive sem nada para fazer, após uma pessoa decidir na Portuguesa que não faço o perfil do clube e, por isso, não servia para a função de assessor de imprensa, era como se os jogos daqui não existissem. Nenhum deles.

Durante a Copa de 2014, voltei a ser torcedor. Por Portugal, é claro. E contra o Brasil. Hoje eu volto a ser daqueles que brigam com a TV em ocasiões especiais: Benfica, Portugal ou Brasil em campo. Nos dois primeiros casos, torço, brigo, reclamo, comemoro. No caso da seleção da CBF, quero mais é que exploda.



A cereja do bolo fétido expurgado pela turma que vem roubando o futebol nacional está às portas. E nem é o 7 a 1 que, constrangido, nem cheguei a comemorar. Apenas um riso solto após o apito final daquela vergonha. Nem ficar, pela primeira vez na história, sequer entre os oito da Copa América, que é uma grande porcaria. Será, num grupo de dez e com cinco vagas à disposição, ficar de fora da fase final da Copa do Mundo.

A safra não é das melhores, o único craque não resolve absolutamente nada e o "técnico" é autoexplicativo.

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A culpa

Pode ser que troquem o Dunga pelo Tite, pelo Jorginho, pelo diabo. Seguirei torcendo contra. Constrangido, mas satisfeito por ver a cara de imbecis da pachecada que não vê, ou finge que não vê, que a culpa é de todo mundo: menos do Dunga e de quem o escolheu, mas, sobretudo, de quem escolheu e legitimou quem o escolheu.

Dunga disse, na coletiva de pós-jogo, que foi eliminado por causa de um gol de mão. Não, professor! A mão que te eliminou não foi a peruana. Foi a mesma que vem roubando o futebol do país há quase 30 anos.

Lucas Figueredo (MOVA PRESS)

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