A VIDA PELA VAGA O que faltou a Portugal sobrou ao imenso Cavani (Facebook.com/FIFA) |
Desde o início da Copa eu tenho reclamado da convocação, da
postura e das escolhas de Fernando Santos. Hoje, Portugal caiu por causa da falta
de opções para fazer a bola chegar à frente. Sem essa de cair em pé. Perdeu
para um grande time, uma camisa gigante, mas perdeu, e poderia ter feito mais.
Não com o grupo que foi convocado. Não com João Moutinho no banco quando era o
único com passe qualificado. Não com Gonçalo Guedes em campo. Não com Guerreiro
sendo engolido por Cavani, com João Mario errando o que podia e o que não
podia. Não com Bernardo Silva jogando torto na direita e órfão do apoio do
grotesco Ricardo Pereira.
O Uruguai, ciente de suas limitações, deu campo, bola,
fechou a defesa e apostou nos imensos Cavani e Suárez. Não tem um elenco
numeroso, mas Óscar Tabarez extraiu o melhor do que tinha em mãos e anulou Cristiano,
que mal viu a bola e, quando a teve e só tiha o chute como opção, tinha à
frente Torrera, Laxalt, Cavani e outros 3 milhões de uruguaios se matando a
cada bola.
Uma pena a única partida monstruosa feita por Bernardo
Silva, melhor jogador português em campo, ter sido a última. Guerreiro, Guedes e
João Mário, por sua vez, foram pesos mortos em campo num jogo em que era preciso
estar no máximo do desempenho, num jogo em que era inadimissível ter tantos
escanteios que morreram antes mesmo de chegarem à área.
Fernando Santos, a quem devemos agradecimento eterno pelo
título da Eurocopa, terá que renovar não só a Selecção das Quinas, como seus conceitos e modo de jogar. Portugal deve perder Pepe depois de três Eurocopas e outras tantas Copas do Mundo, além de Fonte, João Moutinho e
Quaresma, que podem ter cumprido seus derradeiros serviços com a Cruz da Ordem de
Cristo ao peito, ao passo que Cristiano ainda deve ter um ciclo completo pela
frente.
Voltando ao jogo, passou quem mereceu passar.
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