quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

O Benfica e a dimensão europeia

OS MELHORES EM CAMPO Benfica só foi bem quando teve os
principais jogadores em ação (Quality Sports Images)

Reza a sabedoria futebolística que os melhores jogadores devem ser escalados nos principais jogos. Mais que sabedoria, que poucos a têm, é uma questão de lógica, que todos deveriam seguir. Os dois últimos jogos do Benfica na fase de grupos da Liga dos Campeões mostram que, se a lógica fosse seguida por Bruno Lage, os Encarnados teriam grandes chances de seguir adiante até como primeiros colocados do Grupo F, o mais equilibrado de toda a prova.
O empate que era vitória por 2-0 até o minuto 90 na Alemanha e a vitória incontestável sobre o Zenit, atirando os russos para fora das competições europeias, foram as únicas partidas em que Lage mandou a campo o que havia de melhor. Não o tal "melhor onze para a ocasião", tanto defendido após os desastrosos jogos feitos nas quatro primeiras rodadas - incluindo a vitória por 2-1 sobre o Lyon na Luz, que caiu do céu na forma de um presente dado por Anthony Lopes para Pizzi quando os franceses já demonstravam argumentos sólidos para vencerem o jogo.

Pizzi, o jogador mais influente da equipe na ausência de Rafa e que é o meia mais goleador do futebol europeu na temporada, fez seu primeiro jogo inteiro pela competição somente na última rodada, quando somente a Liga Europa era possível. E foi assim, com seus melhores jogadores em campo, que o Benfica fez suas melhores partidas pela Liga dos Campeões, contra Leipzig e Zenit.

Podendo ser cabeça-de-chave nos 16 avos de final da Liga Europa, na qual entrará em fevereiro e que ainda pode contar com mais três emblemas portugueses (Sporting e Braga já estão classificados e o Porto pode fazê-lo hoje, caso vença o Feyenoord), Bruno Lage tem a chance de, com melhores escolhas que as que tem tomado desde a Liga Europa da temporada passada, quando também poupou jogadores e caiu para o Eintracht Frankfurt nas quartas-de-finais, conduzir o Benfica à disputa do título da segunda competição de clubes do continente.

É o limite. É a tal dimensão europeia de que tanto falam.

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